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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

TRÁFICO DE PESSOAS

Uma família pobre tem os cinco filhos tirados de casa e entregues para a adoção. Tudo feito em tempo recorde, de um dia para o outro, e sem que os pais pudessem se defender. Mas na vizinhança e na escolinha da cidade, todos garantem que as crianças eram bem tratadas.
       

O cenário é a cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia.

Silvânia Maria da Silva e Gerôncio de Brito Souza viviam assim. Ele, vendendo o dia de serviço pesado na enxada para não deixar faltar comida em casa.

“Todos os filhos meus que nasceram foi festa. Festa, caixa de foguete, galinha, carne assada, calabresa, tudo”, lembra ele.

Ela, cuidando da casa. “O pai dava atenção. Quando eu botei na escola, Gerôncio vinha buscar. Vinha às reuniões. Sempre comparecendo às reuniões”, conta ela.

Gerôncio e Silvânia estão separados, mas o apego aos filhos sempre foi reconhecido na vizinhança.

“Não tinha um dia que eles não viessem aqui na casa do pai. Não tinha um dia. Quando era assim, eles iam para a escola. Quando era meio-dia, chegava, corriam. Ele dava banho, botava perfume nos meninos”, detalha a vizinha Catarina da Mota Silva.

Os quatro avós também ajudavam, mas no dia 13 de maio do ano passado a história dessa família começou a mudar. A caçula, de 2 meses de idade, única menina dos cinco filhos, foi a primeira a ser levada, por ordem da Justiça de Monte Santo. Duas semanas depois, o sofrimento aumentou.

“Estava em casa, estava até lavando as roupas deles, de repente chegou esse carro. Eu pensei que era para trazer minha menina de volta”, relata Silvânia, emocionada.

Eram dois policiais e uma escrivã para cumprir nova ordem do juiz: levar os outros quatro meninos.
“O Ricardo correu lá por dentro, correu para a casa da mãe, lá ‘pra riba’, conta a avó paterna, Maria Brito Souza.

“Meu filho mais velho chegou: 'mãe, me esconda. Me esconda que eu não quero ir, não'”, conta a mãe aos prantos.

“A rua toda ficou chocada naquela noite. Foi uma noite de terror”, reforça a avó.

“Ainda hoje eu não gosto de lembrar. Ainda hoje tenho sentimento por isso”, diz a vizinha.

“Os policiais disseram que, se nós impedíssemos, nós iríamos presos. Eu mais o pai. Que era ordem do juiz”, diz a mãe.
Os filhos de Gerôncio e Silvânia foram dados para quatro casais de São Paulo. Foi tudo feito com muita rapidez no fórum de Monte Santo. As famílias paulistas chegaram em um dia, foram ouvidas pelo juiz e, no dia seguinte, voltaram para São Paulo levando, com elas, as crianças. Os pais biológicos e a promotoria de Justiça não estavam na audiência. Por lei, sem a presença deles, o processo de adoção não pode sequer ser iniciado.
O juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra, que assinou a guarda provisória das crianças, trabalha hoje na cidade de Barra. O Fantástico foi até lá. Esteve na casa onde ele mora e duas vezes no fórum. Nada do juiz. A equipe deixou um recado com a escrivã.

Para retirar as crianças de Monte Santo, o juiz se baseou em relatórios que se contradizem. O conselho tutelar do município não encontrou irregularidades quando visitou a casa de Silvânia. Mas a assistente social da prefeitura registrou que os meninos em idade escolar faltavam às aulas. O Fantástico foi à escola onde eles estavam matriculados.

“Crianças quando são mal tratadas, geralmente têm mau comportamento. De agressividade, de viver chorando. E eles não aparentavam nada disso, não chegavam machucados, de jeito nenhum, porque eles eram bem cuidados”, aponta a diretora DA ESCOLA.

Desesperado, Gerôncio procurava o conselho tutelar para saber do paradeiro dos filhos. Nunca conseguiu uma notícia e acabou desacatando as conselheiras. Foi preso e passou três semanas na cadeia. Os pais dele tiveram que vender a casa para pagar a fiança de R$ 5 mil. Hoje moram de favor. 
Os quatro avós conviviam com as crianças, mas nenhum deles foi ouvido no processo.
“Tenho foto de todos eles no meu álbum”, afirma, emocionada, a avó materna, Perpétua Maria da Mota.

Carmem Topschall aparece em todos os processos como intermediária das adoções. Ela teria sido a pessoa que aproximou os casais paulistas das crianças de Monte Santo.

A advogada que defende os interesses dos casais que estão com as crianças é encontrada.

“Houve o devido processo legal. Ninguém fez nada que não fosse pelo devido processo legal”, garante Lenora Steffen Panzetti.

O atual juiz de Monte Santo, Luiz Roberto Cappio, discorda, e ele tem uma lista de irregularidades que encontrou nos processos.

“Não houve determinação de estágio de convivência. Os pais biológicos não foram ouvidos”, diz ele.

Para ele, o caso dos filhos de Silvânia e Gerôncio é só um exemplo do que acontece em várias comunidades do sertão da Bahia.


O juiz Luiz Roberto Cappio, de Monte Santo (BA), determinou nesta terça-feira (27/11/2012) que as cinco crianças baianas que foram entregues para adoção a famílias paulistas voltem a viver com os pais biológicos.

Segundo o juiz, o processo de adoção das crianças ocorreu em meio a diversas irregularidades. O caso foi denunciado no programa Fantástico no mês de outubro.

O juiz Roberto Cappio determinou que as crianças sejam retiradas das famílias adotivas e sejam levadas para um espaço de acolhimento provisório, onde recebam acompanhamento de psicólogos para que possam se readaptar ao convívio com os pais biológicos, que também irão para esse espaço.

A readaptação do convívio deve durar, no mínimo, 15 dias, conforme a determinação. Depois, as crianças retornam para a cidade de Monte Santo, no sertão baiano, de onde foram levadas.

O casal Silvânia e Gerôncio, pais das crianças, contaram que elas foram retiradas de casa em junho de 2011, pela polícia, após ordem do juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra, que na época atuava em Monte Santo. Dos cinco filhos do casal, dois mais velhos foram levados para Campinas. Os outros foram para Indaiatuba, cidade vizinha.

