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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

“Pílulas, pílulas e pílulas”

Gustavo Miller Do G1, em São Paulo
“Pílulas, pílulas e pílulas”. É assim que Candy Finnigan resume o maior vício da sociedade do século 21. Segundo a famosa interventora americana, não são apenas as celebridades de Hollywood que estão à mercê dos medicamentos prescritos.

“Qualquer pessoa com US$ 1 compra comprimidos poderosíssimos. É um vício legal, que hoje mata mais que doenças cardíacas e ferimentos por bala”, comenta, em entrevista por telefone ao G1.

“Intervenção”, que ganha nesta terça-feira (7) novos episódios no A&E, a partir das 23h, é um premiado programa de TV que mostra o momento em que uma família ou amigos resolvem intervirem na vida de um viciado próximo. A atração já está no ar há cinco anos e, além de ser a maior audiência do canal, também vem ganhando prêmios – em 2009, ganhou o Emmy de melhor programa de realidade.











O papel de Candy, como interventora, é orientar o encaminhamento do viciado a uma clínica ou hospital, assim como ajudar os familiares e amigos a realizarem o “procedimento”. Todo episódio é assim. “A série mostra para o mundo o verdadeiro olhar dos vícios, da devassidão que eles causam a quem estiver próximo. É um show autêntico, toda semana temos um ‘docu-drama’ com final feliz”, explica Candy, que não vê com bons olhos a concorrência que realiza formatos semelhantes com celebridades no lugar de anônimos.

“O interventor ou médico dessas situações não conhece as pessoas com quem lida. Tem muito dinheiro envolvido, sabe? Gostamos de ver as pessoas na miséria porque nossa vida parece melhor assim. E todos gostamos de ver famosos caindo, é meio triste”, acredita.

Apesar de ser no programa uma profissional séria e compenetrada, Candy fora do ar é divertida – ela diz que adorou a paródia que a animação “South park” fez dela, assim como a de um vídeo que circulou no portal de humor Funny or die, em que a atriz Kristin Chenoweth (“Glee”) realizava uma intervenção em forma de musical.

“Não acho que eles tiraram sarro do que faço, a intervenção é algo que já está incorporado em nossas vidas. E todos temos de rir de nós mesmos, não?”, ri.

Candy só parece perder o humor quando vê alguém utilizando equipamentos eletrônicos, mais um vício do mundo moderno. “Fui outro dia a um restaurante e quando me sentei à mesa todo mundo estava lendo ou enviando mensagens pelo celular. Senti como se estivesse interrompendo eles. Esperei até alguém olhar para mim e dar ‘oi’. Isso virou tão parte de nossa cultura que não é mais rude”, cita.

“É um problema sério, essa nova geração está se tornando muito anti-social. Tecnologia controla nossas cabeças e nos faz esquecer do coração”.

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