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domingo, 20 de dezembro de 2009

Há maior probabilidade de as pessoas morrerem devido a acidentes de transito na Véspera do Ano Novo do que em outros períodos.

De acordo com pesquisa, na véspera do início do ano de 2007 (entre 18h00 do dia 31/12/2006 e 5h59 da manhã seguinte) ocorreram 54 mortes no trânsito relacionadas ao uso de álcool nos EUA. Duas semanas depois, no mesmo horário e dia da semana, o número dessas mortes foi de apenas 20. No Brasil, apesar da escassez de estudos sobre a direção de veículos automotores sob a influência álcool, uma pesquisa com 333adultos participantes do I Levantamento Nacional Domiciliar sobre Padrões de Consumo de Álcool (entre 2005-2006) revelou uma prevalência de beber e dirigir de 34,7%.

Nos primeiros goles, o álcool atua como estimulante e pode temporariamente deixar as pessoas com uma sensação de excitação. No entanto, as inibições e a capacidade de julgamento são rapidamente afetadas, aumentando a probabilidade de tomarmos decisões equivocadas. Com o aumento do consumo de álcool, as habilidades motoras e o tempo de reação também sofrem consequências, e o comportamento da pessoa torna-se descontrolado e muitas vezes agressivo, comprometendo ainda mais as habilidades necessárias para o ato de dirigir. Ainda, em altas doses, o álcool pode tornar as pessoas sonolentas ou até mesmo ocasionar a perda da consciência ao volante.

Outro engano muito comum é subestimar os efeitos duradouros do álcool em nosso corpo. Alguns acreditam que parar de beber ou tomar um copo de café podem torná-los aptos a dirigir com segurança. A verdade é que o álcool continua a afetar o nosso cérebro mesmo após a última dose, prejudicando a nossa coordenação e capacidade de julgamento até mesmo horas depois da ingestão de bebidas alcoólicas.

O ato de dirigir à noite também é considerado uma tarefa perigosa, principalmente porque a sonolência natural durante o período noturno aumenta com a ação depressora do álcool no sistema nervoso. As habilidades para dirigir podem sofrer prejuízos até mesmo no dia seguinte, quando vestígios de álcool no organismo, ou dores de cabeça e desorientações características da “ressaca”, contribuem para a ocorrência de acidentes, embora a pessoa não se sinta mais embriagada.

Ninguém tem a intenção de ferir outras pessoas quando dirige em momentos comemorativos, como no Natal e Ano Novo. No entanto, as fatalidades no trânsito relacionadas ao álcool ainda são relevantes e os mitos acerca dos efeitos do álcool em nosso organismo persistem.

Como existe uma variabilidade biológica grande entre os indivíduos, é difícil aconselhar especificamente sobre o consumo de álcool. Entretanto, alguns fatos são evidentes: não existe maneira de acelerar a recuperação do nosso cérebro após a embriaguez, ou tomar boas decisões ao volante quando você já bebeu. Em festas, particularmente, o rápido consumo de várias doses de álcool em um curto período não é uma atitude aconselhável.

Total de fumantes cai 47% em 19 anos

Folha de São Paulo - MARIO CESAR CARVALHO

O Brasil reduziu em 47% o número de fumantes nos últimos 19 anos, segundo um estudo comparativo feito pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) a partir de dados do IBGE. Em 1989, o país tinha 32,4% de fumantes na população com idade a partir de 15 anos. No ano passado, eram 17,2%.

A queda corresponde a uma população de 21,4 milhões, segundo Liz Almeida, médica epidemiologista do Inca que fez o estudo. Seria como se dois países com a população de Portugal deixassem de fumar no período de 19 anos.

A conta da queda parte da premissa de que, se o índice de 1989 seguisse inalterado, os fumantes hoje seriam 46 milhões. Como o IBGE encontrou 24,6 milhões de dependentes de fumo no ano passado, a redução foi de 21,4 milhões.

A meta da OMS (Organização Mundial de Saúde) é que os países reduzam o consumo de tabaco em 2% ao ano. O resultado brasileiro ultrapassa esse índice em dez pontos percentuais -se o Brasil tivesse a redução defendida pela OMS, a queda teria sido de 38%.

Não há pesquisas iguais a essas duas em outros países -daí a dificuldade de comparação. Dados similares, porém, apontam que a queda brasileira foi superior à dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Japão.

Nos EUA, o índice de fumantes homens caiu 18% em 17 anos -de 28% da população em 1990 para 23% em 2007. No Reino Unido, a redução dos homens que fumam foi de 25,8% de 1990 a 2006. No Japão, a queda foi de 34%, mas o índice de fumantes segue alto -40%, o maior entre os países desenvolvidos.

A maior queda no Brasil ocorreu entre os mais jovens, de acordo com a comparação. Nas faixas etárias de 15 a 24 anos e de 25 a 44, houve uma redução de 53,8% no percentual de fumantes no período.

Já a menor queda foi entre aqueles que têm de um a três anos de estudo (33,6%). O índice é inferior ao encontrado entre aqueles que estudaram menos de um ano (35,6%).

A autora do estudo atribui a queda às políticas adotadas a partir dos anos 1990. "É um resultado impressionante porque o Brasil usou poucos recursos para conseguir essa redução."

As políticas tiveram início em 1996, com a restrição ao fumo em ambientes fechados. Quatro anos depois, o governo vetou a publicidade. Em 2002, adotou imagens de alerta nos maços.

O dado mais impressionante, para ela, foi o fato de os mais jovens terem deixado de fumar numa proporção superior aos dos mais velhos. "As imagens de alerta nos maços e o fim da publicidade foram fundamentais para o público jovem não começar a fumar", afirma.

Ainda segundo ela, o Brasil só manterá essa tendência de queda se avançar na legislação. A medida mais importante, diz, é a aprovação de uma lei federal que proíba o fumo em ambientes fechados, similar à existente no Estado de São Paulo.

Los Angeles aperta cerco contra maconha 'medicinal'

G1 - Da France Presse
Cidade quer limitar locais de venda da droga permitida para uso medicinal.Los Angeles tem quase mil pontos de comercialização e decidiu restringir a venda da chamada maconha "terapêutica".

A lei estadual da Califórnia permite que os médicos prescrevam maconha para uso terapêutico e que os pacientes obtenham uma licença especial para comprar a droga, em locais autorizados.

Diante da possibilidade de desvio do uso da maconha "medicinal", algumas cidades da Califórnia, como West Hollywood, Palm Spring e Berkeley adotaram desde o início restrições para controlar a venda legal, estabelecendo limites para o número de pontos de comercialização e volume - entre 2 e 4 onças por paciente.

OMS elogia leis brasileiras

Legislação antifumo protege apenas 5,4% do mundo
O Estado de S Paulo

O fumo passivo faz 600 mil mortes por ano e apenas 5,4% da população mundial está totalmente protegida por leis que limitam a exposição ao cigarro. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) que publicou seu relatório anual sobre o tabaco e indica que o número de fumantes que morrem por ano por doenças causadas pelo cigarro já chegam a 5 milhões. As leis no Brasil e em especial em São Paulo são consideradas como positivas.

As constatações são preocupantes. Entre 2008 e 2009, países que representam 154 milhões de pessoas passaram a adotar amplas leis contra o fumo em locais de trabalho, restaurantes, bares e outros estabelecimentos. Mas, no total, o número de países com um nível máximo de leis é de apenas 17 - 90% da população mundial vive em regiões onde sequer há lei para proteger fumantes passivos.

Das cem maiores cidades do mundo, apenas 22 têm leis consideradas como duras suficientes contra o cigarro. A OMS elogia São Paulo, Rio e Salvador por suas medidas. Em uma escala de zero a 10, o Brasil recebeu nota 9 da OMS em termos de políticas contra o cigarro. Na América Latina, só Uruguai e Panamá tem leis mais duras. A OMS, porém, indica que o Brasil não tem leis para proibir o fumo em transporte público.

"Mais de 94% da população mundial continua totalmente desprotegida e exposta ao fumo", afirmou o vice-diretor da OMS, Ala Alwan. Para ele, cabe aos governos adotar leis duras para garantir a saúde dos fumantes passivos. No total, 700 milhões de crianças estão expostas à fumaça dos cigarros. Nos Estados Unidos, o custo gerado por doenças em fumantes passivos chega a US$ 10 bilhões às contas públicas a cada ano. Em Hong Kong, o custo é de US$ 156 milhões.

Um apelo da OMS é para que governos usem o dinheiro de impostos sobre o cigarro para conter o fumo. Segundo a entidade, as autoridades coletam US$ 167 bilhões em tributos do setor, mas gasta só US$ 965 milhões em políticas de controle.

No atual ritmo de progressão, as 5 milhões de mortes anuais por causa do fumo chegarão a 8 milhões até 2030. Mais de 80% das mortes ocorrem em países pobres e emergentes.

NÚMEROS

-154 milhões de pessoas estão protegidas por algum tipo de lei antifumo

-22 cidades das 100 maiores do mundo têm legislação consideradas rígidas

-US$ 10 bilhões é o custo anual do governo dos Estados Unidos com doenças

causadas pelo fumo passivo

Senado da Colômbia proíbe porte de dose mínima de droga

MUDANÇA CONSTITUCIONAL
Folha de São Paulo - DA ASSOCIATED PRESS
O Congresso colombiano aprovou mudança constitucional que proíbe o porte pessoal de doses mínimas de drogas, o que era permitido desde 1994 no país. A medida agora tramitará no Poder Executivo e na Corte Constitucional.
Por 60 votos a 14, o Senado aprovou que o porte de entorpecentes ou psicotrópicos só será permitido com receita médica -numa vitória do governo Álvaro Uribe, que defendia a mudança como necessária para o combate ao narcotráfico. Desde 1994, quando o porte mínimo foi despenalizado pela Corte Constitucional, tornou-se permitido portar até 1g de cocaína ou 20g de maconha.

"Quando se permite o porte, cresce o consumo e cria-se o fenômeno do microtráfico [grupos comprando grandes quantidades de drogas e repartindo-as]", disse o ministro de Interior e Justiça, Fabio Valencia.

Medicamento vira o ‘LSD’ das baladas

O cloridrato de benzidamida é um antiinflamatório vendido há cerca de 4 décadas. Jovens descobriram que, misturado com álcool ou em altas doses, provoca alucinações.

O Diário Online - Vanda Munhoz
Remédio comum, que está no mercado brasileiro há pelo menos 40 anos, o antiinflamatório Benflogin está sendo usado como droga para causar alucinações semelhantes às proporcionadas pelo ácido lisérgico (LSD). Sites na internet mostram diálogos de jovens que trocam experiências vividas com o uso do remédio. O medicamento tem como princípio ativo o cloridrato de benzidamina. Associado à bebida alcoólica ou mesmo em doses elevadas, ele aumenta a produção do neurotransmissor dopamina, gerando euforia, agitação, percepções visuais alteradas e imagens distorcidas, entre outros sintomas típicos do LSD.

O Benflogin pode causar úlceras hemorrágicas, cansaço, sonolência, tontura, irritação gástrica e outros efeitos colaterais.

Início
Há cerca de 15 anos, aconteceu uma onda de uso do remédio como droga alucinógena, mas na época houve repressão na venda e o medicamento quase desapareceu do mercado.

Por ter um custo baixo, o remédio está ao alcance de qualquer um que queira usá-lo, independentemente da finalidade.

Na internet
Depoimentos publicados em páginas pessoais na internet mostram que o Benflogin é conhecido dos jovens nas baladas. Em sites de relacionamento, eles relatam as próprias experiências e descrevem as que amigos tiveram quando tomaram a droga.

Veja presta desserviço aos dependentes de álcool

Barbara Gancia - 15 de Dezembro de 2009
A carta abaixo foi escrita por um membro de AA e enviada à “Veja” em resposta a absurda reportagem sobre os Alcoólicos Anônimos publicada nesta semana:
“Pasmados! Sim, pasmados com a publicação da matéria com o título “É Preciso Dar Mais Do Que Doze Passos”!
Primeiramente, a chamada de página “VÍCIO” está errada, porque o alcoolismo - segundo também a Organização Mundial de Saúde (OMS) - é uma doença física e não simplesmente um vício.