Incêndio

A casa em que dormia o pai das cinco crianças adotadas ilegalmente na cidade de Monte Santo foi incendiada na quarta-feira (21). A polícia investiga se a causa das chamas foi criminosa.

De acordo com o delegado de Monte Santo, Elysio Ramos, que apura o caso, ninguém estava na casa no momento do incêndio.

Revogação da guarda
O Ministério Público do Estado da Bahia protocolou, na segunda-feira (19), um requerimento solicitando a revogação das guardas provisórias das cinco crianças adotadas ilegalmente. A solicitação é que seja promovida a aproximação prévia das crianças com a mãe biológica em um ambiente apropriado na cidade de Poá, interior de São Paulo. O local escolhido é uma sugestão da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Pensado conjuntamente pelo Ministério Público e pelo Juíz de Direito, foi entendido que o retorno imediato sem acompanhamento das crianças não é recomendável para não afetar o estado psicológico das crianças. Elas deverão passar por um estágio de readaptação com a mãe, sob supervisão de profissionais da área da infância e juventude, de modo a evitar qualquer impacto psicológico.

CPI do Tráfico de Pessoas
O juiz Vitor Bizerra, suspeito de entregar para a adoção cinco filhos de um casal de Monte Santo, disse na CPI do tráfico de pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do Ministério Público.

“Conselho Tutelar encampou uma coisa que já partiu dos vizinhos. A comunidade monte-santense já sabia disso. Seu Gerôncio é alcoólatra e a genitora também fazia uso de bebidas alcoólicas. Segundo ouvi dizer, também se prostituía, fazendo ponto na boate”, afirmou Bizerra aos parlamentares, em Brasília. O Conselho Tutelar declarou que nunca indicou ou sugeriu a entrega dos filhos de Silvânia e Gerôncio para adoção. Moradores de Monte Santo contaram que as crianças eram bem tratadas e negaram as acusações de prostituição à mãe.

Na CPI, Bizerra afirmou ao deputado Severino Ninho (PSB/PE) que nunca se opôs a dar entrevistas sobre o assunto. “Eu estou resolvendo algumas coisas, não estou disponível pra conversar agora”. Na CPI, o juiz afirmou que estaria sendo injustamente acusado. “Por que a figura que é exposta é a do juiz? Por que a do juiz e não a outra pessoa que é colocada como investigada?”, perguntou Bizerra aos deputados responsáveis pelo inquérito.

A “outra pessoa” é Carmen Topschall, que aparece como intermediária em todos os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo. Ela foi ouvida na CPI no dia 13 de novembro. Ela chegou à CPI acompanhada de dois advogados e com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e, por isso, se recusou a responder a maioria das perguntas.

G1

domingo, 25 de novembro de 2012

DEPRESSÃO - A PROMESSA DE CURA

A matéria de capa de Veja de 28 de Novembro de 2012, sensacionalista como sempre, traz esperança de cura para a depressão com uso de cetamina.

A cetamina é um potente anestésico,utilizado inclusive em cavalos, desenvolvida para feridos na Guerra do Vietnã.

A cetamina age no hipocampo e córtex pré-frontal, que são áreas do cérebro associadas ao humor e cognição (memória e aprendizado). Regula o glutamato, neurotransmissor de ação excitatória. A cetamina interrompe a degeneração das sinapses e estimula a formação de outras ao equilibrar os níveis de glutamato.

A cetamina seria aplicada em ambiente hospitalar, com acompanhamento de um anestesiologista, por veia, durante cerca de 40 minutos.

Indicação: pacientes que não respondem a outros tratamentos.

A matéria fala sobre o impacto da depressão na vida das pessoas, diz o que já estamos cansados de saber, e não fala nada sobre risco de dependencia de quetamina! Foi extrememente superficial aofalar dos efeitos colaterais!

Não mencionou que os pacientes que utilizam o SUS muitas vezes ficam sem seus antidepressivos porque o "postinho" não tem! Que falta Anestesiologista no Brasil até para cirurgias graves de emergência, como dispor de um durante os 40 minutos da aplicação da cetamina?

Veja cria uma falsa expectativa nos portadores de depressão, mais uma vez!

Quanto ao tratamento por estimulação cerebral profunda, quem tem acesso?

domingo, 18 de novembro de 2012

A Revista Veja de 21 de Novembro de 2012 traz como matéria de capa :" ELA PERDEU A VIRGINDADE - SERÁ QUE ESTAMOS VIRANDO UMA SOCIEDADE EM QUE TUDO SE COMPRA? VOTO, APOIO PARLAMENTAR, CIDADANIA, JUSTIÇA, SANGUE, RIM, BEBES..."



A matéria fala sobre a catarinense Ingrid Migliorini, de 20 anos, que arrematou 1,6 milhões de reais leioando sua virgindade!

Veja fez duas matérias discutindo a questão ética da comprar apoio de partidos políticos e vender a virgindade.

Jones Rossi e Guilherme Rosa fizeram a matéria "CRÍTICA DA RAZÃO ECONÔMICA" - O mercado é a melhor ferramenta para criar e distribuir riquezas, mas há um enorme perigo em acreditar que se possa por um preço em tudo, valores familiares, ideais e censo cívico são inegociáveis.

Uma rede de TV australiana criou o programa "procuram-se virgens" e está acompanhando a história de Ingrid e o japonês Natsu, que usufruirá sua compra em pleno vôo sobre o mar para escapar das leis dos países.

Michael Sandel, filósofo de Harvard, diz que estamos mudando de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado.

Gary Becker, professor da Universidade de Chicago e ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1992 e Richard Posner, jurista americano, sustentam em um blog na Internet que é correto decidir o  que fazer pensando apenas no custo e benefício. São a favor do mercado de órgãos. Acreditam que o comércio de bebês acabaria com as filas para a adoção.

