Pesquisar este blog

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

TRÁFICO DE PESSOAS

Uma família pobre tem os cinco filhos tirados de casa e entregues para a adoção. Tudo feito em tempo recorde, de um dia para o outro, e sem que os pais pudessem se defender. Mas na vizinhança e na escolinha da cidade, todos garantem que as crianças eram bem tratadas.
       

O cenário é a cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia.

Silvânia Maria da Silva e Gerôncio de Brito Souza viviam assim. Ele, vendendo o dia de serviço pesado na enxada para não deixar faltar comida em casa.

“Todos os filhos meus que nasceram foi festa. Festa, caixa de foguete, galinha, carne assada, calabresa, tudo”, lembra ele.

Ela, cuidando da casa. “O pai dava atenção. Quando eu botei na escola, Gerôncio vinha buscar. Vinha às reuniões. Sempre comparecendo às reuniões”, conta ela.

Gerôncio e Silvânia estão separados, mas o apego aos filhos sempre foi reconhecido na vizinhança.

“Não tinha um dia que eles não viessem aqui na casa do pai. Não tinha um dia. Quando era assim, eles iam para a escola. Quando era meio-dia, chegava, corriam. Ele dava banho, botava perfume nos meninos”, detalha a vizinha Catarina da Mota Silva.

Os quatro avós também ajudavam, mas no dia 13 de maio do ano passado a história dessa família começou a mudar. A caçula, de 2 meses de idade, única menina dos cinco filhos, foi a primeira a ser levada, por ordem da Justiça de Monte Santo. Duas semanas depois, o sofrimento aumentou.

“Estava em casa, estava até lavando as roupas deles, de repente chegou esse carro. Eu pensei que era para trazer minha menina de volta”, relata Silvânia, emocionada.

Eram dois policiais e uma escrivã para cumprir nova ordem do juiz: levar os outros quatro meninos.
“O Ricardo correu lá por dentro, correu para a casa da mãe, lá ‘pra riba’, conta a avó paterna, Maria Brito Souza.

“Meu filho mais velho chegou: 'mãe, me esconda. Me esconda que eu não quero ir, não'”, conta a mãe aos prantos.

“A rua toda ficou chocada naquela noite. Foi uma noite de terror”, reforça a avó.

“Ainda hoje eu não gosto de lembrar. Ainda hoje tenho sentimento por isso”, diz a vizinha.

“Os policiais disseram que, se nós impedíssemos, nós iríamos presos. Eu mais o pai. Que era ordem do juiz”, diz a mãe.
Os filhos de Gerôncio e Silvânia foram dados para quatro casais de São Paulo. Foi tudo feito com muita rapidez no fórum de Monte Santo. As famílias paulistas chegaram em um dia, foram ouvidas pelo juiz e, no dia seguinte, voltaram para São Paulo levando, com elas, as crianças. Os pais biológicos e a promotoria de Justiça não estavam na audiência. Por lei, sem a presença deles, o processo de adoção não pode sequer ser iniciado.
O juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra, que assinou a guarda provisória das crianças, trabalha hoje na cidade de Barra. O Fantástico foi até lá. Esteve na casa onde ele mora e duas vezes no fórum. Nada do juiz. A equipe deixou um recado com a escrivã.

Para retirar as crianças de Monte Santo, o juiz se baseou em relatórios que se contradizem. O conselho tutelar do município não encontrou irregularidades quando visitou a casa de Silvânia. Mas a assistente social da prefeitura registrou que os meninos em idade escolar faltavam às aulas. O Fantástico foi à escola onde eles estavam matriculados.

“Crianças quando são mal tratadas, geralmente têm mau comportamento. De agressividade, de viver chorando. E eles não aparentavam nada disso, não chegavam machucados, de jeito nenhum, porque eles eram bem cuidados”, aponta a diretora DA ESCOLA.

Desesperado, Gerôncio procurava o conselho tutelar para saber do paradeiro dos filhos. Nunca conseguiu uma notícia e acabou desacatando as conselheiras. Foi preso e passou três semanas na cadeia. Os pais dele tiveram que vender a casa para pagar a fiança de R$ 5 mil. Hoje moram de favor. 
Os quatro avós conviviam com as crianças, mas nenhum deles foi ouvido no processo.
“Tenho foto de todos eles no meu álbum”, afirma, emocionada, a avó materna, Perpétua Maria da Mota.

Carmem Topschall aparece em todos os processos como intermediária das adoções. Ela teria sido a pessoa que aproximou os casais paulistas das crianças de Monte Santo.

