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terça-feira, 17 de agosto de 2010

E-drugs se tornam o novo fenômeno da web

E-drugs se tornam o novo fenômeno da web


Um novo fenômeno da internet nascido nos Estados Unidos começa a ganhar força em todo o mundo.





Veja Online

São as drogas digitais sonoras, chamadas de e-drugs, cujos efeitos ainda são desconhecidos. As e-drugs se baseiam em uma ação neurológica que consiste na emissão de sons diferentes em cada ouvido, que estimula o cérebro e produz sensações de euforia, estados de transe ou relaxamento. As sessões têm entre 15 e 30 minutos, e os sons podem ser obtidos em sites especializados a preços que variam de 7 a 150 euros.

Segundo fontes da missão interministerial para a luta contra as drogas e a toxicologia da França, trata-se de um fenômeno que não é "nem alarmante, nem emergente" e que, por enquanto, não tem motivo para ser proibido. No entanto, as drogas digitais invadiram a França nos últimos dois meses e, por enquanto, seus efeitos são desconhecidos e não há estudos realizados sobre o assunto no país.

Efeitos - Especialistas em neuropsicologia observam que os sons relaxam, ajudam na concentração e são usados até com fins terapêuticos para algumas doenças, como o autismo. Certas frequências estimulam a imaginação ou a criatividade, o que poderia criar as alucinações que os consumidores afirmam ter durante ou após as sessões. Portanto, existe um alerta sobre a possibilidade de que, com o passar do tempo, as drogas digitais possam provocar disfunções cerebrais.

Os possíveis perigos das e-drugs não parecem preocupar os jovens, que compartilham suas experiências nas redes sociais, onde recomendam as melhores doses. "Senti chamas em meus braços, que desciam gradualmente até os dedos dos pés, tinha a impressão de que meu braço pesava uma tonelada e um dos meus dedos estava curvado. Então, comecei a me sentir muito estranho. Foi genial", relata um usuário, que conta ainda ter visto uma tartaruga, um elefante verde e até Papai Noel aos pés de sua cama. As drogas mais populares da rede têm nomes sugestivos como orgasm, peyote, marijuana ou lucid dream.

"Meu coração batia muito forte e eu tremia como um louco. Após a dose, me acalmei e parou. Respirei forte e achei que foi ótimo. Efeitos depois da dose: excitação e vontade de fazer muitas coisas. A vida é genial", diz outra usuária. As sessões são divididas por temas. Assim, é possível encontrar algumas prescritas para desenvolver a imaginação, aproveitar mais uma partida de videogame ou atividades esportivas, ou até mesmo para aumentar o prazer das relações sexuais.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Comissão proíbe justa causa por alcoolismo

Comissão proíbe justa causa por alcoolismo


A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou um projeto de lei que proíbe a demissão por justa causa de empregados dependentes do álcool. A proposta, que modifica a Consolidação de Leis do Trabalho (CLT), foi aprovada em caráter terminativo e será encaminhada à Câmara.

De acordo com o projeto, a demissão por justa causa só ocorrerá no caso do dependente do álcool se recusar a passar por tratamento. O objetivo da proposta, segundo o relator da matéria Papaléo Paes (PSDB-AP), é alterar o tratamento que a legislação dispensa ao “trabalhador alcoolista”.

“A legislação, nos termos em que se encontra atualmente, não trata o alcoolismo como patologia. Enquanto o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos da União e o Plano de Benefícios da Previdência Social silenciam a respeito, a CLT inclui a embriaguez, habitual ou em serviço, entre as hipóteses ensejadoras de justa causa”, diz o relator.

Na justificativa da matéria, o autor da proposta, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), afirma que o alcoolismo, há tempos, deixou de ser tido como uma “falha moral” e passou a ser reconhecido como uma “severa e altamente incapacitante moléstia”, mas que a legislação social brasileira “não acompanhou essa evolução”.

“Sendo reconhecido formalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença e relacionado no Código Internacional de Doenças (CID) como “síndrome de dependência do álcool”, ao alcoolismo não se aplicaria o artigo 482 da CLT, que inclui a “embriaguez habitual ou em serviço” entre os motivos para tal demissão”, concluiu Crivella. (Com informações do Congresso)

Tabagismo

Uma pesquisa liderada pela Universidade Yale (Connecticut, EUA) afirma que o fator psicológico, no combate ao vício do tabaco, tem uma influência maior do que imaginamos.

Tudo se resume, segundo eles, em saber quais áreas do cérebro trabalhar para atingir o objetivo de largar o cigarro.

Os cientistas observaram os cérebros de fumantes a partir de Ressonância Magnética. Enquanto estavam sob o exame, os participantes eram expostos a imagens de cigarro e comida. Quando os pacientes tentavam resistir ao seu objeto de desejo, o cérebro mostrava intensa atividade em certas áreas e parava em outras, ou seja, é possível criar atividades para atacar o problema na raiz.