Surpresos, também, pela Irmandade de Alcoólicos Anônimos (AA) não ser ouvida e fazer parte da reportagem, como manda a ética jornalística de se ouvir as partes envolvidas.

O que se constata é uma crítica infundada a AA, totalmente desprovida de bom senso. Os 257 dependentes de álcool enviados ao AA, evidente que poucos resultados apresentariam, comparecendo ao menos uma vez ao mês.

Primeiro motivo: AA tem como uma das suas principais máximas o “EVITE O PRIMEIRO GOLE”, enquanto o PROAD mantém como linha de tratamento a “CONTENÇÃO DE DANOS”, ou seja, o indivíduo pode beber ou usar drogas, mas com o comprometimento de ir diminuindo com o passar do tempo.

Ora, se bebendo ou usando drogas a pessoa perde sua autocensura e suas barreiras morais - como comprovado -, jamais desejará parar de usar álcool ou as drogas; ainda mais apoiado por um órgão “específico”. Lembrem-se que os indivíduos, antes de irem a AA, já faziam parte do Proad.

Em segundo lugar: Nenhum dependente - doente alcoólico, adicto ou cruzado - fará um tratamento sério, como em AA, se tem a permissividade estabelecida por um profissional de saúde.

AA nunca foi contra nenhum tipo de tratamento psiquiátrico, desde que seja necessário e que quem o atenda seja um profissional com profundos conhecimentos do alcoolismo e drogas - raríssimos -, pois a maioria visa somente lucros e nunca deixou o consultório, emaranhando-se em pretensas pesquisas para justificar as grandes verbas de incentivo dos órgãos governamentais.

Sou coordenador-geral do Grupo Girassol de Alcoólicos Anônimos e, com 29 anos de AA, só comprovei o contrário do que as pesquisas da Proad-Unifesp apontaram. Vi e comprovo, sim, que muitas e muitas vidas foram salvas por AA. Vi, também, verdadeiros “milagres” acontecerem.

E não foram só os 9% citados. Muitos membros, antes de frequentarem AA, já haviam frequentado consultórios psiquiátricos, de psicólogos, religiões as mais variadas e nada adiantava; depois de ingressarem em AA, conseguiram deter a doença e, hoje, levam uma vida de construtiva sobriedade e serenidade cotidianas.

Retomaram suas vidas, deixaram de fazer sofrer seus familiares e amigos, voltaram a ser produtivos; muitos retomaram os estudos, formaram-se e alguns tornaram-se psicólogos e psiquiatras

também.

AA FUNCIONA SOZINHO, sem nenhum auxílio de psiquiatras.

Alcoólicos Anônimos não trata de religião - cada qual tem a sua ou não a tem -, denomina como Poder Superior um deus do entendimento de cada membro, que tanto pode ser religioso ou qualquer outra coisa.

Muitos chamam de Poder Superior o próprio Grupo de AA, porém a recuperação não depende da credulidade em um Poder Superior!

AA NÃO COBRA ABSOLUTAMENTE NADA! Ao contrário do que foi dito na matéria, a maioria dos frequentadores de AA não é de classes menos favorecidas - enquanto os programas apresentados na matéria de Veja (também a maioria), são procurados por pessoas de classes muito menos favorecidas.

Deixa-se claro que, em AA não se discrimina ninguém, não há preconceito de nenhuma espécie.

Os Doze Passos de AA representam uma “ferramenta” para os membros lidarem com seus problemas do dia-a-dia. O Primeiro Passo citado é primordial para que o alcoólico se disponha a tratar-se em AA.

Nas reuniões de AA, os membros compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolvermos nosso problema em comum e ajudarmos outras pessoas a se reabilitarem da doença do alcoolismo.

As ditas “reuniões pesadas”, depende de como as pessoas as encaram, mas a grande maioria das reuniões transcorre em clima alegre e descontraído.

Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos”.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O ALCOLISMO E DICAS PARA O TRATAMENTO

TÓPICOS ABORDADOS:
a)Quanto é normal beber?
b)QUAL É O LIMITE DO BEBER NORMAL?
c)O que está errado em consumir álcool ?

Diferente de outras drogas como cigarro, cocaína, crack, maconha, etc, o álcool, se consumido moderadamente, não é prejudicial. Ele pode facilitar a circulação sanguínea, divertir relaxar, descontrair, entre outras coisas.
A questão principal é o limite. Beber pode ser muito prazeroso, mas beber muito, em horas ou situações inapropriadas, pode acarretar problemas como ressacas, acidentes de trabalho e trânsito, problemas de saúde , no relacionamento familiar, social e com você mesmo.

Quem são os bebedores de risco ?
Se você bebe uma dose de vez em quando, ou seja , com uma freqüência irregular e em baixas quantidades, os seus riscos são pequenos. Mas se você bebe quantidades maiores, com uma freqüência definida, os riscos aumentam no sentido do seu consumo causar problemas ou mesmo a dependência. O importante é você começar a analisar os seus hábitos alcoólicos para poder perceber se o seu consumo é moderado ou pesado.
Qual é o seu consumo ?
1º ) É importante saber o que seria uma unidade de álcool em cada dose que você consome, porque o que pode ser uma dose para você pode não ser uma dose efetivamente. Abaixo encontra-se uma tabela sobre o que seria considerada uma unidade de álcool em diferentes tipos de drinks:
1 copo de cerveja ou chopp
1/2 dose de pinga, whisky ou qualquer tipo de destilados
(pinga, vodka,gin,cognhac,etc)
1 copo típico de vinho
1 taça de champagnhe
1 cálice de licor ou vinho do porto
= 1 UNIDADE / 1 DOSE


OBSERVAÇÕES: Uma garrafa de pinga ou whisky contem aproximadamente 34 unidades. Uma cerveja grande contém 4 unidades.

2º ) Concentração X Unidades


Existem cervejas que têm uma concentração de álcool maior, como por exemplo as cervejas maltadas se comparadas com as cervejas comuns. O mesmo acontece para alguns tipos de vinhos. No rótulo das bebidas você encontra a concentração alcoólica, ou pelo menos deveria encontrar . No geral, as concentrações são :
Cerveja = 5 a 7 %
Vinhos = 10 a 12%
Licores e vinhos fortificados = 16%
Destilados = 40 a 50%


CONCLUSÃO : O fator de análise é a quantidade consumida de álcool, que irá variar conforme a concentração alcoólica e não a quantidade de líquido propriamente dita. Basta comparar um copo de chopp com meia dose de cachaça. A quantidade de líquido é bem diferente, mas a quantidade de álcool é a mesma.

3º ) Você realmente sabe o que é beber muito ?


Não tente adivinhar e não fique surpreso se o que você pensa estiver errado.
Levando em conta o que seria uma unidade de álcool, preencha diariamente a tabela abaixo durante uma semana, escrevendo o número de doses ou unidades de álcool consumidas durante todo o dia. Não pense só na noite. Durante o dia , subtenda o período da manhã , tarde e noite.


Não trapaceie! Você não precisa mostrar esta tabela para ninguém. Faça para você mesmo . Conte quantas unidades foram consumidas num dia típico, para depois obter seu total semanal. É importante saber com quem , quando e onde você bebeu, pois se você pretende diminuir ou controlar seu hábito, estas informações serão importantes no sentido de evitar certos locais ou companhias que por vezes podem estimular ou aumentar seu consumo.



Dias da semana



Tipo de bebida
Onde e com quem bebeu ?
Unidades
Total Diário
Segunda-feira

Terça-feira


____________________________________________________________________
Quarta-feira


____________________________________________________________________
Quinta-feira


____________________________________________________________________
Sexta-feira


____________________________________________________________________
Sábado


____________________________________________________________________
Domingo


____________________________________________________________________

TOTAL SEMANAL = ________________
PERIGO: As doses em casa costumam ser mais generosas do que as doses do bar. Mesmo em alguns bares , o famoso “chorinho” pode significar uma segunda dose . Perceba realmente quantas doses estão sendo consumidas em um único copo.


Qual é o limite para o consumo abusivo ?

HOMENS - Acima de 21 unidades(média de 2 à 3 doses por dia)
MULHERES- Acima de 14 unidades(média de 2 doses por dia)

Muitas pessoas pensam que beber apenas uma vez por semana não é fator de risco. Trata-se de um engano, pois se nesta única vez os níveis acima forem atingidos, existe a probabilidade de risco no consumo. Sempre que a pessoa ficar alcoolizada podemos falar que ela bebeu demais, por isto nos limites da tabela acima o máximo que os homens poderiam beber num dia seria 3 unidades e as mulheres 2 unidades.


Você pode estar pensando que algumas pessoas do seu conhecimento tem este nível de consumo e não desenvolveram sintomas, mas isto não isenta o fator de risco. Muitas vezes as complicações relacionadas ao consumo de álcool não aparecem imediatamente, mas demoram meses ou anos para ficarem óbvias para todos. Abaixo , encontram-se as consequências de um beber de risco que podem se desenvolver a médio ou longo prazo, maiores detalhes serão dados num próximo capítulo:

CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS:


Baixa concentração
Dificuldades no sono Depressão Ansiedade / Stress Dificuldades de argumentação no ambiente familiar Dificuldades de desempenho no trabalho/escola Abandono de amigos e atividades sociais
Problemas legais (brigas,acidentes...)


CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS:


Baixa energia para desempenhar atividadesQueda de pesoDificuldades na coordenação motoraPressão arterial altaImpotência SexualVômitos/náuseasGastrites/diarréiasDoenças hepáticasMaior incidência de fraturas /ferimentos
o número de unidades é diferente para as mulheres ?


As mulheres sofrem mais os riscos dos efeitos do álcool no organismo , quando comparadas aos homens. Uma das razões para esta diferença é a concentração de água no organismo. Os homens possuem 55 à 65% do seu peso composto por água, enquanto que nas mulheres esta concentração cai de 45 à 55%.


O álcool é distribuído pelo corpo através dos fluidos sanguíneas. Se a concentração de líquidos nos homens é maior, logo o álcool torna-se mais diluído , amenizando os respectivos efeitos.

Consumo em mulheres grávidas ou em fase de amamentação:


A gestante ao ingerir álcool, tem um bebê que também estará ingerindo álcool. Isso ocorre porque o álcool através da corrente sanguínea, atravessa a placenta e atinge o bebê.
O ideal no período de gestação é evitar o consumo, mesmo que ocasionalmente. Se o seu limite é 1 à 2 doses semanais, o risco do bebê sofrer algum dano físico é pequeno, mas com a abstinência , os riscos inexistem.


A recomendação é a mesma para quem está em fase de amamentação, pois o álcool é transmitido para o bebê através do leite materno.

Qual é o dano físico que o álcool pode causar ao bebê ?


A Síndrome Fetal Alcoólica , sendo que mesmo em menor dosagem , pode ocasionar a síndrome de forma incompleta.


Os sintomas típicos são :


Baixo peso
Malformações na estrutura facial
Malformação dos pés e mãos
Problemas de comportamento e aprendizagem
Retardo mental leve ou moderado


A intensidade e variedade destes sintomas dependem da quantidade e freqüência de ingestão alcoólica, associadas com deficiências nutricionais, entre outros fatores.

O que acontece quando você bebe ?


O álcool é absorvido rapidamente na corrente sanguínea, sendo que a maior parte é metabolizada no fígado e o restante depositado no suor ou urina.


A reação de cada organismo frente a um determinado número de doses é diferente porque sofre a influência de vários fatores, dentre eles :


Quantidade consumida
Situação alimentar no momento da ingestão
Idade
Peso e altura
Sexo
Padrão anterior de uso
Uso associado a outras drogas


No geral pensa-se que o álcool é um estimulante, pois é comum as pessoas dizerem que bebem para desinibir-se, para ficarem alegres e/ou para falarem mais. É importante esclarecer que o álcool é um depressor do Sistema Nervoso Central, afetando o julgamento, o nível de consciência, o auto-controle e coordenação motora.


A cada dose consumida, ocorre um aumento de concentração de álcool no sangue onde uma unidade alcoólica gera uma hora de efeitos físicos no organismo. Observe o gráfico abaixo:

PENSE : Uma pessoa que consumiu 4 chopps (equivalente a 4 doses/ou unidades alcoólicas) terá um efeito físico do álcool em seu organismo por um período de 4 horas. No início estes efeitos são leves até atingirem um pico , para posteriormente atenuarem-se. Porém a desintoxicação, só ocorrerá após 4 horas.

