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quinta-feira, 25 de junho de 2009

MORTES POR ABUSO DE DROGAS BATEM RECORDE

Segundo relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre casos de intoxicação no País, as mortes por overdose bateram recorde. Pela primeira vez ocuparam o segundo lugar no ranking de morte por intoxicação para o sexo masculino, superando os raticidas (ficam atrás dos agrotóxicos). Os dados são referentes ao ano de 2007.

Houve 64 óbitos no último balanço, ante 42 no ano anterior. Em 2000, foram 7 registros. Apesar das informações não representarem um número absoluto alto, lançam luz sobre um problema não notificado. Os medicamentos, por exemplo, líderes em ocorrências de intoxicação (foram 81 mortes), também escondem casos em que os remédios são utilizados para o “uso recreativo”, com o intuito de “dar barato”.
“Enquanto no geral os casos de intoxicação são provocados por medicamentos, pelo mau uso, e as crianças com menos de 5 anos são as vítimas principais, o perfil do intoxicado por drogas é outro”, afirma Rosany Bothner, diretora do Sistema de Notificação por Intoxicação (Sinitox) da Fiocruz. “Os casos acontecem por abuso e os jovens entre 20 e 29 anos respondem por 35% das notificações.”

CONSUMO DE DROGAS SINTÉTICAS CRESCE NO MUNDO

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2009 apresentado pelo Escritório das Nações Unidas para a Droga e o Crime (UNODC).

O documento, que analisa as tendências de produção, tráfico e consumo de drogas, também aponta um aumento na violência relacionada ao tema.

Apesar de reconhecer a dificuldade de obter dados precisos, o estudo estima que os mercados de opiáceos, cocaína e maconha estão diminuindo, inclusive nas regiões tradicionalmente mais consumidoras - Ásia, Europa e América do Norte, respectivamente.

A queda no uso de entorpecentes tradicionais se viu ofuscado com o aumento no consumo de drogas sintéticas, como o LSD e o ecstasy. O aumento pode estar relacionado a maior lucro na produção de drogas sintéticas, que não necessitam de plantações (podem ser fabricadas em um laboratório de cozinha), a facilidade do tráfico (são facilmente confundidas com medicamentos legalizados) e melhor aceitação pelos jovens que ainda apresentam dificuldades em consumir drogas inaláveis ou injetáveis, por exemplo.

No último ano do qual existem dados, o de 2007, as apreensões deste tipo de entorpecentes somaram 51,6 toneladas, o número mais alto já registrado.

A maconha continua sendo a droga mais consumida, com entre 143 e 190 milhões de consumidores, especialmente na América do Norte e Europa Ocidental, embora recentes estudos apontem que seu uso, especialmente entre os mais jovens, venha caindo.

À parte dos números de consumo, o relatório da ONU insiste na violência e na criminalidade ligada ao mundo das drogas.

No entanto, apesar de reconhecer que a repressão da produção e consumo de drogas criou um mercado negro que gera criminalidade, a UNODC insiste em que, para a instituição a solução ao problema não passa por legalizar os entorpecentes.
Segundo a ONU, os entre 18 e 38 milhões de viciados em drogas que existem em todo o mundo "necessitam de ajuda médica, e não de um castigo penal". Por isso, pediu para que todos os países desenvolvam programas que permitam o acesso generalizado a tratamentos de reabilitação.

CIGARRO ELETRÔNICO

No mês de Agosto, estará disponível para comercialização o produto Smoking Everywhere – E-Cigarette – um cigarro eletrônico importado dos Estados Unidos pelo Museu das Invenções, ligado à Associação Nacional dos Inventores (ANI) - entidade sem fins lucrativos que apoia e estimula novos produtos e ideias inovadoras.

O presidente da ANI, Carlos Mazzei, conferiu pessoalmente a criação e simpatizou com a ideia, já que, como informa o site www.smoking-everywhere.com, o produto “parece e até tem gosto de um cigarro tradicional, mas não contém alcatrão nem provoca cheiro, combustão, fogo, fumaça ou emissão de monóxido de carbono ou cinzas”.