Já existe, na psicologia, uma técnica cerebral para ajudar os fumantes a combater o vício. Chamada de Terapia Cognitivo-comportamental, ela obtinha relativo sucesso no tratamento dos pacientes, mas com um problema: eles não sabiam qual era a área do cérebro responsável pelas mudanças no vício, apenas combatiam o problema. Agora, a “receita cerebral” para o fim do vício foi descoberta: o Lobo Frontal aumenta a atividade, o Corpo Estriado diminui na mesma proporção, e então o desejo se apaga.

Isso foi descoberto da seguinte maneira: os investigadores apresentaram, a 21 fumantes, imagens de cigarros e alimentos, e orientaram os pacientes a pensar nas consequências negativas de seus vícios em longo prazo, e que fizessem força mental para resistir às suas vontades. A todas as reações, as áreas do cérebro eram mapeadas ao mesmo tempo.

Os fumantes tinham desejo pelo cigarro mais forte do que aos alimentos, mas o trabalho mental que eles fizeram reduziu ambos os desejos na mesma proporção: cerca de um terço. Essa foi a redução mostrada no Corpo Estriado, o setor do cérebro responsável pelos vícios.

O Corpo Estriado, localizado na parte inferior do cérebro, próximo ao tálamo, é um dos núcleos (ou gânglios) da base cerebral, e está conectado com as demais áreas. Ele está relacionado, grosso modo, às reações de “se acostumar” com as coisas, inclusive às coisas ruins, como o vício em cigarro.

Assim que os participantes resistiam com sucesso à tentação do cigarro, aumentava o fluxo sanguíneo e a atividade no Lobo Frontal. Essa área é estimulada em situações de resistência, de negação a algo que o corpo demanda.

O desafio dos psiquiatras, agora, é trabalhar em atividades mentais que facilitem esse caminho para os viciados: ativação do Lobo Frontal combinada à inatividade do Corpo Estriado.

Reino Unido proíbe a exposição de maços de cigarro nas lojas



02 de Outubro de 2011 - Terra Notícias


O Reino Unido redobra seus esforços para reduzir o consumo do tabaco a partir deste sábado proibindo a exposição dos maços de cigarro nas lojas bem como a venda em máquinas automáticas semelhantes às de refrigerante, como é comum no país. Espera-se que a nova medida diminua a taxa de fumantes dos atuais 21,2% da população para 18,5% até 2015.

O governo britânico já havia anunciado em março que iria traçar estratégias de controle ao tabagismo, principalmente para evitar o vício em adolescentes e em grávidas. Na Inglaterra, desde julho de 2007, está proibido fumar em locais públicos fechados e no trabalho, uma lei que foi implantada na Irlanda em março de 2004, na Escócia em março de 2006 e em Gales em abril de 2007.

Para dissuadir o cidadão de fumar, os cigarros e outros produtos relacionados deverão ser recolhidos a partir de sábado das prateleiras das grandes lojas permanecendo apenas atrás dos balcões e, a partir de 2013, também dos quiosques das lojas pequenas.

Serão proibidas também as máquinas automáticas de venda de cigarros, por permitirem o acesso de menores de idade ao fumo. Segundo uma pesquisa divulgada pela BBC, 10% dos fumantes com idades entre 11 e 15 anos compram seus cigarros nas máquinas, frente a 1% dos demais fumantes.

Enquanto na Inglaterra os pubs, clubes, discotecas e restaurantes adeptos a esse tipos de venda serão multados em 2.875 euros, o País de Gales adiou a proibição até fevereiro de 2012. Contudo, o governo galês confirmou seu compromisso com a nova lei, alegando dificuldades logísticas para justificar o atraso na implementação.

Nesta guerra ao consumo tabagista, serão vetadas ainda as exibições de anúncios e imagens desse produto nas máquinas vendedoras de varejo em geral. Tudo para tentar dissuadir o fumante, que gasta atualmente em torno de 8 euros por maço de 20 cigarros, preço que varia de acordo com a região e com o local de venda.

Apesar do elevado custo em comparação aos outros países (na Espanha, por exemplo, o mesmo maço custa 3,5 euros), que se explica pelos impostos, o Reino Unido conta com 10 milhões de fumantes, conforme os dados mais recentes da organização londrina World Cancer Research Fund. Os impostos sobre o tabaco subiram em março de 2% acima do Índice de Preços do Varejo (RPI), até 7%.

Uma polêmica consulta está nos planos do governo questionando a possibilidade da obrigatoriedade dos fabricantes de empacotar os cigarros em maços sem rótulo. Caso essa pratica seja adotada, o Reino Unido será o primeiro país a ter essa lei. A ideia de proibir a exposição de maços de cigarros ao público partiu do governo anterior trabalhista. O projeto foi revisado pelo atual governo, sendo muito bem recebido pelo setor de saúde.