É possível reverter a ressaca ?
De acordo com o gráfico acima podemos dizer que o organismo livra-se de uma unidade de álcool a cada hora. Infelizmente, esta taxa do organismo é fixa e nada que possamos fazer possa alterar isto. Portanto quando alguém está com ressaca nada que possamos fazer vai melhorar (banhos frios, exercícios, café forte, etc). Na melhor da hipóteses teremos alguém alcoolizado, mas um pouco mais acordado.

Beber e Dirigir:


A partir de agora, praticamente nada – limite de 0,2 grama de álcool por litro de sangue. Antes, somente motoristas cuja dosagem de álcool no sangue superava 0,6 grama de álcool por litro de sangue (duas latas de cerveja) eram punidos. Provavelmente você deseja uma tradução da quantidade acima em número de doses, mas isto é praticamente impossível porque depende do sexo, idade quantidade consumida e a situação alimentar na hora da ingesta. Comumente utiliza-se o limite de 3 doses, porém o método mais fidedigno para medição é feito através do bafômetro. Contudo é importante ter a noção de que 1 ou 2 doses afetam a habilidade motora para dirigir, sendo o consumo alcoólico abusivo uma das maiores causas de acidentes no trânsito.

DICAS PARA QUEM BEBE E DIRIGE:


1- Se você bebeu muito em uma noite, talvez seja melhor esperar para voltar a dirigir pela manhã. Pegue um táxi ou peça para um amigo dirigir para você.
2- Se você consumiu 1 ou 2 doses no almoço e 1 ou 2 doses após o trabalho, você já está acima do limite legal. Em outros países dirigir com este nível de consumo pode gerar detenção.

UM PADRÃO DE BEBER SENSATO :


- Não afeta sua saúde
- Não afeta suas ocupações diárias
- Não afeta sua segurança
- Não afeta a segurança de outras pessoas

BOAS NOTÍCIAS :


Se você é um bebedor pesado e pretende voltar a ser um bebedor social ou abstêmio , saiba que:
* Você terá maior cuidado com você mesmo
* Diminuirão os problemas sociais, de trabalho e familiares
* As críticas sobre seu consumo alcoólico tendem a serem amenizadas e com o passar do tempo, desaparecerão
* Menor probabilidade de envolvimento em acidentes e brigas
* Adeus : RESSACAS !

Aqui vão sugestões para a modificação do seu beber :


1 - Lembre-se da Tabela de Auto-Monitoramento - pág ----. Depois de preenchida, responda :


a) O seu total semanal ultrapassou 21doses (homens) ou 14 doses (mulheres) ?
b) Quais os locais em que você você bebe mais ?
c) Existe alguém em especial que o acompanha ?
d) Quais os dias e horários da semana em que você bebe mais ?


Com estas respostas, tente remanejar sua vida:


substituindo lugares- procurando estar com outras companhias ou evitar estar sozinho, se você bebe só fazendo outras atividades, seja de lazer, profissional ou social principalmente nos dias e horários que você bebe mais

2 - Se você beber :


Dilua a bebida ao invés de bebê-la pura
Beba pausadamente (bebericando), evitando o famoso” consumo de um só gole’
Alterne bebidas alcoólicas com não alcoólicas
Procure alimentar-se durante a ingestão alcoólica
Evite beber diariamente

3 - Ao sentir um forte desejo :


Procure ir a outro lugar nem que seja por um curto espaço de tempo
Evite inicialmente situações em que a bebida esteja ao seu alcance facilmente, como por exemplo festas, bares, shows e reuniões
Solicite o auxílio de uma pessoa que saiba das suas dificuldades. Deixe ela ser seu “breque”pelo menos por um tempo.
Fale para você mesmo : “Eu controlo minha vida” . Não deixe que a bebida controle sua vida.

4 -O desejo de beber não é sinal de que você é um alcoólatra inveterado. O desejo sempre vai existir . Por exemplo: imagine seu prato predileto de comida sendo que você recebe uma recomendação médica para não comê-lo até o fim de seus dias. Você pode obedecer a recomendação, mas isto não o isentará de sentir desejo quando ver alguém comendo. O que acontece neste exemplo é o controle do desejo e o mesmo acontece com o álcool.

5 - Evite utilizar bebidas alcoólicas para resolver seus problemas. Na realidade você apenas foge dos problemas quando “enche a cara” , podendo até mesmo acumular mais problemas ocasionados pela intoxicação e perda de julgamento, que podem levar a atos impensados.

6 - Lembre-se que o beber não faz você ficar potente, forte, bonito, rico, extrovertido ...
Quando você se alcooliza, não está sendo você mesmo. Aceite-se ! Se você não consegue aceitar-se a si mesmo, procure ajuda !

Determine Ações :
Encoraje amigos e familiares a ajudá-lo
Escolha um dia específico para iniciar sua abstenção ou modificação do consumo
Reduza o tempo de convívio com bebedores pesados
Procure engajar-se em atividades alternativas durante o período do dia em que você normalmente estaria bebendo ou quando você se sente depressivo ou estressado.
SUGESTÕES: visitas a familiares ou amigos, assistir TV, vídeo, leitura, cinema, caminhadas, atividades esportivas, entre outras. O importante é conseguir detectar o que lhe dá prazer , sem que esta atividade esteja vinculada ao consumo, e substituir.
Avalie seus progressos

Só você pode mudar a sua vida ! Família, tratamento , amigos, entre outros ajudam, mas a decisão final cabe a você.
Se você quiser , pode conseguir !
Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira

IMPORTANTE :
Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.

Sexo entre toxicômanos acelera transmissão do HIV na Ásia

Segundo os últimos dados revelados pela OMS, a maioria dos contágios da doença no continente acontece agora por via intravenosa

Veículo: Folha Online
Seção: Ciência
Data: 07/11/2009
Estado: SP

A OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu nesta segunda-feira que o consumo de drogas é a principal causa que acelera a epidemia de Aids e o HIV na Ásia, sobretudo pela promiscuidade sexual dos toxicômanos.

Segundo os últimos dados revelados pela OMS, a maioria dos contágios da doença no continente acontece agora por via intravenosa.

Outro perigo são os soropositivos que mantêm relações sexuais sem preservativo após terem tomado estimulantes com efeitos afrodisíacos como metanfetaminas.

A OMS, o Banco Asiático de Desenvolvimento e especialistas antidroga das Nações Unidas realizam esta semana uma reunião na Malásia com o objetivo de adotar uma nova estratégia comum para frear a expansão da Aids na região entre 2010 e 2015.

O novo plano deve incluir medidas para combater a influência dos entorpecentes sintéticos e o efeito acrescentado da transmissão aos soropositivos da hepatite C via seringas infectadas, assim como programas voluntários de reabilitação.

Estudo associa exercícios físicos a maior inteligência

Atividades aeróbicas estimulam o desenvolvimento de neurônios no cérebro

Veículo: Folha de S Paulo
Seção: Saúde
Data: 05/12/2009
Estado: SP

Trabalho avaliou dados de mais de 1 milhão de homens na Suécia; condicionamento cardiovascular foi medido por testes ergométricos

Exercícios físicos aeróbicos estão associados a uma melhor cognição (capacidade de o cérebro processar informações e cruzá-las, dando respostas a um estímulo) em jovens. É o que mostrou um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo (Suécia) com mais de 1 milhão de homens de 15 a 18 anos e publicado na última edição da "Proceedings of the National Academy of Sciences".

O condicionamento dos avaliados foi aferido por testes ergométricos. Aqueles que apresentavam melhores condições também se saíram melhor em testes de QI, especialmente nas áreas de compreensão verbal e pensamento lógico.

Para excluírem variáveis que pudessem influenciar os resultados, os pesquisadores consideraram o nível educacional dos pais e avaliaram as relações entre irmãos (gêmeos ou não).

"O mérito desse estudo é a informação de que os exercícios aeróbicos podem colocar a pessoa em outro patamar. Imagine se ela sai de um nível mais alto de cognição na juventude: essa reserva poderá adiar a manifestação das perdas cognitivas da terceira idade", afirma o neurologista Li Li Min, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Segundo Min, estudos com animais já apontaram que as atividades alteram a estrutura do cérebro e estimulam o desenvolvimento de novos neurônios, favorecendo a plasticidade cerebral (capacidade de o cérebro se adaptar a situações).

Pesquisas em andamento do Grupo de Neurofisiologia do Exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) também mostram que exercícios aeróbicos elevam os fatores neurotróficos (de crescimento dos neurônios). Isso provoca um aumento no número de neurônios e o contato entre essas células, facilitando a transmissão de informações.

"Não dá para dizer que o indivíduo fica mais inteligente, mas sim que há uma melhora na cognição. Do contrário, todos os atletas profissionais seriam um Einstein", pondera o neurofisiologista Ricardo Mário Arida, professor da Unifesp.

Para os pesquisadores, somente exercícios aeróbicos tiveram relação com melhores resultados em testes cognitivos porque provocam maior oxigenação do cérebro, causada por um melhor condicionamento cardiopulmonar. Atividades de força, como musculação, não demonstraram o mesmo efeito.

Eles também compararam os resultados dos testes ergométricos com as condições socioeconômicas desses homens na meia-idade. Os mais condicionados tiveram mais chances de ter um nível educacional mais alto e empregos melhores.

"Políticas públicas de atividades que melhorem o condicionamento cardiovascular não promovem só a saúde física mas também a saúde mental, cognitiva. O custo é baixíssimo e pode resultar em mais pessoas com melhor nível educacional, buscando profissões melhores

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Entrevista para a Revista Anônimos - Dezembro 2009

O que é anorexia alcoólica ou drunkorexia?"Drunkorexia" (inglês), "ebriorexia" (espanhol) ou "anorexia alcoólica" (português) é o nome dado a um Transtorno que tem se tornado cada vez mais frequente em todo o mundo. Trata-se da substituição da comida pelo álcool. O nome não é oficial, ainda não faz parte da "Classificação Internacional das Doenças" (o CID), mas é comum na internet e em outros meios de comunicação.


O transtorno está diretamente relacionado às pessoas que sofrem de alcoolismo ou anorexia nervosa ou são coisas diferentes?

A anorexia alcoólica é um transtorno à parte, tem características do alcoolismo e da anorexia ao mesmo tempo, porém não apresenta todas as características dos dois quadros. Não podemos dizer que quem sofre de anorexia alcoólica possui anorexia nervosa e é dependente de álcool.

Quais são as principais caractérísticas do transtorno?
As principais características da anorexia alcoólica são o desejo de controlar o peso - por isso não ingerem alimentos sólidos - e o desejo de mostrar liberdade, independência, irreverência para seu grupo. O portador quer passar uma imagem de "descolado", isso não acontece na anorexia. Outra característica importante é que há alterações de comportamento e humor - irritabilidade, agressividade, depressão, dificuldade em controlar impulsos.

Ele atinge somente mulheres?
Atinge mais mulheres do que homens e os danos para as mulheres aparecem mais cedo por dois motivos: as mulheres possuem menos água no organismo, o que faz com que o álcool ingerido fique presente em uma concentração maior, menos diluído do que ficaria nos homens. As mulheres possuem menor quantidade da enzima responsável pela metabolização (que é a quebra) do álcool, ou seja: o álcool fica presente em dose elevada durante mais tempo no organismo feminino que no masculino. A embriaguez aparece mais cedo nas mulheres, a dependencia ao álcool se instala antes e todas as consequencias tanto físicas (cirrose, problemas no estômago) como psíquicas (agressividade, depressão) são mais precoces em mulheres do que em homens.

Qual a principal motivação no transtorno?
A principal motivação é passar a impressão de liberdade e independência.

Qual o perfil dos portadores?
Normalmente há alguma compulsão entre os portadores (por compras, sexo, jogo, internet, atividade física, por trabalho, por comida, por drogas). A cada 10 portadores, 9 são do sexo feminino. Ainda não há pesquisas no Brasil mostrando a idade atingida, mas cada vez mais adolescentes referem uso de álcool para evitar comida nos consultórios de Psiquiatria. Portadores de transtorno alimentar apresentam 8 vezes mais chance de fazer abuso de álcool e drogas, sejam elas lícitas (anfetaminas) ou ilícitas (cocaína e crack).

