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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Vício em jogos pela Internet

 05/03/2015 14h43- Jornal Hoje - portal G1

No final do ano passado, o chamado "transtorno por jogos de internet" passou a fazer parte do manual usado por psiquiatras do mundo todo. Ele auxilia nos diagnósticos de doenças mentais, o DSM.

Na Universidade de São Paulo (USP), um ambulatório foi criado para tratar os dependentes de tecnologia.
“O grande ponto de preocupação nosso na verdade não é o jogo em si ou a internet em si, mas é o fato que esses jovens eles estariam, na medida em que eles ficam muito tempo conectados, perdendo habilidades importantes. Criando então na vida adulta problemas sérios de relacionamento”, explia Cristiano Nabuco, coordenador do Laboratório de Dependências Tecnológicas da USP.

Os especialistas alertam é para os excessos, o tempo que as pessoas passam jogando. Quando só existia a tela do computador era mais fácil controlar, mas agora com as plataformas móveis, como tablets e smartphones, a gente pode jogar a qualquer hora e em qualquer lugar.

“Teve um tempo que eu tava muito viciado mesmo, que eu chegava na sexta-feira, eu nem ia para o colégio, ia direto para uma lan house, ficar jogando”, conta o narrador de games William Lemos, conhecido como Gordox entre os jogadores.

Na adolescência, William repetiu de ano na escola duas vezes, deixou os pais enlouquecidos, mas conseguiu transformar o vício em algo produtivo. Hoje, aos 27 ano, ele ganha dinheiro jogando e dando dicas a outros jogadores.

“Eu acho que eu não tenho nenhum tipo de desordem psicológica, eu acho que o que atrapalha um pouco é que eu devia cuidar um pouco mais da minha saúde, ir para uma academia, fazer uma atividade física, que eu acabo não fazendo por tanto tempo sentado na frente de um computador”, afirma William.

Os homens ainda são maioria entre os jogadores, mas o número de mulheres vem crescendo. Há dois anos, elas representavam 41% dos jogadores. Hoje, já são 47%.

A aposentada Isabel Ferreira está internada em uma clínica no interior de São Paulo, há quatro meses. Foi a família que pediu ajuda depois de ver que ela tinha se isolado do mundo. “Eu ficava com a porta fechada, eu não sabia quando era dia, quando era noite, eu não tinha noção nenhuma. Eu abandonei minha família”, relata.

Na clínica, Isabel tem que ficar longe do computador: “Se a gente se apegar ao mundo virtual, nós nos esquecemos do que é verdade”.