Para a diretora de comunicação da British Heart Foundation, Betty McBride, "as políticas efetivas que protegem as pessoas desse perigoso hábito podem, e já o fazem, salvar vidas" disse para a revista especializada The Lancet. "Os fumantes têm quase o dobro de probabilidades de sofrer um ataque ao coração do que aqueles que nunca tocaram em um cigarro", lembrou Betty.

Curiosamente, uma recente pesquisa do YouGov revela que 47% dos britânicos fumantes apoiam a nova norma, contra 38% que se opõe.


Proibir cigarro em locais públicos não aumenta fumo em casa

Um estudo feito em cinco países europeus (Irlanda, França, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha) mostrou que a proibição de tabagismo em locais públicos não fez com que as pessoas fumassem mais em casa. A pesquisa contou com a participação de 4.634 fumantes e foi feita em duas fases: antes e depois da legislação restritiva entrar em vigor.

Em vez de as pessoas fumarem mais em casa para compensar, muitas largaram o cigarro de vez. Na Irlanda, 25% dos entrevistados deixaram de fumar em casa após a implantação das leis. Na França a taxa foi de 17%, na Alemanha 38%, na Holanda 28% e na Grã-Bretanha 22%. Antes da proibição, a maioria dos fumantes já restringia o fumo em casa, principalmente aqueles que queriam parar de fumar ou que tinham acabado de ter um filho, por exemplo.

Cannabis e humor

Cannabis e humor


Revista Brasileira de Psiquiatria

Rafael Faria SanchesI, II; João Mazzoncini de Azevedo MarquesI

IDepartamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

IIInstituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (CNPq), Ribeirão Preto, SP, Brasil

IDepartamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil

IIInstituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (CNPq), Ribeirão Preto, SP, Brasil


Observam-se elevados índices de comorbidade entre abuso/dependência de cannabis e transtornos afetivos em estudos transversais e em amostras clínicas. Estudos longitudinais indicam que, em longo prazo, o uso mais intenso de cannabis está relacionado com um risco maior de desenvolvimento de doença bipolar e, talvez, depressão maior em indivíduos inicialmente sem quadros afetivos; porém, os mesmos não encontraram maior risco de uso de cannabis entre aqueles com mania ou depressão sem esta comorbidade. Outra importante observação é que o uso de substâncias psicoativas em bipolares pode estar associado a uma série de características negativas, como dificuldade na recuperação dos sintomas afetivos, maior número de internações, piora na adesão ao tratamento, risco aumentado de suicídio, agressividade e a uma pobre resposta ao lítio. Tratamentos psicossociais e farmacológicos são indicados para o manejo da comorbidade entre cannabis e transtornos afetivos.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Maconha não Trata Dependência de Crack

A nova polêmica da maconha


Zero Hora

Especialistas criticam pesquisador paulista que defende uso da droga como terapia para derrotar crack

A pesquisa paulista que aponta a maconha como remédio para derrotar o vício em crack é considerada inválida e até mesmo irresponsável na comunidade científica brasileira. O assunto ganhou repercussão no fim de semana, quando o trabalho foi citado pelo jornalista Marcos Rolim em artigo da edição dominical de Zero Hora.No texto intitulado Maconha, porta de saída?, Rolim afirma que a pesquisa representa o "mais impressionante resultado de superação de crack no Brasil", critica a falta de repercussão que ela teve e utiliza o estudo para defender o uso medicinal da maconha. O artigo motivou forte reação de leitores.

Vários enviaram e-mails de protesto ao jornal.



A pesquisa citada por Rolim foi realizada pelo psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, diretor do Programa de Orientação e Tratamento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A experiência consistiu em oferecer maconha a um grupo de 50 usuários de crack. Conforme os dados, 68% haviam trocado de droga depois de seis meses. Após um ano, quem fez a substituição deixou também a maconha. Em reportagem recente da Folha de S.Paulo, Silveira descreveu o experimento como "um sucesso".

– A dependência de maconha é muito menos agressiva do que a do crack. Nesses casos, a maconha funcionou como porta de saída do vício – disse o pesquisador.

Não é o que pensam especialistas em dependência química. Ex-presidente e atual membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), o psiquiatra gaúcho Sérgio de Paula Ramos é enfático na hora de criticar o trabalho de Silveira. Ele cita um episódio ocorrido em um Congresso Brasileiro de Psiquiatria, alguns anos atrás, na época em que o experimento foi divulgado. Ramos e Silveira foram agendados para uma mesma mesa, durante a qual discutiriam. Segundo o gaúcho, Silveira, que estava presente no congresso, não apareceu e "escapou do debate científico sério".