Quais as consequencias do transtorno?
As consequencias são muitas. Primeiro aparecem as alterações de comportamento com prejuízo na escola ou no trabalho, com baixo rendimento. Na família e no convívio social há irritabilidade, agressividade e variações de humor. A depressão aparece. Há quedas e acidentes pela embriaguês associada a falta de nutrientes. Pode provocar desnutrição, já que o álcool possui muitas calorias (o dobro das do açúcar) mas não possui proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais que precisamos para manter o organismo saudável. Coma alcoólico, cirrose e problemas no estômago também podem aparecer.

E o tratamento, como funciona?
O tratamento varia de caso a caso. Para quadros leves e instalados há pouco tempo a Psicoterapia ou grupos de auto-ajuda com orientações sobre os riscos e motivação para mudança de comportamento é a melhor indicação. Quadros mais graves exigem associação de medicamentos, Psicoterapia individual e grupos de apoio.

Há sites na internet em que os adolescentes trocam informações de como realizar a substituição de alimentos por bebidas. Os jovens dizem acordar e ir para a aula em jejum, levando uma garrafinha de água mineral com vodka diluída. Quando o estômago começa a doer de fome, os jovens bebem para alívio do desconforto. Eles apreciam a sensação de embriaguez em plena sala de aula e se sentem "descolados" por isso. A sensação de fome volta a aparecer em alguma horas e eles bebem mais. Há relatos de jovens dizendo que os benefícios são muitos: "você não fica entediado com a aula chata, não precisa comer e, como o álcool é diurético, você fica ainda mais magra!". Considerando-se que os danos do álcool são ainda mais graves na adolescência - já que o corpo e o psiquismo ainda estão em formação - é necessário levar informação aos professores e pais para que fiquem atentos ao problema.

Compulsão Alimentar, Anorexia e Bulimia Nervosa - Slides da palestra apresentada no VII SIMPÓSIO CAMPINEIRO DE OBESIDADE - 12/11/2009 - SMCC

Compulsão Alimentar, Anorexia e Bulimia Nervosa

Dra. Débora Christina Ribas D`Ávila
Médica Psiquiatra

COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES

PROMUD/Ipq – Metade das mulheres dependentes de álcool e drogas possuem algum transtorno alimentar
41% comer compulsivo
30% bulimia
8% anorexia


OBSESSÕES ou COMPULSÕES?


OBSESSÕES de pensamentos, de idéias

COMPULSÕES de comportamentos, de atos
COMPULSÕES


Normalmente para alívio de ansiedade e evitar prejuízo.

Comportamentos repetitivos, freqüentes e excessivos (rituais).


COMPULSÕES


Mal adaptativos (geram sensação negativa).

Hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional (ativação do sistema de recompensa cerebral)

COMPULSÕES
Contemporâneo:
transtornos alimentares,
compulsões sexuais,
compulsões às informações e à internet,
workholismo,
vigorexia - obsessão pela estética ideal,
compulsão a compras,
automutilação,
drogadição


COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Presentes tanto na “ativa” quanto na abstinência da adicção
Uso de anfetaminas, cocaína e crack (anorexígenos)
Abuso de fluoxetina, sertralina e sibutramina (antidepressivos)

COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES

“DRUNKOREXIA” ou “EBRIOREXIA” – uso de drogas ou álcool com pouca ou nenhuma comida (Amy Winehouse e Britney Spears)
Manutenção do tabagismo
1g de álcool = 7 calorias (o dobro de 1g de açúcar)

COMPULSÕES
COMPULSÃO ALIMENTAR

padrão recorrente, mínimo 2 X semana
grande quantidade de alimentos rapidamente
perda de controle - não consegue interromper a refeição mesmo quando se sente estufada ou plenamente saciada

Anorexia Nervosa

Peso corporal inferior a 85% do esperado para a altura e a idade ou IMC<17,5
Medo intenso de ganhar peso
Distorção de imagem corporal
Ausência de pelo menos 3 ciclos menstruais consecutivos

Anorexia Nervosa


Mais comum em mulheres (10 a 20 vezes)
Início na adolescência
Em 1% das meninas adolescentes
Modelos e bailarinas

Anorexia Nervosa
Substituição de preocupações normais da adolescência por preocupações com o peso
Autodisciplina = autonomia
Os outros são vistos como vorazes e controlados pelo desejo
Preparo de refeições elaboradas para os outros

Anorexia Nervosa
Escondem alimentos pela casa e carregam doces e balas
Cortam a carne em pedaços muito pequenos, mexem muito na comida do prato
Rígidos e perfeccionistas
Furtos de doces, laxantes e roupas
Redução no interesse sexual

Anorexia Nervosa
TRATAMENTO:

Internação
Psicoterapia
Antidepressivos


Mortalidade de 18%
Bulimia Nervosa
Mais comum que a anorexia nervosa (3%)

Consumo de grandes quantidades de alimentos => sentimento de perda do controle => sentimento de culpa => comportamentos compensatórios (laxantes, diuréticos, exercícios em excesso, jejum, vômito auto-induzido)
Bulimia Nervosa
Extrovertidos, explosivos e impulsivos
Dependentes de álcool e drogas, furtos em lojas, instabilidade emocional e tentativas de suicídio
Comportamento sexual promíscuo
Não há baixo peso ou distorção de imagem corporal
Bulimia Nervosa
TRATAMENTO:

Psicoterapia
Farmacoterapia

COMPULSÕES - Slides da Palestra exibida em vídeo-conferência da TV Câmara, Grupos de Amor-Exigente e Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas 2009

COMPULSÕES


Dra. Débora Christina Ribas D’Ávila
Médica Psiquiatra


OBSESSÕES de pensamentos, de idéias

COMPULSÕES de comportamentos, de atos
COMPULSÕES


Normalmente para alívio de ansiedade e evitar prejuízo.

Comportamentos repetitivos, freqüentes e excessivos (rituais).


COMPULSÕES

Mal adaptativos (geram sensação negativa).

Hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional (ativação do sistema de recompensa cerebral)

COMPULSÕES

Pensamento de se contaminar através de alguma sujeita nas mãos
-> lavar as mãos para aliviar a angústia
-> alívio imediato
-> lavar as mãos excessivas vezes
-> mãos feridas, escoriadas, longo tempo perdido na lavagem
-> prejuízo em outras atividades da vida.


Compulsões mais frequentes:

lavagem das mãos ou do corpo;
verificação;
ordem, simetria, seqüência ou alinhamento;
colecionar ou armazenar objetos,
tocar;
orações;
fazer contagens ou listas.

COMPULSÕESContemporâneo:

transtornos alimentares,
compulsões sexuais,
compulsões às informações e à internet,
workholismo,
vigorexia - obsessão pela estética ideal,
compulsão a compras,
automutilação,
drogadição


COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES
COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES

PROMUD/Ipq – Metade das mulheres dependentes de álcool e drogas possuem algum transtorno alimentar
41% comer compulsivo
30% bulimia
8% anorexia


COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES


Presentes tanto na “ativa” quanto na abstinência da adicção
Uso de anfetaminas, cocaína e crack (anorexígenos)
Abuso de fluoxetina, sertralina e sibutramina (antidepressivos)

COMPULSÕES
TRANSTORNOS ALIMENTARES


“DRUNKOREXIA” ou “EBRIOREXIA” – uso de drogas ou álcool com pouca ou nenhuma comida (Amy Winehouse e Britney Spears)
Manutenção do tabagismo
1g de álcool = 7 calorias (o dobro de 1g de açúcar)


COMPULSÕES
COMPULSÃO ALIMENTAR


padrão recorrente, mínimo 2 X semana
grande quantidade de alimentos rapidamente
perda de controle - não consegue interromper a refeição mesmo quando se sente estufada ou plenamente saciada

COMPULSÕES
COMPULSÕES SEXUAIS


ato repetitivo de busca de prazer sexual como tranqüilizante, diminuindo sentimentos de ansiedade, medo e solidão

Erotomania e Ninfomania = exagero do desejo sexual
Masturbação compulsiva, sexo virtual
Promiscuidade
Parafilia: exibicionismo, voyeurismo, pedofilia e estupro.


COMPULSÕES ÀS INFORMAÇÕES E À INTERNET


“WEBAHOLICS” ou portadores de TDI (Transtorno de Dependência a Internet)

Sensação de prazer – ativa sistema de liberação de dopamina

Necessidade contínua e crescente de se conectar

Ansiedade quando “offline”

E-trombose: coagulo formado nas pernas e se espalha causando embolia pulmonar e IAM

CVS – Síndrome da visão de computadores:irritação, olhos vermelhos, coceira, secura ou lacrimejamento, fadiga, sensibilidade à luz, sensação de peso nas pálpebras ou fronte, dificuldades em conseguir foco.

Problemas articulares – dores e lesões


COMPULSÃO POR TRABALHO WORKAHOLICS

não consegue se desligar do trabalho mesmo fora dele
deixa de lado seu parceiro(a), filhos, pais, amigos
os seus melhores amigos passam a ser aqueles que tem ligação com seu trabalho.
COMPULSÕES
COMPULSÃO POR TRABALHO
qualidade de vida ruim,
insônia,
surtos de mau-humor,
impotência,
Agressividade quando fracassado ou pressionado,
depressão,
medo de fracassar.


VIGOREXIA – OBSESSÃO PELA ESTÉTICA IDEAL
volume e intensidade de atividade física que excede a capacidade de recuperação,
auto-imagem distorcida,
síndrome de Adônis,
overtraining
Dor muscular e fadiga persistentes
Ritmo cardíaco elevado
Infecções e lesões
Irritabilidade
Depressão e perda de motivação
Insônias
Perda de apetite e peso
Menor desempenho sexual


COMPULSÃO A COMPRAS (oniomania)

Ansiedade por satisfazer o desejo de ter algo – planos elaborados de como fazê-lo – compra - alívio da ansiedade com a compra – dívidas e comprometimento de seus bens e renda – sensação de vazio – desejo de nova compra
2% da população mundial
Grupo de Apoio: “Devedores Anônimos”


AUTOMUTILAÇÃO

lesão provocada no próprio corpo sem intenção de suicídio,
alívio de emoções insuportáveis,
sensações de irrealidade e apatia,

Esmurrar-se, chicotear-se, enforcar-se
Morder mãos, lábios, língua, ou braços
Reabrir feridas (dermatotilexomania)
Arrancar os cabelos (tricotilomania)
Queimar-se (cigarro, produto químico, sal e gelo)
Furar-se (agulhas, arames, pregos, canetas)
Beliscar-se,
Ingerir agentes corrosivos, alfinetes
Envenenar-se, medicar-se



DROGADIÇÃO
Publicidade de bebidas afeta crianças e adolescentes, diz pesquisadora


AGÊNCIA BRASIL

Apesar de as bebidas alcoólicas serem legalmente destinadas apenas a maiores de idade, a publicidade desses produtos atinge também as crianças e os adolescentes. A constatação é de um estudo realizado pela pesquisadora da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad), Ilana Pinsky. “Se isso [propaganda] é feito já pensando em atingir esse público [menores de idade], eu não posso afirmar. O que eu sei é que ele atinge, atrai e é interessante”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.



Mesmo com o endurecimento das normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Pinsk disse que a publicidade de bebida, em especial a da cerveja, é muito atraente aos jovens. “Se você for observar os elementos da publicidade de cerveja , que é a que mais tem na área de propaganda de bebidas alcoólicas, ela é extremamente bem humorada, mostra sempre pessoas bonitas e jovens. Ela não fala do produto em si, mas dos sonhos e do estilo de vida relacionado à alegria e às festas, o que tudo tem a ver com o jovem”, afirmou.

Por isso, a pesquisadora aponta para que a propaganda de bebida leva o jovem a “um início mais precoce, a um consumo mais pesado e às ideias mais positivas em relação a beber”. Quanto mais cedo se começa a beber, maiores as chances de desenvolver a dependência química, conforme a pesquisa realizada pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas de São Paulo (Cratod). O estudo apontou que 40% dos jovens atendidos se iniciaram no uso de drogas entre os 7 e os 11 anos idade. Desses, 38% começaram pelo álcool.

