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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fumar Maconha Encolhe O Cérebro

Fumar Maconha Encolhe O Cérebro


Fran Lowry

11 nov 2011 – O consumo de maconha pode levar a uma perda de volume cerebral em indivíduos em risco de desenvolver esquizofrenia.

"Já é aceito pela maioria dos psiquiatras que fumar maconha aumenta o risco de psicose no indivíduo, e mais especificamente a esquizofrenia", disse o autor Killian A. Welch, MD, da Universidade de Edimburgo, Royal Edinburgh Hospital, Reino Unido, ao Medscape Medical News .

"Pessoas com histórico familiar de esquizofrenia são particularmente vulneráveis ​​aos efeitos psicotomiméticos da droga, e têm uma probabilidade de risco mais elevado de desenvolver esquizofrenia, particularmente se consumirem cannabis", disse ele. "No entanto, ainda não está claro como a cannabis afeta o cérebro para resultar no aumento do risco."

O estudo foi publicado na edição de novembro do British Journal of Psychiatry.


Dr. Welch e colegas compararam as mudanças estruturais no tálamo e na amígdala-hipocampo ao longo do tempo em 57 pessoas com idade entre 16 e 25 anos que estavam bem, mas que tinham um forte histórico familiar de esquizofrenia.

Cada uma das pessoas passou por uma avaliação completa, incluindo um exame de ressonância magnética. Dois anos mais tarde, cada um deles retornou para outra ressonância magnéticva e responderam a perguntas sobre o uso de drogas ilícitas, inclusive a maconha, bem como seu uso de álcool e tabaco no período entre os exames.

Dos 57 participantes, 25 tinham usado maconha entre as duas avaliações.

Os pesquisadores descobriram que os participantes que tinham usado maconha mostraram redução do seu volume talâmico que foi significativo no lado esquerdo do tálamo (F = 4,47, P = 0,04), e altamente significativos à direita (F = 7,66; P = 0,008). No entanto não se observou nenhuma perda de volume do tálamo naqueles que não fizeram uso de maconha durante o período de 2 anos.

Alguns dos participantes que usaram maconha também fizeram uso de outras drogas como ecstasy e anfetaminas. Feito o controle sobre o uso dessas drogas, os resultados mantiveram-se significativos.

"Este é o primeiro estudo longitudinal a mostrar que o consumo de cannabis por indivíduos com risco aumentado de esquizofrenia resulta em em desenvolvimento cérebral de maneira diferente daquela como se desenvolve se não usar a droga," observou o Dr. Welch.

"Estas são pessoas que estão bem, não são psicóticos, em quem o uso da droga está associado à perda de volume em uma estrutura cerebral crítica. A explicação mais provável para isso, claramente, é que a exposição ao cannabis está causando essas anormalidades de desenvolvimento do cérebro ", disse ele.

O tálamo é uma estrutura cerebral muito importante, que age como um processador de informações e como estação de retransmissão para o cérebro, acrescentou ele. "Dado esse papel de interligação entre as diversas regiões do cérebro, qualquer coisa que afete sua estrutura e, supõe-se conseqüentemente, a sua função, seria de se esperar por consequências generalizadas e potencialmente devastadoras."

O Dr. Welch alertou que essas descobertas não devem ser mal interpretadas para sugerir que o uso da maconha é seguro quando não se tem história familiar desse tipo. No entanto, "parece seguro dizer que se você tem um tal cenário, você deva ser particularmente cauteloso com uso de drogas", disse ele.

Jean Bidlack, PhD, Professora de Farmacologia da Paul Stark School of Medicine and Dentistry da Universidade de Rochester, em Nova York, disse à Medscape Medical News que o estudo realizado pelo Dr. Welch e colegas acrescenta algo útil para o que já era conhecido sobre o assunto.

"Este é o primeiro estudo a mostrar uma associação entre uma diminuição no volume do tálamo e o uso de maconha em pessoas atualmente não afetadas mas que estejam em risco elevado de desenvolver esquizofrenia, devido ao histórico familiar", disse a Dra. Bidlack. "A diminuição do volume do tálamo tem sido associada à psicose e à esquizofrenia. O tálamo tem um alto nível de receptores de canabinóides, que ligam o ingrediente ativo da maconha e podem contribuir para a diminuição do volume do tálamo", explicou .
Esta pesquisa começa a explicar a ligação entre o uso da maconha e o desenvolvimento de esquizofrenia neste grupo de alto risco, disse ela.

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     Como maconha afeta memória de curto prazo

A maconha inunda o cérebro com uma série de substâncias químicas que imitam um de seus próprios sistemas de sinalização, levando a mudanças na memória e no humor.

O THC não age, como poderia ser esperado, nos neurônios do cérebro, mas numa célula do cérebro chamada de astrócito.

 Nós podemos achar um jeito de lidar com problemas de memória de trabalho na doença de Alzheimer - disse ele.

Quando alguém está usando maconha, em alguns casos, você acha que esta pessoa não conseguirá sequer lembrar do início de uma frase quando chegar ao fim dela.
 
 
 
 

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