Porém um mórbido comércio comércio já existe nos EUA e em outras partes do mundo. Há empresas que se especializazram em comprar seguros de vida de pessoas com doenças terminais, cadeias cobram US 175,00 por diária ao preso que desejar receber tratamento VIP, laboratórios farmacêuticos pagam para pessoas testarem medicamentos (cobaias humanas).

O Economista de Harvard - Roland Fryer Jr. - defendeu uso de dinheiro para que alunos fa~çam o dever de casa. Mas os professores observaram que quando a mesada e o incentivo cessavam, os alunos regrediam ao estágio anterior sem ter aprendido nenhuma lição para o resto da vida. Vão ter que aprender mais tarde que dignidade, autonomia e valores éticos não podem ser medidos pelo seu preço.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

EPTV Campinas - Maior parte dos crimes em Campinas está relacionada ao tráfico


 

Furtos e latrocínios estão relacionados com estatística, segundo a Dise.
Foram registradas 589 prisões ou apreensões de entorpecentes até junho.

A médica psiquiatra, especialista em dependência química, Débora Christina Ribas D'Ávila afirma que o uso de drogas retira do usuário o senso crítico. "A pessoa não tem mais a capacidade de avaliar o que é correto ou errado", explica.

A maior parte dos crimes de furto e latrocínio cometidos em Campinas (SP) está relacionada ao tráfico ou ao consumo de drogas, segundo as investigações da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise). Os casos de prisões ou apreensões envolvendo entorpecentes aumentaram 25% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP).
O balanço mostra que até junho foram registradas 589 ocorrências e em 2011, 469 casos. Segundo o delegado da Dise, Oswaldo Diez, a estatística não revela se houve aumento ou diminuição real no tráfico. "O que temos como parâmetro é que houve aumento de prisões e apreensões", afirma.
saiba mais.
Segundo a SSP-SP, as drogas mais relacionadas à criminalidade são a cocaína e o crack. "Em decorrência da droga, o usuário pode cometer um crime banal como furto de veículos ou gravíssimo como latrocínio", diz. Os indicadores da criminalidade de veículos levados por criminosos aumentaram 9%, sendo 2.723 casos no semestre, e de latrocínio 300%, como os registros de quatro ocorrências.

EPTV Campinas - Registros de jovens envolvidos com tráfico crescem 7,6% em Campinas

 

Delegacia de Infância e Juventude soma 127 casos de janeiro a agosto.
Drogas mais consumidas pelos jovens são maconha, crack e cocaína.


O número de ocorrências por tráfico de drogas envolvendo crianças e adolescentes em Campinas (SP) cresceu 7,6% nos primeiros oito meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2011, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). A Delegacia de Infância e Juventude (Diju) registrou 127 casos neste ano, contra 118 no ano passado.

Segundo a Polícia Civil, as drogas mais consumidas pelos jovens são maconha, crack e cocaína. O delegado da Diju, Carlos Simionato, explica que as ações para coibir o crime são realizadas com frequência em locais próximos às escolas, mas admite dificuldades. "A Polícia Militar e a Guarda Municipal fazem um trabalho incansável. Os locais são numerosos, distantes e obviamente o usuário, convivendo ali diariamente, ele percebe quando há ronda escolar, que a coisa fica mais frágil", diz o delegado. No município, os registros por tráfico de drogas, de todos os tipos, cresceram 15% em Campinas - passou de 669 para 773 prisões ou apreensões.

Para Simionato, as famílias devem atuar de forma mais vigilante para auxiliar no combate ao crime. "Nós precisaríamos fazer um trabalho preventivo em todos os níveis sociais, mas principalmente focado na família. É preciso tomar conta dos seus filhos, saber o que ele está fazendo, onde está arrumando dinheiro e repreender", aponta o delegado.

Danos e prevenção

 A psiquiatra Débora Christina Ribas D'Ávila alerta sobre o risco de comprometimento do aprendizado das crianças e adolescentes, caso um dos alunos do grupo faça uso de entorpecentes.

"Isso começa a banalizar o uso de drogas, pois as crianças que estão em sala de aula, e não fizeram uso ainda, começam a perceber que alguns colegas entram alterados para assistir a aula. Essa mudança tira desses colegas a angústia, preocupação, medo de não se sentir incluído no grupo", explica a médica.

Outro lado

 O Conselho Tutelar diz que desenvolve programas de prevenção às drogas. A Secretaria de Educação afirma ter solicitado reforço da PM e orientado a Diretoria Regional de Ensino para que a escola estadual citada na reportagem intensifique as ações de conscientização.

EPTV Campinas - Psiquiatra explica quais as reações do corpo durante um sequestro


Reações do corpo

A psiquiatra Debora Christina Ribas D'Ávila explica que o corpo humano, durante situações em que é exposto a situações de risco, produz adrenalina e cortizol em maior concentração. "São esses hormônios que farão com que o cérebro funcione muito rápido, para que a gente consiga pensar em várias coisas em pouco tempo, ative nossa memória de situações parecidas no passado e programe um comportamento".

A violência provoca traumas que a maioria das vítimas não consegue esquecer. Um estudante de Campinas (SP), que prefere não se identificar, recorda os momentos que passou ao lado de criminosos durante um sequestro relâmpago.
"É um filme de suspense que passa dentro da sua cabeça. Você fica ali nas mãos do sequestrador. E várias pessoas passando ao seu lado no carro e levando a vida normal. Você fica sem saber o que fazer, é uma sensação que não quero passar nunca mais", conta o estudante. Ele ficou em poder dos ladrões durante 30 minutos

Outra vítima, que também teme em expor o rosto, foi rendida por três pessoas e teve que dirigir enquanto os agressores praticavam assaltos. "Pensava na minha família, nos meus filhos, netos. Pensei que dali não sairia vivo".



domingo, 28 de outubro de 2012

revista Veja 31/10/2012: MACONHA

"AS NOVAS DESCOBERTAS DA MEDICINA CORTAM O BARATO DE QUEM ACHA QUE ELA NÃO FAZ MAL"

A matéria é capa da revista Veja de 31/10/2012, por Adriana Dias Lopes e mostra que o atual liberalismo está em descompasso com as pesquisas Medicas.