“Quanto mais atrasar o consumo de álcool, melhor para a saúde dele [jovem] e melhor para a relação que ele vai ter com a bebida”, disse o presidente do Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (Cisa), Arthur Guerra. Segundo ele, o uso precoce de drogas está associado ao consumo excessivo de álcool que pode levar a uma “alteração no comportamento” e fazer com que o jovem se exponha a riscos.

Entretanto, Guerra é cauteloso ao relacionar o consumo precoce a publicidade. “É um assunto tão sério que nós deveríamos ter dados objetivos, números concretos que a gente pudesse falar: 'olha, a propaganda está levando tantos jovens a beber mais cedo' ”, afirmou.

Para o procurador Fernando Lacerda, a publicidade interfere em um processo de escolha que deveria estar sujeito somente ao juízo de cada um. “Justamente porque é uma decisão pessoal, eu acho que tem que ser a mais livre possível. E a publicidade interfere nessa decisão, ela influencia principalmente o jovem, que ainda não tem uma formação pessoal sólida”, disse.

Ele é o autor das ações que pedem indenização das fábricas de cerveja pelos danos causados à sociedade e ao patrimônio público devido ao aumento do consumo induzido pela publicidade. Em uma delas, ele pede R$ 2,764 bilhões, calculados com base nos gastos em saúde do governo federal com doenças e traumas relacionadas ao consumo de bebida alcoólica. “O pedido é que por conta da indústria de cerveja investir maciçamente em publicidade ela implica no aumento de consumo e no aumento desses danos”, afirmou.

Para Ilana Pinsky, a propaganda ideal deveria destacar apenas a qualidade do produto sem fazer associações ao estilo de vida ou a diversão.
Brasil tem desafio especial no combate ao uso de drogas, diz diretor da ONU
Terra.com.br - Notícia



O Brasil tem um desafio especial no combate ao uso de drogas por sua proximidade com países produtores, como a Bolívia, a Colômbia e o Paraguai, embora o problema atinja todos os países do mundo, disse o diretor do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre drogas e crimes para o Brasil e Cone Sul, Bo Mathiasen.
"Não se pode ignorar o fato que estes vizinhos produzem maconha e cocaína na hora de traçar políticas públicas. Nesta região, todos devem trabalhar juntos", explicou o diretor, durante o primeiro seminário Drogas e seus Aspectos Polêmicos, realizado hoje (30) pelo Conselho Estadual Sobre Drogas em São Paulo.
Durante o seminário, o diretor assinalou que para resolver a questão das drogas é preciso que os países encontrem soluções economicamente viáveis para evitar que os jovens sejam estimulados a entrar para a rede formada pelo tráfico. "Sem investimento não há geração de emprego ou de renda. Sem emprego e renda, não há como competir com os trabalhos oferecidos pelo crime organizado".

Mathiasen disse que a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco Mundial fizeram um estudo relacionando economia e crime organizado em alguns países como a Guiana, a República Dominicana e o Haiti. "Ficou comprovado que o crime é uma barreira para o crescimento econômico. Entretanto, não basta apenas investimentos na economia, é preciso também pensar em proteção social, com investimentos em saúde, educação, e assistência social".

Segundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), o Brasil precisa repensar a lei em relação às drogas e destacou o exemplo de Portugal, que mudou a legislação sobre o uso e porte de pequenas quantidades de entorpecentes, transformando em infração administrativa, ao invés de crime. "Em Portugal diminuiu o uso de drogas entre jovens, além de epidemias como o HIV e hepatite, consequência do uso de drogas".

De acordo com o deputado, no Brasil há 80 mil presidiários por crimes ligados ao tráfico, mas sem envolvimento com organizações criminosas. A maioria, segundo ele, são réus primários.

Para o diretor da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad), Ronaldo Laranjeiras, a luta contra as drogas não será vencida enquanto as políticas públicas não envolverem a indústria do álcool. "Pensar na política para drogas sem considerar a questão do álcool é o mesmo que pensar na questão naval sem considerar o oceano". O diretor do centro de pesquisas afirmou que o Brasil deveria ter políticas para desistimular o consumo de álcool. "A lei seca foi a mais importante deste país, mas não há mecanismos para aplicá-la. É preciso estabelecer uma política social do combate ao álcool".

Um em cada quatro pacientes com câncer tem histórico de tabagismo

Um em cada quatro pacientes com câncer tem histórico de tabagismoDo G1, com informações do SPTV

O primeiro perfil de pacientes do Instituto do Câncer do estado de São Paulo reafirma os males causados pelo cigarro e pela bebida: um em cada quatro tem histórico de alcoolismo ou tabagismo. De acordo com a pesquisa, 10% dos pacientes são jovens com menos de 30 anos. A maioria tem tumores que afetam o sangue. Quanto maior a idade, maior a incidência de câncer: 64% dos doentes têm mais de 50 anos.

Para quem pensa que o fumo está relacionado apenas a tumores de pulmão, boca e garganta, vai aí um dado alarmante: o maior índice de fumantes está entre os pacientes com câncer de rim e de próstata. O cigarro fez ou ainda faz parte da rotina de 46% deles.

“Essas substâncias tóxicas do cigarro vão para a circulação sanguínea e acabam afetando muitos outros órgãos do corpo humano”, explica Giovanni Guido Cerri, diretor do Instituto do Câncer.

É o caso de Tadeu Vilela Rodrigues, de 23 anos. Ele descobriu, no ano passado, um linfoma, um câncer no sistema que faz a limpeza do sangue. Enquanto espera por um transplante de medula, conta num blog como supera cada etapa do tratamento. “A gente pode ter uma vida normal, pode sair, ver amigos, pode namorar inclusive”.

Seu Cássio, que acaba de descobrir um câncer no pulmão, fumou durante 30 anos. “Naquela época era bonito fumar”, conta. Manter bons hábitos alimentares, fazer exercícios físicos ajuda a prevenir doenças, entre elas o câncer, segundo o diretor do Instituto do Câncer.
Fernandinho Beira-Mar, com a descriminação de drogas, vai pagar ICMS?
Folha de São Paulo - FERREIRA GULLAR



AO DISCUTIR os problemas que dizem respeito a todos nós, não o faço por arrogância, mas para tentar entendê-los, suscitar a discussão ampla, já que os discuto comigo mesmo.Um desses problemas são as drogas, que, a cada dia, se torna mais agudo, provocando debates e tentativas de solução os mais diversos e polêmica.Vejo com apreensão pessoas e instituições responsáveis defenderem a descriminação dessas drogas, de todas ou das chamadas drogas leves, como a maconha. A experiência que tenho -eu e muita gente- indica que a droga leve é, quase sempre, a etapa inicial que conduz às drogas pesadas.


Os defensores da descriminação usam de um argumento que considero sofismático: alegam que defendem o fim da repressão ao tráfico de drogas porque a experiência demonstrou sua inoperância, isto é, a repressão não impediu o crescimento do tráfico e o aumento do consumo de drogas.


Veja bem: o aparelho judicial e a polícia foram criados para reprimir o crime e defender a sociedade; não obstante, após séculos de existência, não conseguiram acabar com a criminalidade que, pelo contrário, cresceu. Devemos, por isso, não mais prender e punir os criminosos? Claro que não. Não há como extinguir definitivamente a criminalidade, mas deixar de combatê-la é a pior das opções. Ninguém, em sã consciência, defenderá essa tese.


Do mesmo modo, acabar com a repressão ao tráfico e ao consumo de drogas seria render-se aos criminosos e entregar as pessoas (particularmente os jovens) a consequências desastrosas. Basta pensar: que autoridade teria um pai de família para aconselhar o filho a não consumir drogas, se o próprio governo as legalizar e as permitir?


Quando, pela primeira vez, ouvi falar da necessidade de descriminar as drogas, lembrei-me de que a cocaína não é produzida aqui, vem de países vizinhos, onde seu uso é proibido. Como vender legalmente uma mercadoria que entrou ilegalmente no país? A opção inevitável será, sem dúvida, o plantio, no Brasil, da coca, em larga escala. Deixaríamos de plantar feijão e arroz para cultivar um produto bem mais lucrativo.


Talvez por isso, passou-se a falar na legalização mundial das drogas. Essa gente delira, mesmo sem cheirar cocaína. Alguém acredita que Fernandinho Beira-Mar, que ganha milhões de reais com a venda ilegal de drogas, vai passar a pagar Imposto de Renda e ICMS? Ignoram que alguns dos maiores contrabandos que existem no Brasil são de pedras preciosas e de cigarros, que não têm sua comercialização proibida.


Mas há outro ponto também discutível, que é legalizar o consumo de drogas. Acreditam que o consumidor é um doente, que deve ser tratado e não castigado.


Será verdade que todo consumidor de drogas é um doente? Aposto que não. Os maiores consumidores de cocaína e drogas sintéticas não são viciados patológicos e, sim, consumidores que utilizam as drogas socialmente.


Não há o cara que bebe socialmente e não é alcoólatra? Assim como a maioria dos que consumem bebidas alcoólicas não é constituída de alcoólatras, há muita gente que ganha bem, goza de prestígio social como empresário ou artista, e consome maconha, cocaína, ecstasy, promove festas para, divertidamente, drogar-se, ele e sua patota. Compra drogas de vendedores qualificados, que não precisam subir o morro.


Alguém acredita que os milhões de reais que as drogas rendem ao tráfico saem do bolso dos favelados ou do garotão viciado, filhinho de papai, que paga o traficante roubando da família?


A legalização do consumo de drogas só servirá para estimular um número maior de pessoas, socialmente bem situadas, a se tornarem alegres consumidores delas. Oferecer tratamento ao viciado está certo, mas como, se a nova política de saúde -a tal "psiquiatria democrática"- não possibilita internações?


E pense nisto: o tráfico sobreviveria se, de repente, ninguém mais usasse drogas? Um exemplo hipotético: se as pessoas deixassem de consumir carne, a produção e o comércio de carne sobreviveriam? Todos sabemos que nenhuma mercadoria subsiste sem comprador.


É um contrassenso, portanto, pretender acabar com o tráfico de drogas liberando o consumo. Essa liberação, sem dúvida alguma, multiplicaria por milhões o número de consumidores e fortaleceria ainda mais o tráfico.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Slides da Palestra sobre COMPULSÕES apresentada no Amor-Exigente/2009:


COMPULSÕES
Dra. Débora Christina Ribas D’Ávila
Médica Psiquiatra



Qual a diferença entre OBSESSÕES e COMPULSÕES?

OBSESSÕES de pensamentos, de idéias
COMPULSÕES de comportamentos, de atos



COMPULSÕES

Normalmente ocorrem para alívio de ansiedade e evitar prejuízo.

Comportamentos repetitivos, freqüentes e excessivos (rituais).

Mal adaptativos (geram sensação negativa).

Hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional (ativação do sistema de recompensa cerebral)



EXEMPLO DE PROCESSO OBSESSIVO-COMPULSIVO:


Pensamento de se contaminar através de alguma sujeita nas mãos

-> lavar as mãos para aliviar a angústia

-> alívio imediato

-> lavar as mãos excessivas vezes

-> mãos feridas, escoriadas, longo tempo perdido na lavagem

-> prejuízo em outras atividades da vida.


COMPULSÕES MAIS FREQUENTES:

lavagem das mãos ou do corpo;

verificação;

ordem, simetria, seqüência ou alinhamento;

colecionar ou armazenar objetos,

tocar;

orações;

fazer contagens ou listas.