O E-Cigarette é baseado em tecnologia microeletrônica. É composto por um filtro aromatizado, um nebulizador que provoca fumaça de vapor d'água e um chip inteligente com bateria recarregável de lítio. Uma luz-piloto se acende quando em funcionamento, imitando a brasa de um cigarro. - O maior atrativo do cigarro eletrônico é que ele faz fumaça, porém não incomoda com seu cheiro - explica Mazzei.

Para ele, o cigarro eletrônico é uma alternativa para fumantes que não conseguem perder o costume de pegar o cigarro, colocá-lo na boca e segurá-lo entre os dedos, além da sensação de soltar a fumaça. O produto já vem sendo comercializado com sucesso no estado norte-americano da Flórida.

O kit – composto de cigarro, carregador e filtros – tem previsão de custo para o consumidor de aproximadamente R$ 500. O filtro de reposição, nos sabores tabaco, mentol, cravo, café, chocolate, baunilha, morango, cereja e maçã, vendido em caixas com cinco unidades, deverá custar cerca de R$ 10.

CONSUMO DE COCAÍNA E MACONHA AUMENTAM NO BRASIL

O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc) divulgou em o Relatório Mundial sobre Drogas 2009 - o mercado global de cocaína sofreu abalos sísmicos, graças à cooperação internacional.

A produção caiu 15% (a maior queda em cinco anos), o consumo caiu na maior parte dos países ou ficou estagnado.
Infelizmente no Brasil o consumo da cocaína quase dobrou em três anos.

890 mil brasileiros são usuários, o que representava 0,7% da população entre 12 e 65 anos em 2007. Há ainda o aumento no consumo do crack, derivado mais barato da cocaína. Em um ano, o relatório mostra que triplicaram apreensões - de 145 mil para 578 mil quilos.

"O crack vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química", afirma Bo Mathiasen, representante da Unodc no Brasil.

No que diz respeito à produção, o Brasil não incomoda o mundo. O País não produz para exportação. Incomodamos por ser um país de trânsito excelente para o tráfico(que vem de Colômbia, Peru e Bolívia e segue para África e Europa), já que temos fronteiras com os maiores produtores de cocaína do mundo. São 9 mil km que temos de cuidar, analisou o secretário nacional de Políticas Antidrogas, general Paulo Uchoa. O relatório aponta que a América do Sul foi responsável, em 2007, por 45% do total mundial de apreensões de cocaína. O Brasil foi o 10º em apreensões. A queda na produção mundial, de acordo com a ONU, seria um reflexo não apenas das ações de repressão, mas também do início da queda no consumo nos maiores mercadores consumidores - EUA e Europa, que estão em crise.

O consumo de maconha no Brasil quase triplicou em um período de quatro anos.

O Brasil é o maior mercado de cocaína da América do Sul, seguido pela Argentina. Os dados contrastam com a tendência dos países ricos de redução ou estabilidade no consumo de cocaína. Nos EUA, os usuários passaram de 6 milhões para 5,7 milhões no período, enquanto nos principais países europeus essa taxa ficou estável. O estudo diz que o Brasil é um dos quatro países com mais consumidores de drogas injetáveis, atrás de China, EUA e Rússia. Esses quatro concentram 45% do total.

O Estado de S. Paulo.

domingo, 7 de junho de 2009

USUÁRIO DE DROGAS - CASO DE SAÚDE OU DE POLÍCIA?

O USUÁRIO DE DROGAS RESPONDE POR SEUS ATOS?

Desde a entrada em vigor da Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad), nenhum usuário e/ou dependente de drogas brasileiro pode ser preso. A lei não "descriminalizou" o uso das drogas, mas "despenalizou-o", determinando que usuários e dependentes sejam encaminhados a tratamento e procurando diferenciá-los do traficante. Desde então foram periciados no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF) somente pessoas acusadas de tráfico de drogas (e não mais usuários ou sujeitos flagrados portando pequenas quantidades), as quais, se consideradas dependentes e houverem cometido delitos que guardem relação causal direta com a dependência, poderão beneficiar-se dos artigos 45 (isenção de pena) e 46 (redução de pena) da referida lei.