Treze Universidades respeitadas, entre elas Duke (EUA) e Otago (Nova Zelandia) acompanharam 1000 voluntários de 13 anos ao logo de 25 anos. Os adolescentes que mantiveram o hábito de fumar até a idade adulta tiveram queda de 8 pontos na escala de QI, apresentaram memória, atenção e raciocínio rápido prejudicado, o que impede o usuário de atingir toda a sua capacidade.

O Instituto de Saúde Pública da Suécia acompanhou 50.000 pessoas durante 35 anos. Perceberam que pessoas SEM antecedentes genéticos para doença mental apresentam mais chance de desenvolver esquizofrenia e depressão quando existe uso de maconha na adolescencia.

Como a cannabis age no cérebro de modo similar ao endocanabióides (produzidos pelo organismo) ela se liga a um numero muito maior de receptores do que o álcool, a cocaína, o crack e outras drogas. Mesmo após o uso a maconha deixa danos nas sinapses.

Na adolescencia ocorre a "poda neuronal" - triagem das conexoes que devem ser preservadas e as que dévem ser eliminadas para o resto da vida. O uso de maconha faz com que essa poda seja desorganizada, eliminando sinapses importantes.

domingo, 7 de outubro de 2012

Dr. Harold Koenig nas páginas amarelas da Revista Veja de 10 de Outubro de 2012


Dr.Harold Koenig (Formado pela Universidade da Califórnia em São Francisco, especialização em geriatria, psiquiatria e bioestatística, diretor do Centro para o Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, e editor de duas revistas médicas especializadas: International Journal of Psychiatry in Medicine e Research News & Opportunities in Science and Theology)
Medicina e Espiritualidade devem andar juntas. Dos 114 estudos realizados, 91 concluíram que os religiosos são mais felizes e têm bem-estar mais elevado que os não crentes.
 
A oração faz o indivíduo afastar a dor da mente e focalizar o pensamento em outras coisas.
 
Pesquisas mostram a diminuição de casos de depressão e suicídio em indivíduos que têm alguma prática religiosa.
 
Ansiedade, medo e vícios também atingem menos as pessoas que acreditam em uma força superior. A recuperação dos doentes que sofrem desses males também é mais rápida.
 
Reação do corpo
 
Segundo o Dr. Harold Koenig, o corpo físico tem dentro de si o poder da cura. As crenças religiosas e as emoções influenciam em sua fisiologia. Por meio de fatores sociais, psicológicos e comportamentais, tenta-se entender a influência da religião na saúde física. O sistema imunológico de alguma forma é influenciado pela prática religiosa. Segundo pesquisa, as células das mulheres que não sofriam de stress aparentavam aspecto mais jovem.
 
Foi comprovada, por meio de estudos americanos, que a alimentação adequada somada a exercícios físicos e à prática religiosa levam à diminuição da mortalidade por câncer devido à presença de um volume maior de células que atacam as cancerosas. Por baixar a pressão sangüínea, casos de hipertensão também são menores. As infecções diminuem e o poder de cicatrização é maior. Pesquisas, ainda não publicadas, afirmam que idosos com forte crença religiosa apresentam o mesmo nível de atividade cardiovascular que os jovens.

Como abordar o paciente
 
“Apesar de 77% dos médicos pensarem que a crença religiosa pode trazer benefícios aos pacientes, a maioria deles não sabe como chegar ao doente e introduzir a espiritualidade na conversa. Prevalece ainda o desconhecimento dessa importância para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de pacientes”, explicou dr. Harold Koenig. “Mas, a maioria dos pacientes quer que os médicos abordem a questão da religiosidade”.
     
As recomendações são: apoiar a crença espiritual do paciente, sem discutir com ele; descobrir seu histórico espiritual; certificar-se de que as necessidades espirituais sejam atendidas e até rezar com o paciente. É importante não prescrever a religião a pessoas atéias, nem dar conselhos espirituais.

Histórico
 
Até 1970, a Igreja e o atendimento médico sempre estiveram interligados. Até porque, a Igreja foi a pioneira na construção dos hospitais. As enfermeiras não podiam se casar e moravam próximas às instituições onde trabalhavam. Com o desenvolvimento científico e tecnológico, porém, a religião e a medicina tornaram-se independentes uma da outra. Os profissionais de saúde começaram a ver a espiritualidade como algo distante, que não poderia estar aliada ao tratamento e cura dos doentes.
 
A comunidade científica tem mostrado interesse em entender como a espiritualidade pode auxiliar os médicos a obter melhores resultados no exercício da profissão. Desde o ano 2000, cerca de três mil artigos sobre religião e saúde mental foram publicados, mais da metade no último ano envolvendo a religiosidade na educação médica.
 
O dr. Koenig partiu para a sistematização das pesquisas depois de questionar pacientes sobre o que as ajudava a suportar a doença e ouvir respostas do tipo: “Doutor, é a minha oração”.
 
Religião, espiritualidade e psiquiatria:
uma nova era na atenção à saúde mental


Muitos dos primeiros hospitais destinados ao cuidado de pessoas com doenças mentais foram organizados por monges e sacerdotes.
O tratamento “moral” (que valorizava o papel da religião e as contribuições dos clérigos nos cuidados) tornou-se o tipo dominante de cuidado psiquiátrico nos Estados Unidos e Europa no começo do século XIX.
Entretanto, este cenário mudou no início do século XX com os escritos de Sigmund Freud na psiquiatria e de G. Stanley Hall na psicologia (Koenig, 1995).
 Esses autores acreditavam que religião gerava neurose e que teorias psicológicas iriam substituir as religiões como propiciadoras de visão de mundo e fonte de tratamento.
 Tais atitudes negativas em relação à religião não eram baseadas em pesquisas científicas nem em estudos sistemáticos, mas primordialmente nas crenças e opiniões pessoais desses pioneiros. Como conseqüência, durante a maior parte do século XX, o campo dos cuidados à saúde mental subestimou e freqüentemente desqualificou as crenças e práticas religiosas dos pacientes. Tais posturas estão refletidas em textos fortemente anti-religiosos escritos ainda nas décadas de 1980 e 1990 (Ellis, 1988; Watters, 1992).