A advogada que defende os interesses dos casais que estão com as crianças é encontrada.

“Houve o devido processo legal. Ninguém fez nada que não fosse pelo devido processo legal”, garante Lenora Steffen Panzetti.

O atual juiz de Monte Santo, Luiz Roberto Cappio, discorda, e ele tem uma lista de irregularidades que encontrou nos processos.

“Não houve determinação de estágio de convivência. Os pais biológicos não foram ouvidos”, diz ele.

Para ele, o caso dos filhos de Silvânia e Gerôncio é só um exemplo do que acontece em várias comunidades do sertão da Bahia.


O juiz Luiz Roberto Cappio, de Monte Santo (BA), determinou nesta terça-feira (27/11/2012) que as cinco crianças baianas que foram entregues para adoção a famílias paulistas voltem a viver com os pais biológicos.

Segundo o juiz, o processo de adoção das crianças ocorreu em meio a diversas irregularidades. O caso foi denunciado no programa Fantástico no mês de outubro.

O juiz Roberto Cappio determinou que as crianças sejam retiradas das famílias adotivas e sejam levadas para um espaço de acolhimento provisório, onde recebam acompanhamento de psicólogos para que possam se readaptar ao convívio com os pais biológicos, que também irão para esse espaço.

A readaptação do convívio deve durar, no mínimo, 15 dias, conforme a determinação. Depois, as crianças retornam para a cidade de Monte Santo, no sertão baiano, de onde foram levadas.

O casal Silvânia e Gerôncio, pais das crianças, contaram que elas foram retiradas de casa em junho de 2011, pela polícia, após ordem do juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra, que na época atuava em Monte Santo. Dos cinco filhos do casal, dois mais velhos foram levados para Campinas. Os outros foram para Indaiatuba, cidade vizinha.

Incêndio

A casa em que dormia o pai das cinco crianças adotadas ilegalmente na cidade de Monte Santo foi incendiada na quarta-feira (21). A polícia investiga se a causa das chamas foi criminosa.

De acordo com o delegado de Monte Santo, Elysio Ramos, que apura o caso, ninguém estava na casa no momento do incêndio.

Revogação da guarda
O Ministério Público do Estado da Bahia protocolou, na segunda-feira (19), um requerimento solicitando a revogação das guardas provisórias das cinco crianças adotadas ilegalmente. A solicitação é que seja promovida a aproximação prévia das crianças com a mãe biológica em um ambiente apropriado na cidade de Poá, interior de São Paulo. O local escolhido é uma sugestão da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Pensado conjuntamente pelo Ministério Público e pelo Juíz de Direito, foi entendido que o retorno imediato sem acompanhamento das crianças não é recomendável para não afetar o estado psicológico das crianças. Elas deverão passar por um estágio de readaptação com a mãe, sob supervisão de profissionais da área da infância e juventude, de modo a evitar qualquer impacto psicológico.

CPI do Tráfico de Pessoas
O juiz Vitor Bizerra, suspeito de entregar para a adoção cinco filhos de um casal de Monte Santo, disse na CPI do tráfico de pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do Ministério Público.

“Conselho Tutelar encampou uma coisa que já partiu dos vizinhos. A comunidade monte-santense já sabia disso. Seu Gerôncio é alcoólatra e a genitora também fazia uso de bebidas alcoólicas. Segundo ouvi dizer, também se prostituía, fazendo ponto na boate”, afirmou Bizerra aos parlamentares, em Brasília. O Conselho Tutelar declarou que nunca indicou ou sugeriu a entrega dos filhos de Silvânia e Gerôncio para adoção. Moradores de Monte Santo contaram que as crianças eram bem tratadas e negaram as acusações de prostituição à mãe.

Na CPI, Bizerra afirmou ao deputado Severino Ninho (PSB/PE) que nunca se opôs a dar entrevistas sobre o assunto. “Eu estou resolvendo algumas coisas, não estou disponível pra conversar agora”. Na CPI, o juiz afirmou que estaria sendo injustamente acusado. “Por que a figura que é exposta é a do juiz? Por que a do juiz e não a outra pessoa que é colocada como investigada?”, perguntou Bizerra aos deputados responsáveis pelo inquérito.

A “outra pessoa” é Carmen Topschall, que aparece como intermediária em todos os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo. Ela foi ouvida na CPI no dia 13 de novembro. Ela chegou à CPI acompanhada de dois advogados e com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e, por isso, se recusou a responder a maioria das perguntas.