– Ele não teve peito de ir. O experimento não tem a menor credibilidade científica. Foi muito criticado quando veio a público, anos atrás. Foi feito com poucas pessoas, seguidas durante pouco tempo. Dizer que a maconha pode fazer algum bem beira a irresponsabilidade. É dar as costas para a ciência – diz Ramos.



Psiquiatra diz que estudo é contestado na metodologia

Conforme ele, chefe da unidade de dependência química do Hospital Mãe de Deus, há uma biblioteca inteira de trabalhos científicos brasileiros e internacionais demonstrando que a maconha é prejudicial à saúde e serve de porta para drogas mais pesadas.

– O brasileiro começa com álcool. Quem evolui para as drogas ilícitas passa primeiro pela maconha e depois para a cocaína. Em 40 anos, nunca tratei um usuário de cocaína e de crack que não tivesse começado pelo álcool e pela maconha – afirma.

O psiquiatra Félix Kessler, do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também afirma que o estudo de Silveira é muito contestado em termos metodológicos. Uma das falhas seria o trabalho não levar em conta se outros fatores, como família e emprego, conduziram os dependentes observados à abstinência.

– Do jeito como o estudo foi feito, não é possível dizer que foi a maconha que fez os pacientes deixarem de usar crack, como dá a entender – disse Kessler.



Folha de São Paulo - Tendências/Debates


SIDARTA RIBEIRO, JOÃO R. L. MENEZES, JULIANA PIMENTA e STEVENS K. REHEN

"Causa-nos estranheza que psiquiatras venham a público negar o potencial terapêutico da maconha, medicamento fitoterápico de baixo custo"

O artigo contra o uso medicinal da maconha de Ronaldo Laranjeira e Ana C. P. Marques ("Maconha, o dom de iludir", "Tendências/Debates", 22/7) contém inverdades que exigem um esclarecimento.

A fim de desqualificar a proposta de criação de uma agência brasileira para pesquisar e regulamentar os usos medicinais da maconha, os autores citam de modo capcioso o livro "Cannabis Policy: Beyond the Stalemate".

Exatamente ao contrário do que o artigo afirma, o livro provém de um relatório com recomendações claramente favoráveis à legalização regulamentada da maconha.

Conclui o livro: "A dimensão dos danos entre os usuários de maconha é modesta comparada com os danos causados por outras substâncias psicoativas, tanto legais quanto ilegais, a saber, álcool, tabaco, anfetaminas, cocaína e heroína (...) O padrão generalizado de consumo da maconha indica que muitas pessoas obtêm prazer e benefícios terapêuticos de seu uso (...)

O que é proibido não pode ser regulamentado.

Qualquer substância pode ser usada ou abusada, dependendo da dose e do modo como é utilizada.

A política do Ministério da Saúde para usuários de drogas tem como estratégia a redução de danos, que não exige a abstinência como condição ou meta para o tratamento, e em alguns casos preconiza o uso de drogas mais leves para substituir as mais pesadas.

O uso da maconha é extremamen te eficiente nessas situações. A maconha foi selecionada ao longo de milênios por suas propriedades terapêuticas, e seu uso medicinal avança nos EUA, Canadá e em outros países.
Dezenas de artigos científicos atestam a eficácia da maconha no tratamento de glaucoma, asma, dor crônica, ansiedade e dificuldades resultantes de quimioterapia, como náusea e perda de peso.

Em respeito aos grupos de excelência no Brasil que pesquisam aspectos terapêuticos da maconha, é preciso esclarecer que seu uso médico não está associado à queima da erva. Diretores da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) afirmam frequentemente que maconha causa câncer. Entretanto, ao contrário do que diz a Abead, a maconha medicinal, nos países onde este uso é reconhecido, é inalada por meio de vaporizadores, e não fumada.
Isso elimina por completo os danos advindos da queima, sem reduzir o poder medicinal dos componentes da maconha, alguns c omprovadamente anticarcinogênicos.

Causa, portanto, estranheza que psiquiatras venham a público negar o potencial terapêutico da maconha, medicamento fitoterápico de baixo custo e sem patente em poder de companhias farmacêuticas.

Num momento em que o fracasso doloroso da guerra às drogas é denunciado por ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso, em que a ciência compreende com profundidade os efeitos da maconha e em que se buscam alternativas inteligentes para tirá-la da esfera policial rumo à saúde pública, é inaceitável a falsificação de ideias praticada por Laranjeira e Marques.
O antídoto contra o obscurantismo pseudocientífico é mais informação, mais sabedoria e menos conflitos de interesses.

SIDARTA RIBEIRO é professor titular de neurociências da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
JOÃO R. L. MENEZES é professor adjunto da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenador do simpósio sobre drogas da Reunião SBNeC (Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento) 2010.
JULIANA PIMENTA é psiquiatra da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.
STEVENS K. REHEN é professor adjunto da UFRJ.