Contudo, mudanças começaram a ocorrer na área da saúde mental na década de 1990 e na virada para o século XXI. Investigações sistemáticas passaram a demonstrar que pessoas religiosas não eram sempre neuróticas ou instáveis e que indivíduos com fé religiosa profunda na realidade pareciam lidar melhor com estresses da vida, recuperar-se mais rapidamente de depressão e apresentar menos ansiedade e outras emoções negativas que as pessoas menos religiosas (Larson et al., 1992; Koenig et al., 1992; 1993; Koenig et al., 1998; Koenig, 2006). Além disso, esses achados provinham não apenas de grupos de pesquisadores dos Estados Unidos, mas também de cientistas no Canadá (Baetz et al., 2002; Gee e Veevers, 1990; Harvey et al., 1987; O’Connor e Vallerand, 1989), Grã-Bretanha (Shams e Jackson, 1993; Cook et al., 1997), Irlanda (Maltby, 1997), Espanha (Luna et al., 1992), Suíça (Pfeifer e Waelty, 1995), Alemanha (Schwab e Petersen, 1990; Siegrist, 1996; Becker et al., 2006), Holanda e outras áreas da Europa (Braam et al., 1997; Braam et al., 2004), Malásia (Razali et al., 1998; Azhar et al., 1994), Tailândia (Tapanya et al., 1997), Austrália (Francis e Kaldor, 2002; Wollin et al., 2003), Nigéria (Ndom, 1996), Egito (Thorson, 1998), Oriente Médio (Anson et al., 1990; Abdel-Kalek, 2006) e Índia (Verghese et al., 1989).

De fato, uma pesquisa on-line na PsycINFO (uma base de dados que contém 2,3 milhões de pesquisas e artigos acadêmicos de 49 países em 27 idiomas), usando as palavras-chave “religion”, “religiosity”, “religious beliefs” e “spirituality”, revela algumas tendências interessantes. Quando restringi os anos da busca de 1971 a 1975, foram identificados 1.113 artigos, mas ao repetir a pesquisa restringindo-a aos anos entre 2001 e 2005, obtive 6.437 artigos, havendo um aumento de mais de 600% em 30 anos. Assim, parece ocorrer um rápido incremento na pesquisa e discussão acadêmicas relacionadas à relação entre religião, espiritualidade e saúde mental.

Dado que religião é importante para a maioria dos brasileiros e outros sul-americanos, não causa surpresa que haja interesse na ligação entre envolvimento religioso e saúde mental. Dos 6.437 artigos sobre religião/espiritualidade publicados entre 2001 e 2005, 20 envolveram artigos sobre religião, espiritualidade e saúde de brasileiros. Seis desses 20 artigos relatavam resultados de estudos quantitativos e quatro dessas pesquisas eram focadas em saúde mental.
Revisarei brevemente estes últimos aqui.

O primeiro estudou abordou 110 espíritas que freqüentavam um centro espírita bem conhecido em
São Paulo. Socialização, felicidade, religiosidade, mediunidade, personalidade e experiências dissociativas gerais foram medidas usando escalas padronizadas (Negro et al., 2002). Atividade mediúnica foi associada com mais experiências dissociativas, mas com bons escores em socialização e adaptação. Um segundo estudo envolveu 989 pacientes consecutivamente admitidos em uma unidade psiquiátrica em um hospital brasileiro (Dalgalarrondo et al., 2004a). Católicos e protestantes (a maioria era pentecostal) foram comparados em termos de sintomas, diagnóstico, tempo de internação e resultados clínicos. Protestantes eram mais jovens, mulheres, com menor nível educacional e tinham menor probabilidade de ser casados. Comparados com católicos, protestantes tinham maior probabilidade de ter esquizofrenia e menor probabilidade de ter transtornos por abuso de substâncias. Não houve diferenças quanto ao tempo de internação ou condição clínica no momento da alta. Os autores interpretaram que esses resultados poderiam ser devidos a padrões de busca de tratamento dos protestantes pentecostais, um grupo predominantemente de menor nível socioeconômico.

Um terceiro estudo examinou 2.287 estudantes de quatro escolas publicas e três escolas privadas (Dalgalarondo et al., 2004b). O uso de álcool, tabaco, medicamentos e drogas ilícitas no ultimo mês foi investigado. Estudantes sem uma filiação religiosa ou sem educação religiosa tinham um uso significativamente maior de drogas ilícitas (êxtase ou cocaína). O último estudo investigou os efeitos da filiação religiosa (pentecostais, espíritas e católicas) no uso de substâncias e na saúde mental (esta última medida pelo GHQ-12, em que pontuações maiores indicam maior morbidade psicológica) em 1.796 estudantes (Dalgalarondo et al., 2005). Pentecostais usaram menos tabaco, álcool e drogas e pontuaram menos no GHQ-12; espíritas usaram mais substâncias psicoativas e obtiveram maiores pontuações no
GHQ-12; e os católicos alcançaram escores intermediários entre os dois grupos. Esses quatro estudos dão ao leitor uma noção do tipo de pesquisa que está sendo realizada nesta área no Brasil.

Por que todo esse interesse nesta área? Porque estudos entre religião, espiritualidade e saúde mental? Há várias razões. Os resultados dessas pesquisas têm importantes implicações para o cuidado clínico dos pacientes. O conhecimento do impacto que as crenças religiosas podem ter na etiologia, diagnóstico e evolução dos transtornos psiquiátricos ajudará os psiquiatras a compreender melhor seus pacientes, avaliar quando as crenças religiosas ou espirituais são utilizadas para lidar melhor com a doença mental e quando podem estar exacerbando essa doença. A vasta maioria das pesquisas em populações saudáveis sugere que as crenças e práticas religiosas estão associadas com maior bem-estar, melhor saúde mental e um enfrentamento mais exitoso de situações estressantes. Essas associações entre religiosidade e melhor saúde mental são encontradas de modo mais marcante em situações de alto estresse. De
certo modo, esses achados também são verificados entre pacientes psiquiátricos, já que estes enfrentam um enorme estresse ambiental e psicossocial em razão de seus transtornos, necessitando de estratégias eficazes de enfrentamento. Por outro lado, alguns poucos estudos indicam associação entre envolvimento religioso e maior psicopatologia (veja artigo sobre religião e transtornos psicóticos nesta edição).