COMPULSÕES DO CONTEMPORÂNEO:

transtornos alimentares,

compulsões sexuais,

compulsões às informações e à internet,

workholismo,

vigorexia - obsessão pela estética ideal,

compulsão a compras,

automutilação,

drogadição



TRANSTORNOS ALIMENTARES


PROMUD/Ipq – Metade das mulheres dependentes de álcool e drogas possuem algum transtorno alimentar
41% comer compulsivo
30% bulimia
8% anorexia

COMPULSÕES ALIMENTARES estão presentes tanto na “ativa” quanto na abstinência da adicção
Uso de anfetaminas, cocaína e crack (anorexígenos)
Abuso de fluoxetina, sertralina e sibutramina (antidepressivos)



“DRUNKOREXIA” ou “EBRIOREXIA” – uso de drogas ou álcool com pouca ou nenhuma comida (Amy Winehouse e Britney Spears)

Manutenção do tabagismo por medo de engordar
1g de álcool = 7 calorias (o dobro de 1g de açúcar)
padrão recorrente, mínimo 2 X semana de grande quantidade de alimentos ingerida rapidamente com perda de controle - não consegue interromper a refeição mesmo quando se sente estufada ou plenamente saciada



COMPULSÕES SEXUAIS

Ato repetitivo de busca de prazer sexual como tranqüilizante, diminuindo sentimentos de ansiedade, medo e solidão

Erotomania e Ninfomania = exagero do desejo sexual

Masturbação compulsiva, sexo virtual

Promiscuidade

Parafilia: exibicionismo, voyeurismo, pedofilia e estupro.



COMPULSÕES ÀS INFORMAÇÕES E À INTERNET



“WEBAHOLICS” ou portadores de TDI (Transtorno de Dependência a Internet)

Sensação de prazer – ativa sistema de liberação de dopamina

Necessidade contínua e crescente de se conectar

Ansiedade quando “offline”


COMPLICAÇÕES DAS COMPULSÕES ÀS INFORMAÇÕES E À INTERNET:

E-trombose: coagulo formado nas pernas e se espalha causando embolia pulmonar e IAM

CVS – Síndrome da visão de computadores:irritação, olhos vermelhos, coceira, secura ou lacrimejamento, fadiga, sensibilidade à luz, sensação de peso nas pálpebras ou fronte, dificuldades em conseguir foco.

Problemas articulares – dores e lesões



COMPULSÃO POR TRABALHO (WORKAHOLICS)


Não consegue se desligar do trabalho mesmo fora dele

Deixa de lado seu parceiro(a), filhos, pais, amigos

Os seus melhores amigos passam a ser aqueles que tem ligação com seu trabalho.

Qualidade de vida ruim,

Insônia,

Surtos de mau-humor,

Impotência,

Agressividade quando fracassado ou pressionado,

Depressão,

Medo de fracassar.



VIGOREXIA – OBSESSÃO PELA ESTÉTICA IDEAL

Volume e intensidade de atividade física que excede a capacidade de recuperação,

Auto-imagem distorcida,

Síndrome de Adônis,

Overtraining

COMPLICAÇÕES:

Dor muscular e fadiga persistentes

Ritmo cardíaco elevado

Infecções e lesões

Irritabilidade

Depressão e perda de motivação

Insônias

Perda de apetite e peso

Menor desempenho sexual



COMPULSÕES
COMPULSÃO A COMPRAS (oniomania)

Ansiedade por satisfazer o desejo de ter algo – planos elaborados de como fazê-lo – compra - alívio da ansiedade com a compra – dívidas e comprometimento de seus bens e renda – sensação de vazio – desejo de nova compra

2% da população mundial

Grupo de Apoio: “Devedores Anônimos”



COMPULSÕES
AUTOMUTILAÇÃO


Lesão provocada no próprio corpo sem intenção de suicídio,
para alívio de emoções insuportáveis,sensações de irrealidade e apatia,

Esmurrar-se, chicotear-se, enforcar-se

Morder mãos, lábios, língua, ou braços

Reabrir feridas (dermatotilexomania)

Arrancar os cabelos (tricotilomania)

Queimar-se (cigarro, produto químico, sal e gelo)

Furar-se (agulhas, arames, pregos, canetas)

Beliscar-se,

Ingerir agentes corrosivos, alfinetes

Envenenar-se, medicar-se



Dra. Débora Christina Ribas D’Ávila
e-mail deboradavila@deboradavila.com
Fone (19) 3253-7277

quinta-feira, 25 de junho de 2009

MORTES POR ABUSO DE DROGAS BATEM RECORDE

Segundo relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre casos de intoxicação no País, as mortes por overdose bateram recorde. Pela primeira vez ocuparam o segundo lugar no ranking de morte por intoxicação para o sexo masculino, superando os raticidas (ficam atrás dos agrotóxicos). Os dados são referentes ao ano de 2007.

Houve 64 óbitos no último balanço, ante 42 no ano anterior. Em 2000, foram 7 registros. Apesar das informações não representarem um número absoluto alto, lançam luz sobre um problema não notificado. Os medicamentos, por exemplo, líderes em ocorrências de intoxicação (foram 81 mortes), também escondem casos em que os remédios são utilizados para o “uso recreativo”, com o intuito de “dar barato”.
“Enquanto no geral os casos de intoxicação são provocados por medicamentos, pelo mau uso, e as crianças com menos de 5 anos são as vítimas principais, o perfil do intoxicado por drogas é outro”, afirma Rosany Bothner, diretora do Sistema de Notificação por Intoxicação (Sinitox) da Fiocruz. “Os casos acontecem por abuso e os jovens entre 20 e 29 anos respondem por 35% das notificações.”

CONSUMO DE DROGAS SINTÉTICAS CRESCE NO MUNDO

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2009 apresentado pelo Escritório das Nações Unidas para a Droga e o Crime (UNODC).

O documento, que analisa as tendências de produção, tráfico e consumo de drogas, também aponta um aumento na violência relacionada ao tema.

Apesar de reconhecer a dificuldade de obter dados precisos, o estudo estima que os mercados de opiáceos, cocaína e maconha estão diminuindo, inclusive nas regiões tradicionalmente mais consumidoras - Ásia, Europa e América do Norte, respectivamente.

A queda no uso de entorpecentes tradicionais se viu ofuscado com o aumento no consumo de drogas sintéticas, como o LSD e o ecstasy. O aumento pode estar relacionado a maior lucro na produção de drogas sintéticas, que não necessitam de plantações (podem ser fabricadas em um laboratório de cozinha), a facilidade do tráfico (são facilmente confundidas com medicamentos legalizados) e melhor aceitação pelos jovens que ainda apresentam dificuldades em consumir drogas inaláveis ou injetáveis, por exemplo.

No último ano do qual existem dados, o de 2007, as apreensões deste tipo de entorpecentes somaram 51,6 toneladas, o número mais alto já registrado.

A maconha continua sendo a droga mais consumida, com entre 143 e 190 milhões de consumidores, especialmente na América do Norte e Europa Ocidental, embora recentes estudos apontem que seu uso, especialmente entre os mais jovens, venha caindo.

À parte dos números de consumo, o relatório da ONU insiste na violência e na criminalidade ligada ao mundo das drogas.

No entanto, apesar de reconhecer que a repressão da produção e consumo de drogas criou um mercado negro que gera criminalidade, a UNODC insiste em que, para a instituição a solução ao problema não passa por legalizar os entorpecentes.
Segundo a ONU, os entre 18 e 38 milhões de viciados em drogas que existem em todo o mundo "necessitam de ajuda médica, e não de um castigo penal". Por isso, pediu para que todos os países desenvolvam programas que permitam o acesso generalizado a tratamentos de reabilitação.

CIGARRO ELETRÔNICO

No mês de Agosto, estará disponível para comercialização o produto Smoking Everywhere – E-Cigarette – um cigarro eletrônico importado dos Estados Unidos pelo Museu das Invenções, ligado à Associação Nacional dos Inventores (ANI) - entidade sem fins lucrativos que apoia e estimula novos produtos e ideias inovadoras.

O presidente da ANI, Carlos Mazzei, conferiu pessoalmente a criação e simpatizou com a ideia, já que, como informa o site www.smoking-everywhere.com, o produto “parece e até tem gosto de um cigarro tradicional, mas não contém alcatrão nem provoca cheiro, combustão, fogo, fumaça ou emissão de monóxido de carbono ou cinzas”.

O E-Cigarette é baseado em tecnologia microeletrônica. É composto por um filtro aromatizado, um nebulizador que provoca fumaça de vapor d'água e um chip inteligente com bateria recarregável de lítio. Uma luz-piloto se acende quando em funcionamento, imitando a brasa de um cigarro. - O maior atrativo do cigarro eletrônico é que ele faz fumaça, porém não incomoda com seu cheiro - explica Mazzei.

Para ele, o cigarro eletrônico é uma alternativa para fumantes que não conseguem perder o costume de pegar o cigarro, colocá-lo na boca e segurá-lo entre os dedos, além da sensação de soltar a fumaça. O produto já vem sendo comercializado com sucesso no estado norte-americano da Flórida.

O kit – composto de cigarro, carregador e filtros – tem previsão de custo para o consumidor de aproximadamente R$ 500. O filtro de reposição, nos sabores tabaco, mentol, cravo, café, chocolate, baunilha, morango, cereja e maçã, vendido em caixas com cinco unidades, deverá custar cerca de R$ 10.

CONSUMO DE COCAÍNA E MACONHA AUMENTAM NO BRASIL

O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc) divulgou em o Relatório Mundial sobre Drogas 2009 - o mercado global de cocaína sofreu abalos sísmicos, graças à cooperação internacional.

A produção caiu 15% (a maior queda em cinco anos), o consumo caiu na maior parte dos países ou ficou estagnado.
Infelizmente no Brasil o consumo da cocaína quase dobrou em três anos.

890 mil brasileiros são usuários, o que representava 0,7% da população entre 12 e 65 anos em 2007. Há ainda o aumento no consumo do crack, derivado mais barato da cocaína. Em um ano, o relatório mostra que triplicaram apreensões - de 145 mil para 578 mil quilos.

"O crack vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química", afirma Bo Mathiasen, representante da Unodc no Brasil.

No que diz respeito à produção, o Brasil não incomoda o mundo. O País não produz para exportação. Incomodamos por ser um país de trânsito excelente para o tráfico(que vem de Colômbia, Peru e Bolívia e segue para África e Europa), já que temos fronteiras com os maiores produtores de cocaína do mundo. São 9 mil km que temos de cuidar, analisou o secretário nacional de Políticas Antidrogas, general Paulo Uchoa. O relatório aponta que a América do Sul foi responsável, em 2007, por 45% do total mundial de apreensões de cocaína. O Brasil foi o 10º em apreensões. A queda na produção mundial, de acordo com a ONU, seria um reflexo não apenas das ações de repressão, mas também do início da queda no consumo nos maiores mercadores consumidores - EUA e Europa, que estão em crise.

O consumo de maconha no Brasil quase triplicou em um período de quatro anos.

O Brasil é o maior mercado de cocaína da América do Sul, seguido pela Argentina. Os dados contrastam com a tendência dos países ricos de redução ou estabilidade no consumo de cocaína. Nos EUA, os usuários passaram de 6 milhões para 5,7 milhões no período, enquanto nos principais países europeus essa taxa ficou estável. O estudo diz que o Brasil é um dos quatro países com mais consumidores de drogas injetáveis, atrás de China, EUA e Rússia. Esses quatro concentram 45% do total.

O Estado de S. Paulo.

domingo, 7 de junho de 2009

USUÁRIO DE DROGAS - CASO DE SAÚDE OU DE POLÍCIA?

O USUÁRIO DE DROGAS RESPONDE POR SEUS ATOS?

Desde a entrada em vigor da Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad), nenhum usuário e/ou dependente de drogas brasileiro pode ser preso. A lei não "descriminalizou" o uso das drogas, mas "despenalizou-o", determinando que usuários e dependentes sejam encaminhados a tratamento e procurando diferenciá-los do traficante. Desde então foram periciados no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF) somente pessoas acusadas de tráfico de drogas (e não mais usuários ou sujeitos flagrados portando pequenas quantidades), as quais, se consideradas dependentes e houverem cometido delitos que guardem relação causal direta com a dependência, poderão beneficiar-se dos artigos 45 (isenção de pena) e 46 (redução de pena) da referida lei.

