Tudo se resume, segundo eles, em saber quais áreas do cérebro trabalhar para atingir o objetivo de largar o cigarro.
Os cientistas observaram os cérebros de fumantes a partir de Ressonância Magnética. Enquanto estavam sob o exame, os participantes eram expostos a imagens de cigarro e comida. Quando os pacientes tentavam resistir ao seu objeto de desejo, o cérebro mostrava intensa atividade em certas áreas e parava em outras, ou seja, é possível criar atividades para atacar o problema na raiz.
Já existe, na psicologia, uma técnica cerebral para ajudar os fumantes a combater o vício. Chamada de Terapia Cognitivo-comportamental, ela obtinha relativo sucesso no tratamento dos pacientes, mas com um problema: eles não sabiam qual era a área do cérebro responsável pelas mudanças no vício, apenas combatiam o problema. Agora, a “receita cerebral” para o fim do vício foi descoberta: o Lobo Frontal aumenta a atividade, o Corpo Estriado diminui na mesma proporção, e então o desejo se apaga.
Isso foi descoberto da seguinte maneira: os investigadores apresentaram, a 21 fumantes, imagens de cigarros e alimentos, e orientaram os pacientes a pensar nas consequências negativas de seus vícios em longo prazo, e que fizessem força mental para resistir às suas vontades. A todas as reações, as áreas do cérebro eram mapeadas ao mesmo tempo.
Os fumantes tinham desejo pelo cigarro mais forte do que aos alimentos, mas o trabalho mental que eles fizeram reduziu ambos os desejos na mesma proporção: cerca de um terço. Essa foi a redução mostrada no Corpo Estriado, o setor do cérebro responsável pelos vícios.
O Corpo Estriado, localizado na parte inferior do cérebro, próximo ao tálamo, é um dos núcleos (ou gânglios) da base cerebral, e está conectado com as demais áreas. Ele está relacionado, grosso modo, às reações de “se acostumar” com as coisas, inclusive às coisas ruins, como o vício em cigarro.
Assim que os participantes resistiam com sucesso à tentação do cigarro, aumentava o fluxo sanguíneo e a atividade no Lobo Frontal. Essa área é estimulada em situações de resistência, de negação a algo que o corpo demanda.
O desafio dos psiquiatras, agora, é trabalhar em atividades mentais que facilitem esse caminho para os viciados: ativação do Lobo Frontal combinada à inatividade do Corpo Estriado.
Reino Unido proíbe a exposição de maços de cigarro nas lojas
02 de Outubro de 2011 - Terra Notícias
O Reino Unido redobra seus esforços para reduzir o consumo do tabaco a partir deste sábado proibindo a exposição dos maços de cigarro nas lojas bem como a venda em máquinas automáticas semelhantes às de refrigerante, como é comum no país. Espera-se que a nova medida diminua a taxa de fumantes dos atuais 21,2% da população para 18,5% até 2015.
O governo britânico já havia anunciado em março que iria traçar estratégias de controle ao tabagismo, principalmente para evitar o vício em adolescentes e em grávidas. Na Inglaterra, desde julho de 2007, está proibido fumar em locais públicos fechados e no trabalho, uma lei que foi implantada na Irlanda em março de 2004, na Escócia em março de 2006 e em Gales em abril de 2007.
Para dissuadir o cidadão de fumar, os cigarros e outros produtos relacionados deverão ser recolhidos a partir de sábado das prateleiras das grandes lojas permanecendo apenas atrás dos balcões e, a partir de 2013, também dos quiosques das lojas pequenas.
Serão proibidas também as máquinas automáticas de venda de cigarros, por permitirem o acesso de menores de idade ao fumo. Segundo uma pesquisa divulgada pela BBC, 10% dos fumantes com idades entre 11 e 15 anos compram seus cigarros nas máquinas, frente a 1% dos demais fumantes.
Enquanto na Inglaterra os pubs, clubes, discotecas e restaurantes adeptos a esse tipos de venda serão multados em 2.875 euros, o País de Gales adiou a proibição até fevereiro de 2012. Contudo, o governo galês confirmou seu compromisso com a nova lei, alegando dificuldades logísticas para justificar o atraso na implementação.
Nesta guerra ao consumo tabagista, serão vetadas ainda as exibições de anúncios e imagens desse produto nas máquinas vendedoras de varejo em geral. Tudo para tentar dissuadir o fumante, que gasta atualmente em torno de 8 euros por maço de 20 cigarros, preço que varia de acordo com a região e com o local de venda.
Apesar do elevado custo em comparação aos outros países (na Espanha, por exemplo, o mesmo maço custa 3,5 euros), que se explica pelos impostos, o Reino Unido conta com 10 milhões de fumantes, conforme os dados mais recentes da organização londrina World Cancer Research Fund. Os impostos sobre o tabaco subiram em março de 2% acima do Índice de Preços do Varejo (RPI), até 7%.
Uma polêmica consulta está nos planos do governo questionando a possibilidade da obrigatoriedade dos fabricantes de empacotar os cigarros em maços sem rótulo. Caso essa pratica seja adotada, o Reino Unido será o primeiro país a ter essa lei. A ideia de proibir a exposição de maços de cigarros ao público partiu do governo anterior trabalhista. O projeto foi revisado pelo atual governo, sendo muito bem recebido pelo setor de saúde.
Para a diretora de comunicação da British Heart Foundation, Betty McBride, "as políticas efetivas que protegem as pessoas desse perigoso hábito podem, e já o fazem, salvar vidas" disse para a revista especializada The Lancet. "Os fumantes têm quase o dobro de probabilidades de sofrer um ataque ao coração do que aqueles que nunca tocaram em um cigarro", lembrou Betty.
Curiosamente, uma recente pesquisa do YouGov revela que 47% dos britânicos fumantes apoiam a nova norma, contra 38% que se opõe.
Proibir cigarro em locais públicos não aumenta fumo em casa
Um estudo feito em cinco países europeus (Irlanda, França, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha) mostrou que a proibição de tabagismo em locais públicos não fez com que as pessoas fumassem mais em casa. A pesquisa contou com a participação de 4.634 fumantes e foi feita em duas fases: antes e depois da legislação restritiva entrar em vigor.
Em vez de as pessoas fumarem mais em casa para compensar, muitas largaram o cigarro de vez. Na Irlanda, 25% dos entrevistados deixaram de fumar em casa após a implantação das leis. Na França a taxa foi de 17%, na Alemanha 38%, na Holanda 28% e na Grã-Bretanha 22%. Antes da proibição, a maioria dos fumantes já restringia o fumo em casa, principalmente aqueles que queriam parar de fumar ou que tinham acabado de ter um filho, por exemplo.
Em vez de as pessoas fumarem mais em casa para compensar, muitas largaram o cigarro de vez. Na Irlanda, 25% dos entrevistados deixaram de fumar em casa após a implantação das leis. Na França a taxa foi de 17%, na Alemanha 38%, na Holanda 28% e na Grã-Bretanha 22%. Antes da proibição, a maioria dos fumantes já restringia o fumo em casa, principalmente aqueles que queriam parar de fumar ou que tinham acabado de ter um filho, por exemplo.
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