Em virtude do papel que as crenças religiosas e espirituais podem ter na doença psiquiátrica, é importante que psiquiatras coletem uma história espiritual em que sejam exploradas as crenças do paciente que podem estar influenciando a doença mental e como o paciente está lidando com a doença. Além disso, são necessárias muito mais pesquisas para melhor compreender como os diversos sistemas de crenças religiosas no Brasil e em outros países da América do Sul interagem com e influenciam os transtornos mentais.

A área da religião e da saúde mental é um campo clínico e de pesquisa com enorme potencial. Espero que este volume pioneiro da Revista de Psiquiatria Clínica possa estimular e abrir caminho a novas pesquisas e discussões que, em última instância, permitirão que os clínicos reconheçam a importância das crenças espirituais na saúde e nas doenças mentais dos pacientes que servimos, desse modo conduzindo a uma nova era de cuidados psiquiátricos culturalmente sensíveis à pessoa como um todo.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um quinto dos jovens nem estuda, nem trabalha, nem busca emprego

Um quinto dos jovens nem estuda, nem trabalha, nem busca emprego PDFImprimirE-mail
O Globo.com
São 5,3 milhões os brasileiros entre 18 e 25 anos que estão fora da educação formal e do mercado de trabalho.
RIO e SÃO PAULO — Para Letícia Protásio, “os dias passam devagar”. “Sobra tempo para ver as coisas do bebê”. Sobra tempo porque a jovem de 20 anos não está estudando, tampouco trabalha, e muito menos procura emprego (“Quem vai empregar uma grávida?”). Ela é um dos 5,3 milhões de jovens, entre 18 e 25 anos, que estão fora da educação formal e do mercado de trabalho — quase a população da Dinamarca. Um problema que atinge um em cada cinco jovens (ou 19,5% dos 27,3 milhões de pessoas dessa faixa etária), aponta o estudo exclusivo “Juventude, desigualdades e o futuro do Rio de Janeiro”, coordenado pelo professor Adalberto Cardoso, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele teve por base microdados do Censo Demográfico de 2010, do IBGE.
As razões que levaram Letícia a interromper os estudos e largar o emprego passam pela maternidade — um dos principais motivos para as mulheres abandonarem os estudos e adiarem a entrada no mercado de trabalho. Pelos dados do especialista do Iesp, o número de moças que fica em casa é quase o dobro do dos rapazes: respectivamente, 3,5 milhões e 1,8 milhão. Mas a maternidade não é a única explicação. O forte desalento, segundo Cardoso, ajuda a entender os números alarmantes. Que ficam mais graves quando se leva em conta que, em 2010, ano do Censo, a economia brasileira cresceu 7,5%.
— Esses jovens que ficam fora têm qualificação muito ruim. Tão ruim que, ao abandonarem a escola, o mercado de trabalho, mesmo em plena atividade, não os absorve. Resultado: eles desistem, e são os pobres os mais afetados — disse Cardoso, acrescentando que esse fenômeno é muito urbano. — Entram nesses números os jovens que foram puxados para a criminalidade.
Na parcela mais pobre da população brasileira, com renda per capita de até R$ 77,75, quase metade (ou 46,2%) dos jovens estava fora da escola e do mercado de trabalho.
— A escola não consegue atrair o jovem, levando a uma elevada evasão escolar. Em consequência, ingressar no mercado de trabalho vai ficando mais e mais difícil — explicou Cardoso.
Professor vê desalento estrutural
O gargalo, segundo o professor Fernando de Holanda Filho, da Fundação Getulio Vargas (FGV), está na baixa taxa de matrícula do ensino médio. Hoje, segundo ele, ao menos 50% dos jovens trabalham sem ter nível médio:
— Quando vão para o mercado de trabalho, não conseguem se colocar. Esse cenário cria um desalento estrutural, que se complica a cada ano. É um problema de longo prazo.
O paulistano Eduardo Victorelli, de 22 anos, não terminou o ensino médio e não buscou cursos técnicos ou profissionalizantes depois que largou a escola, aos 17 anos. Embora pareça ter um futuro incerto, ele afirma com segurança que será jogador de futebol:
— Meus pais e minha família me apoiam e conseguem pagar as contas. Acreditamos que o salário de jogador mudará nossa vida.
Ele largou a escola para ir ao Paraná, tentar jogar no Coritiba. Mas o salário não bastaria para comer, morar e viver em outro estado, e voltou para São Paulo. Desde então, jogou em dois pequenos times. Ele mora em Sapopemba, bairro simples da Zona Leste, com os pais, avós e tios.
O afastamento dos estudos e do trabalho vai comprometer — e muito — o futuro desses jovens, diz Cardoso:
— Parte dessas pessoas vai se colocar como assalariado sem carteira assinada. Esse jovem de hoje vai carregar o peso desse abandono pelo resto da vida — disse Cardoso.
Letícia vive com o namorado, que ganha R$ 1.500 por mês como divulgador. Em Jacarepaguá, eles têm o apoio da avó e da mãe dele.
— Sei que agora vou ter que ficar em casa, cuidando do meu filho. Talvez por um, dois anos.
Para Hildete Pereira, coordenadora do Núcleo Transdisciplinar de Estudos de Gênero da UFF, faltam políticas públicas de controle da natalidade e apoio para cuidar de crianças. A cobertura de creches passou de 7% das crianças de 0 a 3 anos em 2000 para 21% em 2011:
— Melhorou, mas ainda há déficit.
Enquanto isso, país amarga escassez de mão de obra
O contingente de 5,3 milhões de jovens inativos no Brasil ocorre num momento em que o país tem baixas taxas de desemprego e os empresários se queixam de escassez de mão de obra.
— É um desperdício de recurso, especialmente no momento econômico do país — disse Naércio Menezes, professor de economia do Insper, acrescentando que, quando o jovem deixa de enxergar os benefícios da educação, ele deixa de ter um futuro melhor.
Essa geração perdida vai fazer falta para um crescimento sustentado, advertiu Paulo Levy, economista do Ipea. Ele explica que as empresas terão que aumentar a produtividade dos que estão trabalhando.
Mas o crescimento econômico do país também permite que uma ínfima parcela desse contingente tenha respaldo em casa para pensar na carreira. Além disso, na chamada “geração canguru” os jovens deixam a casa dos pais mais tarde. Nesse universo, estão pessoas que se preparam para concursos públicos ou tiram um sabático para viajar. O Iesp-Uerj só considerou quem não frequenta a educação formal.
Natália de Miranda, de 24 anos, estuda em casa para o concurso para magistratura do trabalho:
— Estudo de seis a oito horas por dia e, muitas vezes, ainda ouço que não estou fazendo nada.
Mas o cenário pode ser ainda pior. Ao incluir os jovens que buscam trabalho mas não conseguem, os 5,3 milhões saltam para 7,2 milhões. Ou seja, a cada quatro jovens entre 18 e 25 anos, um está parado.
Colaborou: Roberta Scrivano