E o que ocorre? O Tribunal de Justiça do RS informa que, em 2008, iniciou 401.388 processos criminais (www.tj.rs.gov.br). Destes, o IPF recebeu solicitação de perícias em 1.731 processos, permitindo inferir ter o Poder Judiciário considerado que em apenas 0,43% dos crimes havia dúvida sobre a sanidade mental do réu. Uma amostra de 787 réus periciados em 2008 revelou que um em cada cinco foi processado pelo delito de tráfico de drogas e, destes, a metade apresentou um diagnóstico de portar dependência à cocaína (inclusive crack). Entre os diagnosticados como dependentes, mais de 40% receberam - através dos laudos psiquiátrico-legais - a recomendação de se submeterem a tratamento, quer junto a serviços especializados na comunidade, quer dentro do sistema prisional durante o cumprimento de pena eventualmente imposta pelo Judiciário.

R$ 117,3 MILHÕES CONTRA AS DROGAS

Temporão anuncia investimento de R$ 117,3 milhões em plano de emergência contra as drogas

Do UOL Notícias - em São Paulo

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quinta-feira (4) em Brasília o lançamento de um plano emergencial para o atendimento de usuários de álcool e drogas em 107 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais e sete municípios de fronteira. No total, o projeto prevê o investimento de R$ 117,3 milhões.

O foco do programa são crianças, adolescentes e jovens em situação de risco. Os municípios atendidos pelo programa representam 41% da população brasileira.

A verba de R$ 117,3 milhões será usada para ampliar o acesso ao tratamento em saúde mental no SUS (Sistema Único de Saúde), inclusive com criação de novos leitos de internação; qualificar profissionais; habilitar e fortalecer a rede de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) já existente; e realizar ações de promoção de saúde.
O plano tem caráter intersetorial e a Saúde irá trabalhar em conjunto com o Ministério da Justiça, o Ministério da Cultura e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras pastas.

MEDICAMENTO PARA EMAGRECER

Anfetaminas estão agora proibidas

Femproporex, mazindol e anfepramona, usados como controladores de apetite em tratamentos de perda de peso, não podem mais ser vendidos no país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a produção, comercialização e manipulação destes medicamentos alegando que há falta de dados comprovando a segurança das substâncias e que há fortes evidências de efeitos adversos graves.

A mesma norma da Anvisa prevê restrições à sibutramina, também utilizada em tratamentos de perda de peso. Agora os profissionais da saúde, empresas detentoras de registro e farmácias ficam obrigadas a notificar os efeitos adversos relacionados com o uso do medicamento. Além disso, o tratamento deve ser descontinuado em pacientes que não apresentem resultados após quatro semanas de uso do produto.

A Polícia Federal pelo menos 23 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em tráfico de medicamentos emagrecedores no Brasil e no exterior. A Operação F-40 foi deflagrada para combater a comercialização ilícita de medicamentos que contêm substâncias psicotrópicas anorexígenas (que tiram o apetite) e de uso controlado.

O grupo atuava na região do Vale do Aço mineiro, onde foram presos três proprietários de farmácias de manipulação.

As farmácias falsificavam rótulos, receitas médicas e notas fiscais para a fabricação do medicamento. "As empresas revendiam a intermediários, que efetuavam a distribuição desses medicamentos nas regiões de Ipatinga e Belo Horizonte, em outros Estados e no exterior, principalmente para Portugal e os Estados Unidos".

Conforme a acusação formal, os réus criaram a fórmula de um produto que anunciavam como fitoterápico, mas na realidade era composto por substâncias psicotrópicas causadoras de dependência física e psíquica. No mercado internacional, o medicamento era vendido com o nome de Emagrece Sim. No Brasil, recebia o nome de Herbathin.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

'Chicletes' de nicotina podem aumentar risco de câncer na boca.

Os 'chicletes' de nicotina, usados por fumantes para tentar parar de fumar, podem aumentar o risco de câncer bucal, afirma reportagem no jornal londrino "The Times". Uma pesquisa coordenada por Muy-Teck Teh, da Universidade de Londres, mostrou que a ação da nicotina por via oral pode afetar células da boca que já carregam uma mutação potencialmente cancerígena, levando-as a "cruzar a barreira" rumo ao câncer propriamente dito.


Sabe-se que a nicotina não é o componente mais cancerígeno no cigarro, e o fato de ela não ser inalada quando consumida na forma de chiclete também diminui o risco associado à molécula. Em entrevista ao "Times", Teh fez questão de ressaltar que, apesar de tudo, as pessoas que estão usando o chiclete como forma de parar de fumar devem manter o uso, já que o risco ainda é bem menor do que o envolvido em continuar tabagista. Teh também recomendou que as pessoas não ultrapassem o período normal de uso do produto, que em geral é de cerca de seis meses. Pode ser que o uso continuado além desse período é que aumente o risco de problemas bucais.

domingo, 5 de abril de 2009

AUMENTO DE IMPOSTOS SOBRE O CIGARRO NO BRASIL

O Ministério da Fazenda anunciou um aumento nos impostos federais que incidem sobre os cigarros no Brasil. A medida elevará os preços dos maços de cigarros entre 20% e 25%. O governo espera que o aumento do imposto sobre o cigarro compense a perda de receita com os benefícios fiscais concedidos ao setor de automóveis e de material de construção como recurso para enfrentar a crise econômica. Seu efeito paralelo será uma melhoria na saúde do brasileiro. Estudos da Organização Mundial da Saúde indicam que um aumento de 10% nos impostos sobre o fumo geralmente acarretam uma queda de 4% no consumo de cigarros, no caso dos países desenvolvidos, e de 8% nos países em desenvolvimento.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

ÁLCOOL E CANCER DE MAMA

CONSUMO DE ÁLCOOL PODE AUMENTAR AS CHANCES DE UM SEGUNDO CANCER DE MAMA


Entre as mulheres que já tiveram câncer em uma mama, o consumo de bebidas alcoólicas pode aumentar os riscos de desenvolver tumores na outra mama, segundo estudo publicado no American Journal of Epidemiology. Os pesquisadores do Mount Sinai Hospital, no Canadá, compararam os padrões de consumo de álcool e tabagismo entre mulheres com histórico de câncer em uma mama - 1,4 mil que posteriormente desenvolveram tumores na outra mama, e 708 que não tiveram o segundo câncer.

Há um aumento de 30% no risco de ter a doença no outro seio entre aquelas que consomem bebidas alcoólicas. O hábito de fumar não interfere no risco.

sexta-feira, 27 de março de 2009

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA DO ÁLCOOL (SAA) E SEU TRATAMENTO

Pessoas que bebem de forma excessiva, quando diminuem o consumo ou se abstêm completamente, podem apresentar um conjunto de sintomas e sinais, denominados Síndrome de Abstinência do Álcool (SAA).
Uma série de fatores influenciam o aparecimento e a evolução desta síndrome, entre eles: a vulnerabilidade genética, o gênero (sexo), o padrão de consumo de álcool (quantidade e frequencia do uso), as características individuais biológicas e psicológicas e os fatores sócio-culturais.
Os sinais e sintomas mais comuns da SAA são: agitação, ansiedade, alterações de humor (irritabilidade, disforia), tremores, náuseas, vômitos, taquicardia (coração disparado), hipertensão arterial (pressão alta). Podem ocorrer complicações como: alucinações, o Delirium Tremens (DT) e convulsões.
Os sintomas e sinais da SAA estão relacionados à alteração nos níveis de liberação de noradrenalina e dopamina.
A liberação de dopamina, durante a SAA, apresenta queda a níveis inferiores aos observados no período anterior à exposição crônica ao álcool.



COMO SE FAZ DIAGNÓSTICO DE SAA?

A redução ou a interrupção do uso do álcool em pacientes dependentes produz um conjunto bem definido de sintomas chamado de síndrome de abstinência. Embora alguns pacientes possam experimentar sintomas leves, existem aqueles que podem desenvolver sintomas e complicações mais graves, levando-os até a morte.
O quadro se inicia após 6 horas da diminuição ou interrupção do uso do álcool, quando aparecem os primeiros sintomas e sinais. São eles: tremores, ansiedade, insônia, náuseas e inquietação. Sintomas mais severos ocorrem em aproximadamente 10% dos pacientes, e incluem febre baixa, taquipnéia (respiração acelerada), tremores e sudorese profusa.
Em cerca de 5% dos pacientes não tratados, as convulsões podem se desenvolver.
Outra complicação grave é o delirium tremens , caracterizado por alucinações, alteração do nível da consciência e desorientação. A mortalidade nos pacientes que o apresentam é de 5 a 25%.

NÍVEL DE GRAVIDADE DA SAA:

Nível I – Quando o comprometimento é LEVE/MODERADO e, portanto, apresenta uma síndrome de abstinência leve/moderada, compreendendo os seguinte aspectos:
BIOLÓGICOS: leve agitação psicomotora; tremores finos de extremidades; sudorese facial discreta; episódios de cefaléia; náuseas sem vômitos; sensibilidade visual, sem alteração da percepção auditiva e tátil.
PSICOLÓGICOS: o contato com o profissional de saúde está íntegro; o paciente encontra-se orientado temporoespacialmente; o juízo crítico da realidade está mantido; apresenta uma ansiedade leve; sem relato de episódio de violência auto ou heterodirigida.
SOCIAIS: mora com familiares ou amigos e esta convivência está regular ou boa; sua atividade produtiva vem sendo desenvolvida, mesmo que atualmente esteja desempregado/afastado, a rede social está mantida.
COMÓRBIDOS: sem complicações e/ou comorbidades clínicas e/ou psiquiátricas graves detectadas ao exame clínico-psiquiátrico geral.

Para os pacientes classificados como nível I deve ser informado com clareza sobre o diagnóstico, recebendo orientações sobre a dependência do álcool e sobre a síndrome de abstinência, além de tratamento específico para a fase de privação aguda de acordo com a necessidade. O encaminhamento será direcionado para o tratamento ambulatorial especializado, com ou sem desintoxicação domiciliar.

Nível II – Quando o comprometimento é GRAVE e, portanto, apresenta uma síndrome de abstinência grave com os seguintes aspectos:
BIOLÓGICOS: agitação psicomotora intensa; tremores generalizados; sudorese profusa; cefaléia; náuseas com vômitos; sensibilidade visual intensa; quadros epiletiformes agudos ou relatados na história pregressa.
PSICOLÓGICOS: o contato com o profissional de saúde está prejudicado; o paciente encontra-se desorientado temporoespacialmente; o juízo crítico da realidade está comprometido; apresenta-se com uma ansiedade intensa; refere história de violência auto ou heterodirigida; o pensamento está descontínuo, rápido e de conteúdo desagradável e delirante; observam-se alucinações auditivas, táteis ou visuais.
SOCIAIS: o relacionamento com familiares ou amigos está ruim; tem estado desempregado, sem desenvolver qualquer atividade produtiva; a rede social de apoio é inexistente ou restrita ao ritual de uso do álcool; não possui familiares auxiliando no tratamento.
COMÓRBIDOS: com complicações e/ou comorbidades clínicas e/ou psiquiátricas graves detectadas ao exame geral.

Para os pacientes nível II, a emergência clínica-psiquiátrica será a melhor intervenção, solicitando-se a presença imediata de familiares ou amigos para orientação quanto à gravidade do quadro. O paciente será encaminhado para tratamento hospitalar especializado, sendo que a família deverá receber uma intervenção psicoeducacional sobre o transtorno, concomitantemente.