G1

domingo, 25 de novembro de 2012

DEPRESSÃO - A PROMESSA DE CURA

A matéria de capa de Veja de 28 de Novembro de 2012, sensacionalista como sempre, traz esperança de cura para a depressão com uso de cetamina.

A cetamina é um potente anestésico,utilizado inclusive em cavalos, desenvolvida para feridos na Guerra do Vietnã.

A cetamina age no hipocampo e córtex pré-frontal, que são áreas do cérebro associadas ao humor e cognição (memória e aprendizado). Regula o glutamato, neurotransmissor de ação excitatória. A cetamina interrompe a degeneração das sinapses e estimula a formação de outras ao equilibrar os níveis de glutamato.

A cetamina seria aplicada em ambiente hospitalar, com acompanhamento de um anestesiologista, por veia, durante cerca de 40 minutos.

Indicação: pacientes que não respondem a outros tratamentos.

A matéria fala sobre o impacto da depressão na vida das pessoas, diz o que já estamos cansados de saber, e não fala nada sobre risco de dependencia de quetamina! Foi extrememente superficial aofalar dos efeitos colaterais!

Não mencionou que os pacientes que utilizam o SUS muitas vezes ficam sem seus antidepressivos porque o "postinho" não tem! Que falta Anestesiologista no Brasil até para cirurgias graves de emergência, como dispor de um durante os 40 minutos da aplicação da cetamina?

Veja cria uma falsa expectativa nos portadores de depressão, mais uma vez!

Quanto ao tratamento por estimulação cerebral profunda, quem tem acesso?

domingo, 18 de novembro de 2012

A Revista Veja de 21 de Novembro de 2012 traz como matéria de capa :" ELA PERDEU A VIRGINDADE - SERÁ QUE ESTAMOS VIRANDO UMA SOCIEDADE EM QUE TUDO SE COMPRA? VOTO, APOIO PARLAMENTAR, CIDADANIA, JUSTIÇA, SANGUE, RIM, BEBES..."



A matéria fala sobre a catarinense Ingrid Migliorini, de 20 anos, que arrematou 1,6 milhões de reais leioando sua virgindade!

Veja fez duas matérias discutindo a questão ética da comprar apoio de partidos políticos e vender a virgindade.

Jones Rossi e Guilherme Rosa fizeram a matéria "CRÍTICA DA RAZÃO ECONÔMICA" - O mercado é a melhor ferramenta para criar e distribuir riquezas, mas há um enorme perigo em acreditar que se possa por um preço em tudo, valores familiares, ideais e censo cívico são inegociáveis.

Uma rede de TV australiana criou o programa "procuram-se virgens" e está acompanhando a história de Ingrid e o japonês Natsu, que usufruirá sua compra em pleno vôo sobre o mar para escapar das leis dos países.

Michael Sandel, filósofo de Harvard, diz que estamos mudando de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado.

Gary Becker, professor da Universidade de Chicago e ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1992 e Richard Posner, jurista americano, sustentam em um blog na Internet que é correto decidir o  que fazer pensando apenas no custo e benefício. São a favor do mercado de órgãos. Acreditam que o comércio de bebês acabaria com as filas para a adoção.

Porém um mórbido comércio comércio já existe nos EUA e em outras partes do mundo. Há empresas que se especializazram em comprar seguros de vida de pessoas com doenças terminais, cadeias cobram US 175,00 por diária ao preso que desejar receber tratamento VIP, laboratórios farmacêuticos pagam para pessoas testarem medicamentos (cobaias humanas).

O Economista de Harvard - Roland Fryer Jr. - defendeu uso de dinheiro para que alunos fa~çam o dever de casa. Mas os professores observaram que quando a mesada e o incentivo cessavam, os alunos regrediam ao estágio anterior sem ter aprendido nenhuma lição para o resto da vida. Vão ter que aprender mais tarde que dignidade, autonomia e valores éticos não podem ser medidos pelo seu preço.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

EPTV Campinas - Maior parte dos crimes em Campinas está relacionada ao tráfico


 

Furtos e latrocínios estão relacionados com estatística, segundo a Dise.
Foram registradas 589 prisões ou apreensões de entorpecentes até junho.

A médica psiquiatra, especialista em dependência química, Débora Christina Ribas D'Ávila afirma que o uso de drogas retira do usuário o senso crítico. "A pessoa não tem mais a capacidade de avaliar o que é correto ou errado", explica.