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Traficantes contra o Crack


Fernandinho Beira-Mar quer participar de campanha contra o crack, diz ONG

Advogada que preside o Instituto Anjos da Liberdade disse que traficantes como Marcinho VP e Nem da Rocinha também aceitaram gravar um vídeo ou tirar uma foto para campanha. Justiça analisa pedidos. Comente

Mario Hugo MonkeniG Rio de Janeiro | - Atualizada às

 
Menina de 15 anos que foi enterrada viva tinha uma infecção pulmonar pouco antes de morrer em um ritual inca na Argentina
Ex-latinete prometeu fazer ensaio sensual caso o Brasil conquistasse a medalha de ouro no vôlei masculino
Dupla foi acusada de matar três bolivianos em San Matías. Grupo de manifestantes invadiu prisão e ateou fogo contra brasileiros

 

 

domingo, 5 de agosto de 2012

Drogas, tráfico, violencia e morte!

O tráfico de drogas é o crime que mais cresceu nos anos 2000 no Estado de São Paulo. O número de flagrantes feitos pela polícia paulista é hoje quatro vezes maior do que há 12 anos. Foram cinco casos por hora no primeiro trimestre, graças a uma rede de distribuição cada vez mais pulverizada, que atrai pelo lucro fácil jovens e idosos, homens e mulheres, sem distinção.

“É evidente que a repressão aumentou, mas também deve ter aumentado a quantidade de drogas. Não se pode dizer que é apenas a ação da polícia a responsável pelo crescimento no número de flagrantes, porque aí poderia ter aumentado o preço. São as duas coisas”, diz o pesquisador em Segurança Guaracy Mingardi.

A queda significativa no preço deixa claro que há mais entorpecente em circulação do que a polícia consegue apreender. Sobra droga nas mãos dos traficantes.

Segundo a polícia, o preço da cocaína caiu pelo menos 30%, tanto no varejo quanto no atacado. O quilo da pasta custava no mercado nacional entre R$ 10 mil e R$ 12 mil no início dos anos 2000. Hoje, está entre R$ 7 mil e R$ 8 mil. A “versão comercial” da droga, aquela que chega ao consumidor final, sai atualmente por algo entre R$ 4 mil e R$ 5 mil o quilo.

 Além disso, a participação do tráfico sobre o total de boletins de ocorrência registrados nas delegacias paulistas cresceu três vezes em 12 anos – respondia por 0,44% dos BOs em 2000 e, hoje, alcança 1,38%.

 Na Região Metropolitana, o aumento foi de seis vezes em 12 anos. Na capital, o número de flagrantes se multiplicou por 3,6 no mesmo período. No outro extremo, nos municípios do interior do Estado, o crescimento foi de 3,75 vezes, favorecido sobretudo pela disseminação do crack no campo, principalmente nos canaviais.

Para o diretor do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), Wagner Giudice, o Brasil não é mais apenas um corredor do tráfico entre países andinos e a Europa, como no passado. O bom momento econômico tem feito parte da droga parar por aqui, o que se reflete no número de apreensões.

As diversas pesquisas coincidem na afirmação de uma associação entre transtornos do uso de substâncias psicoativas e criminalidade. O que é possível constatar é a alta proporção de atos violentos quando o álcool ou as drogas ilícitas estão presentes entre agressores, suas vítimas ou em ambos.

domingo, 6 de maio de 2012

Virada Cultural 2012 - overdose e morte

As primeiras horas da Virada Cultural 2012 tiveram prisões por furto, roubo e tráfico de drogas, de acordo com informações da Polícia Militar (PM), e também houve o registro da morte de uma adolescente por overdose de cocaína nesta madrugada. O evento começou às 18h de sábado e tem o término previsto para o mesmo horário de domingo.