PRINCIPAIS COMORBIDADES COM A SAA:


SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Apagamentos (amnésia lacunar)
Convulsão
Diminuição da habilidade motora e transtornos motores
Diminuição da capacidade cognitiva
Neuropatia sensório-motora periférica
Síndrome de “Wernicke-Korsakoff”: oftalmoplegia + ataxia +
Confusão mental + alterações de memória.
Degeneração cerebelar
Encefalopatia hepática
Demência relacionada ao álcool
Transtornos neuropsicológicos relacionados ao álcool
Traumatismo crânio encefálico
SISTEMA GASTROINTESTINAL
Pancreatite crônica
Esteatose hepática
Hepatite alcoólica
Hemorragia digestiva
Cirrose hepática com ou sem hepatite alcoólica
Gastrite
Esofagite de refluxo
Tumores

SISTEMA ÓSTEO-MUSCULAR
Fraqueza muscular proximal
Miopatia generalizada
Osteopenia
Quedas freqüentes e fraturas
ANORMALIDADES HEMATOLÓGICAS
Distúrbios de coagulação
Anemias por deficiência nutricional

SISTEMA CARDIOVASCULAR
“Holiday Heart Syndrome”: episódios de arritmia supraventricular após grande ingestão alcoólica
Arritmias: fibrilação atrial, flutter atrial, extrassistolia
Insuficiência cardíaca
Miocardiopatia alcoólica
Hipertensão arterial
SISTEMA ENDÓCRINO
Hipoparatireoidismo transitório
Alteração do ritmo menstrual
Impotência sexual (por diminuição de testosterona)
Ginecomastia
Diabetes
Infertilidade
Diminuição da libido
Diminuição dos caracteres sexuais masculinos
ALTERAÇÕES METABÓLICAS
Hipomagnesemia
Hipoglicemia
Hipopotassemia
Cetoacidose
RENAL
Rabdomiólise / Insuficiência Renal Aguda

DERMATOLÓGICO
Pelagra
Afecções secundárias de pele
Eczemas
Queda de cabelo
Aranhas vasculares
Eritema palmar
Dermatite seborréica, rinofima
Prurido
Rubor facial
Ecmoses
Xerodermia
ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS
Deficiências vitamínico-minerais
Deficiências protéicas

As principais comorbidades e/ou complicações psiquiátricas são:

Alterações do sono
Transtorno de personalidade anti-social
Suicídio e ideação suicida
Transtornos depressivos
Transtornos ansiosos


EXAMES LABORATORIAIS

Para complementar a avaliação inicial é necessário que se realize alguns exames laboratoriais com o objetivo de investigar adequadamente as alterações orgânicas decorrentes da dependência do álcool e que influenciam a síndrome de abstinência. Os exames indicados são: o volume corpuscular médio (VCM); os níveis das enzimas hepáticas (TGO,TGO,GGT) e eletrólitos, como o magnésio, o sódio e o potássio.
Para o diagnóstico diferencial das complicações podem ser solicitados outros exames: radiografia ou ultrassonagrafia de tórax, abdome e/ou crânio ou tomografia computadorizada de crânio.


TRATAMENTO DA SAA:

Os objetivos do tratamento da síndrome de abstinência do álcool são:
1. o alívio dos sintomas existentes;
2. a prevenção do agravamento do quadro com convulsões e delirium;
3. a vinculação e engajamento do paciente no tratamento da dependência propriamente dita;
4. a possibilidade de que o tratamento adequado da SAA possa prevenir a ocorrência de síndromes de abstinência mais graves no futuro.

Tratamento ambulatorial:

A atitude do profissional de saúde deve ser acolhedora, empática e sem preconceitos. O tratamento da SAA (quadro agudo) é um momento privilegiado para motivar o paciente para o tratamento da dependência (quadro crônico). Deve-se esclarecer a família e, sempre que possível, o próprio paciente sobre os sintomas apresentados, sobre os procedimentos a serem adotados e sobre as possíveis evoluções do quadro. Deve ser propiciado ao paciente e à família o acesso facilitado a níveis mais intensivos de cuidados (serviço de emergência, internação) em casos de evolução desfavorável do quadro. É importante ainda reforçar a necessidade de comparecimento nas consultas remarcadas, que serão tão freqüentes quanto possível, nos primeiros 15 dias do tratamento.

Abordagem não-farmacológica:

• Orientação da família e do paciente quanto à natureza do problema, tratamento e possível evolução do quadro;
• Propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual;
• A dieta é livre, com atenção especial à hidratação;
• O paciente e a família devem ser orientados sobre a proibição do ato de dirigir veículos;
• As consultas devem ser marcadas o mais brevemente possível para reavaliação.

Abordagem farmacológica:

• Reposição vitamínica: tiamina intramuscular, nos primeiros 7-15 dias; após este período a via é oral. Doses de 300mg/dia de tiamina são recomendadas com o objetivo de evitar a Síndrome de Wernicke, que cursa com ataxia, confusão mental e anormalidades de movimentação ocular extrínseca (esta última, nem sempre presente);
• Benzodizepínicos (BDZs): a prescrição deve ser baseada em sintomas. Dessa forma, as doses recomendadas são as que, em média, o paciente pode receber num determinado dia. O paciente e os familiares devem ser informados a respeito dos sintomas a serem monitorados e orientados sobre a conveniência de utilizar a maior dosagem da medicação à noite. Se houver qualquer sintoma de dosagem excessiva de BZD, como sedação, deve-se proceder a interrupção da medicação.
Diazepam: 20mg via oral (VO) por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana OU Clordiazepóxido: até 100mg VO por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana.
Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 4mg VO por dia, com retirada gradual em uma semana.

Ocorrendo falha (recaída ou evolução desfavorável) dessas abordagens, a indicação de ambulatório deve ser revista, com encaminhamento para modalidades de tratamento mais intensivas.

Internação domiciliar

O paciente deve permanecer restrito em sua moradia, com a assistência dos familiares.

Abordagem não-farmacológica:
• A orientação da família deve ter ênfase especial em questões relacionadas à orientação têmporo-espacial e pessoal, níveis de consciência, tremores e sudorese;
• Propiciar ambiente calmo, confortável e com pouca estimulação audiovisual;
• A dieta é leve, desde que tolerada, com atenção especial à hidratação;
• Visitas devem se restritas, assim como a circulação do paciente.




Abordagem farmacológica:
• Reposição vitamínica: a mesma recomendada para o tratamento ambulatorial;
• Benzodiazepínicos (BDZs): a prescrição deve ser baseada em sintomas. Dessa forma, as doses recomendadas são as médias que o paciente pode atingir num determinado dia; o paciente e os familiares devem ser informados a respeito dos sintomas a serem monitorados e orientados sobre a conveniência de utilizar a maior dosagem da medicação à noite. Deve-se ressaltar que a dose adequada é aquela que diminui os sintomas da abstinência, e que, portanto, em algumas situações, doses muito maiores do que esta recomendada podem ser indicadas.
Diazepam: 40 mg via oral (VO) por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana; OU Clordiazepóxido: 200mg VO por dia, com retirada gradual ao longo de uma semana. Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 8mg VO por dia, com retirada gradual em uma semana.
Na recaída ou evolução desfavorável, está indicado o tratamento hospitalar.

Tratamento hospitalar

Esta modalidade é reservada aos casos mais graves, que requerem cuidados mais intensivos. Doses mais elevadas de BZDs são geralmente necessárias e sua prescrição deve ser baseada em sintomas avaliados de hora em hora. Deve ser dada atenção especial à hidratação e correção de distúrbios metabólicos (eletrólitos, glicemia, reposição vitamínica). Em alguns casos, a internação parcial (hospital dia ou noite) pode ser indicada, e, nestes casos, a orientação familiar sobre a necessidade de comparecimento diário deve ser reforçada e a retaguarda para emergências deve ser bem esclarecida. A utilização de “bafômetro”, quando esse recurso está disponível, pode ser feita na chegada do paciente na unidade.

Abordagem não-farmacológica:
• Monitoramento do paciente deve ser freqüente, com aplicação da escala Clinical Institute Withdrawal Assessment for Alcohol, Revised - CIWA-Ar (anexo 1), que orienta a avaliação do paciente em relação à gravidade da SAA e a necessidade de administração de medicamentos.
• A locomoção do paciente deve se restrita.
• As visitas devem ser limitadas, pois o ambiente de tratamento deve ser calmo, com relativo isolamento, de modo a ser propiciada uma redução nos estímulos audiovisuais.
• A dieta deve ser leve, quando aceita. Pacientes com confusão mental devem permanecer em jejum, pois existe o risco de aspiração e complicações respiratórias. Nesses casos, deve ser utilizada a hidratação por meio de 1.000 ml de solução glicosada 5%, acrescida de 20ml de NaCl 20% e 10ml de KCl 19,1%, a cada 8 horas.

O que NÃO fazer:

• A administração de glicose, indiscriminadamente, por risco de ser precipitada a síndrome de Wernicke. A glicose só deve ser aplicada parenteralmente após a administração de tiamina;
GUIMARÃES ROSA - SOBRE LOUCURA E RELIGIÃO

Hem? Hem? O que mais penso, testo e explico: todo mundo é louco. O senhor,eu, nós, as pessoas todas. Por isso é que se carece principalmente de religião: para se desendoidecer, desdoidar. Reza é que sara loucura. No geral. Isso é que é a salvação da alma…Muita religião, seu moço! Eu cá não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio… Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue. (...) Tudo me quieta, me suspende. Qualquer sombrinha me refresca.Estremeço. Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. (...) Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem está presa encantoada - erra rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços. Acho que o espírito da gente é cavalo que escolhe estrada: quando ruma para tristeza e morte, vai não vendo o que é bonito e bom.

Guimarães Rosa (Riobaldo)Grande Sertão: Veredas.

PROGRAMA DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS - HISTÓRIA

PROGRAMA DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

A HISTÓRIA DO A.A.

A Irmandade de Alcoólicos Anônimos nasceu na cidade de Akron, Ohio, Estados Unidos, em 1935, quando um homem de negócios de Nova Iorque, sóbrio pela primeira vez em anos, procurou outro alcoólico e foi conduzido a um médico da localidade.

Durante seus poucos meses da recém-encontrada sobriedade, o homem de Nova Iorque constatou que seu desejo de beber diminuía quando tentava ajudar outros a alcançarem a sobriedade.

Trabalhando juntos, estes dois homens, Bill e Dr. Bob, co-fundadores de A.A. descobriram que sua capacidade de permanecer sóbrios parecia estar bastante ligada ao grau de ajuda e encorajamento que conseguiam dar a outros alcoólicos.

Durante quatro anos, o novo movimento, sem nome e sem nenhuma organização ou material informativo, cresceu lentamente. Formaram-se grupos em Akron, Nova Iorque, Cleveland e outros locais.

Em 1939, com a publicação do livro “Alcoólicos Anônimos”, do qual foi tirado o nome para a Irmandade e contando com a ajuda de vários amigos não alcoólicos, A.A. começou a atrair a atenção nacional e internacional.




A.A. E A RELIGIÃO

Embora não adotando nenhuma religião em particular, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos assimilou e incorporou aos seus princípios básicos, alguns dos ensinamentos espirituais e morais, comuns a todas as denominações religiosas. Profunda, gratificante, e sobretudo inspiradora, foi a assistência recebida pelos co-fundadores de A.A. de parte do Padre Ed. Dowling, da Ordem Jesuíta de St. Lous, e do Clérigo Episcopal Sam Shoemaker, tido como o principal inspirador dos Doze Passos de A.A.

Em todos os países onde se instalaram grupos de A.A.,a Irmandade tem encontrado estímulo e apoio por parte dos líderes religiosos local, independentemente da religião predominante em qualquer desses países. A essa regra geral não foge o Brasil, onde até mesmo a grande maioria dos grupos está instalada em salões paroquiais, predominando, como é natural, os pertencentes às igrejas católicas.

A exemplo do que acontece com médicos amigos, também alguns religiosos participam, e participam ativamente, dos serviços organizados de A.A., em diversos países.

(extraído do livreto Alcoólicos Anônimos Primeiras Noções para o Público em geral, com aut.da JUNAAB)


O PROGRAMA DE 12 PASSOS:



Os Doze Passos de A.A. consistem em um grupo de princípios, espirituais em sua natureza que, se praticados como um modo de vida, podem expulsar a obsessão pela bebida e permitir que o sofredor se torne íntegro, feliz e útil. Não são teorias abstratas; são baseadas na experiência dos êxitos e fracassos dos primeiros membros de A.A.

OS DOZE PASSOS



PRIMEIRO PASSO:
Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

SEGUNDO PASSO:
Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

TERCEIRO PASSO:
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

QUARTO PASSO:
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

QUINTO PASSO:
Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

SEXTO PASSO:
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

SÉTIMO PASSO:
Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

OITAVO PASSO:
Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

NONO PASSO:
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.

DÉCIMO PASSO:
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

DÉCIMO PRIMEIRO PASSO:
Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que o concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.

DÉCIMO SEGUNDO PASSO:
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

consultar o Livro: "OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES" Disponível na JUNAAB - Junta de Serviços Gerais de A.A. do Brasil. Avenida Senador Queiroz, 101 2 andar cj 205 Caixa Postal 580 - CEP 01060-970 São Paulo/SP - Brasil