E o que ocorre? O Tribunal de Justiça do RS informa que, em 2008, iniciou 401.388 processos criminais (www.tj.rs.gov.br). Destes, o IPF recebeu solicitação de perícias em 1.731 processos, permitindo inferir ter o Poder Judiciário considerado que em apenas 0,43% dos crimes havia dúvida sobre a sanidade mental do réu. Uma amostra de 787 réus periciados em 2008 revelou que um em cada cinco foi processado pelo delito de tráfico de drogas e, destes, a metade apresentou um diagnóstico de portar dependência à cocaína (inclusive crack). Entre os diagnosticados como dependentes, mais de 40% receberam - através dos laudos psiquiátrico-legais - a recomendação de se submeterem a tratamento, quer junto a serviços especializados na comunidade, quer dentro do sistema prisional durante o cumprimento de pena eventualmente imposta pelo Judiciário.

R$ 117,3 MILHÕES CONTRA AS DROGAS

Temporão anuncia investimento de R$ 117,3 milhões em plano de emergência contra as drogas

Do UOL Notícias - em São Paulo

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quinta-feira (4) em Brasília o lançamento de um plano emergencial para o atendimento de usuários de álcool e drogas em 107 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais e sete municípios de fronteira. No total, o projeto prevê o investimento de R$ 117,3 milhões.

O foco do programa são crianças, adolescentes e jovens em situação de risco. Os municípios atendidos pelo programa representam 41% da população brasileira.

A verba de R$ 117,3 milhões será usada para ampliar o acesso ao tratamento em saúde mental no SUS (Sistema Único de Saúde), inclusive com criação de novos leitos de internação; qualificar profissionais; habilitar e fortalecer a rede de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) já existente; e realizar ações de promoção de saúde.
O plano tem caráter intersetorial e a Saúde irá trabalhar em conjunto com o Ministério da Justiça, o Ministério da Cultura e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras pastas.

MEDICAMENTO PARA EMAGRECER

Anfetaminas estão agora proibidas

Femproporex, mazindol e anfepramona, usados como controladores de apetite em tratamentos de perda de peso, não podem mais ser vendidos no país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a produção, comercialização e manipulação destes medicamentos alegando que há falta de dados comprovando a segurança das substâncias e que há fortes evidências de efeitos adversos graves.

A mesma norma da Anvisa prevê restrições à sibutramina, também utilizada em tratamentos de perda de peso. Agora os profissionais da saúde, empresas detentoras de registro e farmácias ficam obrigadas a notificar os efeitos adversos relacionados com o uso do medicamento. Além disso, o tratamento deve ser descontinuado em pacientes que não apresentem resultados após quatro semanas de uso do produto.

A Polícia Federal pelo menos 23 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em tráfico de medicamentos emagrecedores no Brasil e no exterior. A Operação F-40 foi deflagrada para combater a comercialização ilícita de medicamentos que contêm substâncias psicotrópicas anorexígenas (que tiram o apetite) e de uso controlado.

O grupo atuava na região do Vale do Aço mineiro, onde foram presos três proprietários de farmácias de manipulação.

As farmácias falsificavam rótulos, receitas médicas e notas fiscais para a fabricação do medicamento. "As empresas revendiam a intermediários, que efetuavam a distribuição desses medicamentos nas regiões de Ipatinga e Belo Horizonte, em outros Estados e no exterior, principalmente para Portugal e os Estados Unidos".

Conforme a acusação formal, os réus criaram a fórmula de um produto que anunciavam como fitoterápico, mas na realidade era composto por substâncias psicotrópicas causadoras de dependência física e psíquica. No mercado internacional, o medicamento era vendido com o nome de Emagrece Sim. No Brasil, recebia o nome de Herbathin.