As primeiras horas da Virada Cultural 2012 foram marcadas por tumultos e confusões. Em diferentes horários e locais, atrações foram prejudicadas por brigas, empurra-empurra e falta de estrutura para atender ao grande número de pessoas.
A aguardada galinhada do premiado chef de cozinha Alex Atala foi um dos exemplos. Programada para a meia noite deste domingo, no Minhocão, a distribuição do prato foi prejudicada por um tumulto generalizado. A confusão foi formada após a invasão de pessoas que estavam sem a senha. Para piorar, os cozinheiros contaram que estavam sem estrutura, faltava energia para esquentar o alimento e a água teve de ser buscada em um comércio próximo ao evento.
Devido ao tumulto, Atala não conseguiu comparecer ao evento e o prato foi distribuído bem depois do horário combinado.
Show
Já o show da banda Mutantes, realizado na madrugada deste domingo, foi marcado por um princípio de tumulto na plateia que se apertava para acompanhar a apresentação. O público teve dificuldade em passar pelo lado esquerdo do palco, o que provocou empurra-empurra e a derrubada de algumas grades de proteção. Para conter a confusão, os seguranças ameaçaram as pessoas com "máquinas" de choque.
Sérgio Dias, vocalista e fundador do Mutantes, reclamou da má qualidade do som e do volume dos instrumentos. O problema de circulação de pessoas também ocorreu no show da Nadeah, no palco XV de Novembro.
Elis Regina
Enquanto Diogo Poças e Luciana Alves cantavam Brigas Nunca Mais em show que homenageava Elis Regina, cerca de 100 adolescentes começaram uma briga do lado direito do palco Boulevard São João.
O público, assustado, invadiu a área VIP do palco, derrubando as barreiras de proteção, enquanto os jovens corriam para o Vale do Anhangabaú destruindo tudo o que viam pela frente, como lixeiras e banheiros químicos. Não se sabe ao certo o que iniciou a briga, mas, segundo relatos, a confusão teve início após um empurra-empurra.
O cantor, Diogo Poças, mandou parar a música e disse: "Porra, a gente cantando a música Brigas Nunca Mais e vocês fazem uma coisa dessas? Viva Tom Jobim, não essa merda!".
Poucos minutos depois, uma nova briga ocorreu na esquina das ruas XV de Novembro e João Brícola, mas foi apartada.
Bebida alcoólica
Apesar da proibição da venda de bebidas alcoólicas durante a Virada, ambulantes ofereciam cerveja desde o começo do evento no palco montado no Vale do Anhangabaú.
A proibição ocorre desde 2011, quando mais de mil guardas-civis metropolitanos e 2 mil policiais militares, além de fazerem a segurança da Virada, começaram a atuar na fiscalização.
Neste ano, a Prefeitura prometeu uma fiscalização mais dura em relação aos "vinhos químicos" que, segundo o Instituto Adolpho Lutz, que analisou a bebida, possui 96% de álcool em sua composição.

domingo, 11 de março de 2012

Regras anti-álcool reduzem consumo


Uma pesquisa holandesa publicada online pela revista científica “Alcoholism: Clinical & Experimental Research” mostrou que os adolescentes tendem a beber menos quando os pais impõem regras mais severas sobre o consumo de álcool.

O estudo foi feito com 238 adolescentes com idade entre 12 e 16 anos. Eles responderam a questionários contando como é o comportamento dos pais em relação ao álcool. Os jovens também falaram quanto álcool eles próprios tinham consumido no último mês.

Além disso, os pesquisadores testaram o impulso dos adolescentes em relação ao álcool. Isso foi feito por meio de um sistema conhecido como memória de trabalho, que analisa a resposta de cada um a um estímulo específico – como garrafas ou cheiro de bebida.

A tendência é notada mais claramente entre os meninos. Quando proibidos, eles bebem menos que as meninas da mesma idade. No entanto, quando os pais permitem, o consumo de álcool deles é maior que o delas.

 

 


 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Whitney Houston morre

A cantora Whitney Houston morreu na noite de sábado (um dia antes da premiação do Grammy) aos 48 anos dentro de uma suíte no quarto andar no Beverly Hilton, hotel de Los Angeles. O corpo foi encontrado pelo guarda-costas da artista. Ainda não se sabe a causa da morte e, segundo o tenente da polícia Mark Rosen, não há evidências de crime no local.

História - O auge Houston foi anos 1980 e 1990 com sucessos como "I wanna dance with somebody", "Saving all my love for you", "How will I know" e "I will always love you", trilha do filme Guarda-Costas, que a cantora foi protagonista ao lado do ator Kevin Costner. O álbum da última música foi o mais vendido por uma artista feminina. Ao todo, foram vendidos mais de 200 milhões e ela chegou 30 vezes ao topo da carreira.

Ela confessou ser viciada em maconha, cocaína e medicamentos. Houston alegou que as drogas fizeram perder o timbre da voz, que nos últimos anos não era nem parecida com àquela dos anos 1990

domingo, 8 de janeiro de 2012

Para mães e pais de Amor-Exigente

Imaginem a cena de uma mulher “afundando” na poltrona. Explicando-se e tentando justificar seus erros, suas falhas. Envergonhada. Voz baixa. Insegura. Olhar sofrido. Corpo cada vez mais encolhido. Mãos trêmulas. Tenta impedir as lágrimas de caírem.


Ao seu lado um jovem fazendo novas acusações. Contando o enorme impacto que os comportamentos daquela mulher tiveram em uma vida que poderia ter sido tão melhor.

A mulher ainda mais encolhidinha na poltrona, ouvindo detalhes de sua vida expostos pelo jovem.

Parece cena de um julgamento? Não é. Vejo essa cena todos os dias em meu consultório. Uma mãe (pais ainda são minoria) levando o filho querido para o tratamento. O filho, por incrível que pareça, é o paciente!

Paciente esse que, talvez sem ter consciência, tenta desviar o foco da conversa para os erros dos pais.

Pergunto com que idade os pais tiveram filhos. Pergunto ao jovem se ele pensa que com a mesma idade estará (ou já está) perfeito e completamente preparado para ser um pai (ou mãe) capaz de dar aos filhos exatamente o tipo e quantidade de afeto que cada filho precisa. Saberá o exato momento de afagar, ensinar, cuidar e se afastar? Assim, dou ao filho a chance de tentar se colocar no lugar dos pais e entender que pais são apenas pessoas que têm filhos, e não heróis.

Para os pais, conto a história do canto sedutor das sereias. Segundo a mitologia Greco-romana, as sereias habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que os tripulantes dos navios que passavam por ali ficavam envolvidos pelo canto, os navios colidiam com os rochedos e afundavam. Odisseu, personagem da Odisséia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. Assim, impediu que o canto das sereias o desviasse de sua rota e chegou ao seu destino.

Penso que pais e mães precisam aprender a “colocar cera nos ouvidos” para conseguir ajudar seus filhos. Precisam aprender a dizer:”fiz o melhor que pude naquela ocasião, com os recursos que eu tinha naquele momento”. Precisam deixar de gastar energia em explicações intermináveis, em sentimentos de culpa que só reforçam a crença de que pais precisam ser perfeitos e infalíveis.

Proponho aos pais aceitar que são pessoas com dificuldades, dúvidas, defeitos, dores, limitações. É assim que os seres humanos são.

Vamos colocar cera nos ouvidos para atingir nosso objetivo – melhorar sempre!