A maior parte dos crimes de furto e latrocínio cometidos em Campinas (SP) está relacionada ao tráfico ou ao consumo de drogas, segundo as investigações da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise). Os casos de prisões ou apreensões envolvendo entorpecentes aumentaram 25% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP).
O balanço mostra que até junho foram registradas 589 ocorrências e em 2011, 469 casos. Segundo o delegado da Dise, Oswaldo Diez, a estatística não revela se houve aumento ou diminuição real no tráfico. "O que temos como parâmetro é que houve aumento de prisões e apreensões", afirma.
saiba mais.
Segundo a SSP-SP, as drogas mais relacionadas à criminalidade são a cocaína e o crack. "Em decorrência da droga, o usuário pode cometer um crime banal como furto de veículos ou gravíssimo como latrocínio", diz. Os indicadores da criminalidade de veículos levados por criminosos aumentaram 9%, sendo 2.723 casos no semestre, e de latrocínio 300%, como os registros de quatro ocorrências.

EPTV Campinas - Registros de jovens envolvidos com tráfico crescem 7,6% em Campinas

 

Delegacia de Infância e Juventude soma 127 casos de janeiro a agosto.
Drogas mais consumidas pelos jovens são maconha, crack e cocaína.


O número de ocorrências por tráfico de drogas envolvendo crianças e adolescentes em Campinas (SP) cresceu 7,6% nos primeiros oito meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2011, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). A Delegacia de Infância e Juventude (Diju) registrou 127 casos neste ano, contra 118 no ano passado.

Segundo a Polícia Civil, as drogas mais consumidas pelos jovens são maconha, crack e cocaína. O delegado da Diju, Carlos Simionato, explica que as ações para coibir o crime são realizadas com frequência em locais próximos às escolas, mas admite dificuldades. "A Polícia Militar e a Guarda Municipal fazem um trabalho incansável. Os locais são numerosos, distantes e obviamente o usuário, convivendo ali diariamente, ele percebe quando há ronda escolar, que a coisa fica mais frágil", diz o delegado. No município, os registros por tráfico de drogas, de todos os tipos, cresceram 15% em Campinas - passou de 669 para 773 prisões ou apreensões.

Para Simionato, as famílias devem atuar de forma mais vigilante para auxiliar no combate ao crime. "Nós precisaríamos fazer um trabalho preventivo em todos os níveis sociais, mas principalmente focado na família. É preciso tomar conta dos seus filhos, saber o que ele está fazendo, onde está arrumando dinheiro e repreender", aponta o delegado.

Danos e prevenção

 A psiquiatra Débora Christina Ribas D'Ávila alerta sobre o risco de comprometimento do aprendizado das crianças e adolescentes, caso um dos alunos do grupo faça uso de entorpecentes.

"Isso começa a banalizar o uso de drogas, pois as crianças que estão em sala de aula, e não fizeram uso ainda, começam a perceber que alguns colegas entram alterados para assistir a aula. Essa mudança tira desses colegas a angústia, preocupação, medo de não se sentir incluído no grupo", explica a médica.

Outro lado

 O Conselho Tutelar diz que desenvolve programas de prevenção às drogas. A Secretaria de Educação afirma ter solicitado reforço da PM e orientado a Diretoria Regional de Ensino para que a escola estadual citada na reportagem intensifique as ações de conscientização.

EPTV Campinas - Psiquiatra explica quais as reações do corpo durante um sequestro


Reações do corpo

A psiquiatra Debora Christina Ribas D'Ávila explica que o corpo humano, durante situações em que é exposto a situações de risco, produz adrenalina e cortizol em maior concentração. "São esses hormônios que farão com que o cérebro funcione muito rápido, para que a gente consiga pensar em várias coisas em pouco tempo, ative nossa memória de situações parecidas no passado e programe um comportamento".

A violência provoca traumas que a maioria das vítimas não consegue esquecer. Um estudante de Campinas (SP), que prefere não se identificar, recorda os momentos que passou ao lado de criminosos durante um sequestro relâmpago.
"É um filme de suspense que passa dentro da sua cabeça. Você fica ali nas mãos do sequestrador. E várias pessoas passando ao seu lado no carro e levando a vida normal. Você fica sem saber o que fazer, é uma sensação que não quero passar nunca mais", conta o estudante. Ele ficou em poder dos ladrões durante 30 minutos

Outra vítima, que também teme em expor o rosto, foi rendida por três pessoas e teve que dirigir enquanto os agressores praticavam assaltos. "Pensava na minha família, nos meus filhos, netos. Pensei que dali não sairia vivo".